Ana Patrícia e Duda recebem carinho de fãs e revelam estar ansiosas para retorno às competições
Durante COB Expo, em São Paulo, Ana Patrícia e Duda contaram que voltam aos treinos já nesta segunda e têm um calendário cheio de eventos no Brasil, de olho em LA28. Entre fotos e vídeos com fãs, a dupla contou ao Olympics.com seus momentos mais marcantes dos Jogos Olímpicos Paris 2024 e da importância de terem participado dos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014.
Vôlei
Ana Patrícia e Duda estão aproveitando bastante a festa pelo ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Primeira dupla brasileira a sagrar-se campeã Olímpica no vôlei de praia feminino desde as pioneiras Jacqueline e Sandra em Atlanta 1996, elas estiveram no segundo dia de COB Expo, nesta quinta-feira, 26 de setembro, atraindo multidões por toda a parte. Sempre com um sorriso no rosto, a dupla porta-bandeira na Cerimônia de Encerramento parava para tirar fotos e gravar vídeos, encantando ainda mais os fãs.
Durante o evento organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil em São Paulo, elas também contaram um pouco que estão aproveitando bastante o momento e curtindo merecido descanso. Mas elas não param. Atletas do Praia Clube, elas já estarão de volta aos treinos nesta segunda, 30 de setembro, para treinar no Praia Clube, de olho em LA28. Mas nesses próximos quatro anos ainda tem um longo caminho pela frente, cujo ponto de partida são seis torneios de vôlei de praia até o final do ano, incluindo paradas em João Pessoa, Natal e Rio de Janeiro. “É onde a gente gosta de estar. A gente já está agoniada para voltar a treinar”, declarou Ana Patrícia.
As últimas três etapas do circuito brasileiro serão em João Pessoa, entre 9 e 13 de outubro, Natal, de 30 de outubro a 3 de novembro, e no Rio de Janeiro, de 20 a 24 de novembro. Já O Elite 16 do circuito internacional da FIVB acontece em João Pessoa entre 16 e 20 de outubro, e no Rio de Janeiro entre 6 e 10 de novembro. O Finals encerra a temporada em Doha, Catar, entre 4 e 7 de dezembro.
Mais sobre Ana Patrícia e Duda
Ciclo Olímpico marcado por muito sucesso e um susto na reta final
Elas obtiveram a vaga para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020. com parceiras diferentes. Ana Patrícia e Rebecca chegaram nas quartas de finais, enquanto Ágatha e Duda pararam nas oitavas. No início de 2022, Ana Patrícia e Duda iniciaram de vez a parceria no circuito e os resultados não demoraram para vir. Campeãs mundiais em 2022, vice em 2023, ouro nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e inúmeras vitórias no circuito mundial. Nos meses precedentes aos Jogos, Ana Patrícia teve uma lesão na hérnia e o que parecia um ciclo perfeito ficou em dúvida.
“Nos dois primeiros anos a gente foi super bem, mas chegou o momento próximo à Olimpíada e a Paty teve uma hérnia nas costas, ela não conseguia treinar muito bem. Não é que a gente foi mal por isso, mas acontece, foi importante, a gente criou uma casca nesse momento, a gente sentiu que não queria perder. Mas é o processo da vida, do esporte”, refletiu Duda em conversa com o Olympics.com durante a COB Expo.
A dupla sabia que os Jogos Olímpicos seriam difíceis. Depois de passar cinco jogos sem perder sets, a dupla chegou com pinta de favorita, mas enfrentou uma parada muito dura na semifinal contra Mariafe e Clancy, da Austrália. Duda disse que a semifinal foi o jogo mais difícil da caminhada. “Não é fácil estar ali, cada jogo é uma pressão absurda, um medo, nervosismo. Nas eliminatórias a qualquer momento você pode ir para casa. Mas o jogo mais difícil da minha vida foi a semifinal. Uma vitória já garantiria a medalha”, avalia Duda, ponderando que a semifinal foi “um jogo muito bonito de se assistir”.
Já Ana Patrícia destacou a final contra as canadenses Melissa e Brandie. Ela afirmou que não se lembra de nada de um momento tenso no final do terceiro set quando rolou uma discussão na rede, intermediada pelo DJ que tocou “Imagine”, de John Lennon e Yoko Ono. “Foi sensacional da parte dele, em ter a música certa pronta para tocar naquele momento exato. O público adorou, o clima melhorou e entrou para a história”, conta a campeã Olímpica. E o que ela lembra daquele momento? Nada, mas disse que se divertiu muito vendo em reprises. “Na hora eu não entendi nada do que estava acontecendo, o foco estava no ponto a ponto”.
Outro destaque do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos Paris 2024, o cenário estonteante da Torre Eiffel ao fundo, é também somente apreciado pela dupla agora revendo os jogos. “A gente até olhava o cenário e percebia durante o aquecimento, mas quando começava o jogo era uma quadra como todas as outras. Me falaram que as luzes piscavam e tudo isso durante os jogos, mas eu não vi nada”, conta Ana Patrícia.
Uma dupla que começou nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014 e seguirá muito além de Paris 2024
Duda revelou que foi muito importante a experiência dos Jogos Olímpicos da Juventude tanto para sua formação como atleta, quanto para Paris 2024. “A estrutura de Nanjing foi igual, vivemos uma Olimpíada da Juventude muito parecida com os Jogos Olímpicos. Ter passado por essa experiência foi muito importante. Óbvio que a responsabilidade aumenta, mas eu amei ter esse momento, muitos jovens querem estar ali porque é emblemático. Viver isso foi muito importante para eu entender logo o que é uma Olimpíada, é essa a proposta, e fomos campeãs juntas o que foi sensacional”, disse Duda.
Ana Patrícia também ressaltou a importância de Nanjing 2014, lembrando que a final também foi contra uma dupla canadense, na época, Megan e Nicole McNamara. Durante a fala ao público, ela ainda revelou que não era a parceira original de Duda. Com poucos meses de vôlei, a parceria se formou de última hora para a disputa dos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014.
“Em 2014 não era eu a pessoa a ir com ela, mas aconteceu”, revelou Ana Patrícia. Elas voltaram da República Popular da China com o ouro. Mesmo disputando o circuito nacional e mundial com outras parceiras, elas se reuniram outras duas vezes para disputar os Campeonatos Mundiais Sub-21: bicampeãs em Lucerna 2016 e Nanjing 2017.
Desta vez, a ideia de se separar está fora de cogitação. “É uma confiança. Encontrei na Pati uma simpatia, uma conexão. Somos muito amigas. O que eu amo foi ter conhecido a essência da Ana Patrícia. Não quero outra pessoa. A gente não sabe o futuro, mas estamos fazendo uma história linda”, declarou Duda durante a conversa com o público. A parceira fez uma careta ao final e brincou, em gargalhadas. “Eu não me arrisco, você sabe sim o futuro”. Ela completou, contando das coisas que mais valoriza na parceria. “Nunca ouvi falar em cobrança. Estamos aqui para nos ajudar. Duda é muito importante nesse momento do ‘me ajuda’. Pedir ajuda é muito importante, não só no esporte mas na vida, Ela me ajuda muito dentro da quadra e por isso eu gosto muito da nossa parceria”, completou a campeã Olímpica.