Mundial de Vôlei de Praia 2023: Ana Patrícia e Duda perdem para americanas e ficam com a prata
Brasileiras tentavam o bicampeonato, mas esbarraram na melhor atuação de Hughes e Cheng, parceria número 3 do mundo e que assegurou vaga aos EUA no torneio feminino em Paris 2024. No masculino, vitória da dupla da Tchéquia sobre suecos.
Chegou ao fim o sonho do bicampeonato de Ana Patrícia e Duda. As brasileiras tentavam o segundo título consecutivo do Mundial de Vôlei de Praia, mas acabaram com a medalha de prata na edição de 2023, em Tlaxcala, no México, ao perderem para as americanas Hughes e Cheng por 2 a 0, parciais de 21-16 e 24-22, neste domingo, 15 de outubro.
Além do título, as americanas asseguraram ao seu país uma vaga no torneio feminino de vôlei de praia de Paris 2024.
Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.
ENTENDA | O sistema de classificação Olímpico do vôlei de praia
Líderes no Ranking Mundial da Federação Internacional de Vôlei (FIVB, em francês) e atuais campeãs, as brasileiras tinham chegado à decisão sem perder sets.
Ana Patrícia e Duda tentavam se igualar às também brasileiras Adriana e Shelda e às americanas Walsh e May, que tinham sido bicampeãs do Mundial.
Foi a sétima final entre Brasil e Estados Unidos na chave feminina, e a primeira desde 2011. Agora os EUA lideram no geral, com quatro títulos contra três das brasileiras - o último de Juliana e Larissa sobre Kerri Walsh Jennings e Misty May-Treanor, em Roma, há 12 anos.
O Brasil segue como maior vencedor na história do Mundial no feminino, com sete títulos. Os EUA chegaram hoje ao quinto troféu: desde 1999 que não tinham duas duplas do país no pódio no Mundial.
Hughes e Cheng se separaram em 2018 e voltaram a competir juntas em 2022. Desde então, foram quatro títulos no circuito mundial até o triunfo de hoje em Tlaxcala, o maior da carreira da parceria.
"Sou muito grata por Sara. Estou muito orgulhosa dela e só agradeço a Deus por nos unir novamente. Estou muito grata por estar aqui," afirmou Cheng após o duelo, em declarações publicadas pelo site da Federação Internacional de Voleibol.
Mais cedo, o bronze também ficou com uma dupla americana: Nuss e Kloth superaram Mariafe e Clancy, da Austrália, por 2 a 1, parciais de 15-21, 21-19 e 15-8.
Início ruim e segundo set disputado
Ao contrário das partidas anteriores, as brasileiras começaram o confronto desligadas e viram as americanas abrirem 4 a 0 no início, com direito a erros de Ana Patrícia e Duda. A vantagem americana chegou a ser de quatro pontos (8 a 4), com direito a variações de ataque e defesas incríveis de Hughes e Cheng.
O Brasil foi melhorando e chegou a ficar atrás em apenas um ponto na hora da parada técnica: 11 a 10.
Entretanto, com mais alguns erros do Brasil - como um saque para fora de Duda -, a diferença de Hughes e Cheng se manteve nos dois pontos até que elas fecharam a parcial em 21 a 16.
O segundo set começou bem mais equilibrado, com as duplas arriscando bastante. Após um erro de Cheng, as brasileiras empataram em 9 a 9 e depois viraram o marcador. A liderança foi alternada ao longo do set, e Ana Patrícia e Duda lutaram muito para conseguir o empate.
O Brasil chegou a ter dois set points para levar o jogo ao tie-break, mas as americanas seguiram firmes, especialmente no bloqueio, e seguiram vivas na parcial.
Foram os EUA que quase fecharam o placar com um ponto no desafio, mas a bola do Brasil foi dentro. Mesmo assim, as americanas mantiveram a concentração e conseguiram matar a partida logo depois, em 24 a 22.
Após a partida, Duda estava chorando muito - na entrevista após a semifinal, ela comentou estar em um um momento pessoal dificil por ter perdido a avó, Dona Edite, há poucos dias.
Mesmo com a derrota, elas ainda chegam como favoritas a uma vaga no torneio Olímpico, como as melhores brasileiras da lista.
RELEMBRE | O desempenho do Brasil nas quartas de final em Tlaxcala
Tchecos faturam título masculino
Na decisão da chave masculina, os tchecos Perusic e Schweiner sagraram-se campeões diante dos suecos Ahman e Hellvig, atuais número dois do mundo, por 2 a 1, parciais de 21-15, 17-21 e 15-13.
Foi a primeira vez que a Tchéquia ganhou o Mundial de Vôlei de Praia - antes disso, o máximo que o país tinha alcançado era o bronze em 2011 no feminino, com Eva Celbova e Sona Novakova.
De quebra, a dupla ainda obteve para seu país uma vaga no torneio masculino dos Jogos Paris 2024.
Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.
"Esta é uma grande conquista não só para nós, mas para o voleibol de praia da Tchéquia, e estou muito orgulhoso de poder dar isso a todos em casa. É um sonho se tornando realidade. Queremos apenas aproveitar o momento e planejaremos uma grande celebração em casa," disse Perusic em declarações publicadas pela Federação Internacional de Voleibol.
Além disso, Perusic e Schweiner ampliaram para 3 a 1 o confronto direto diante dos suecos - no mais recente duelo até a final de hoje, no Elite 16 de Uberlândia, a vitória também tinha sido da dupla da Tchéquia.
A grande vitória dos tchecos aconteceu nas quartas, quando eles eliminaram os noruegueses Mol e Sorum, atuais campeões Olímpicos e mundiais, com um triunfo no tie-break (21-14, 14-21, 15-12).
Perusic e Schweiner chegaram a Tlaxcala apenas como a dupla número 19 do mundo, mas vinham animados pela vitória no Elite 16 de Paris, uma semana antes de irem para o México.
No entanto, na fase de grupos eles sofreram duas derrotas e quase foram eliminados, mas reconquistaram a confiança e agora saem com seu primeiro título de Mundial.
Na decisão do terceiro lugar, os poloneses Losiak e Bryl venceram os americanos Crabb e Brunner por 2 a 0, parciais de 21-17 e 21-18.
"Conseguir fazer história é como um sonho para nós. Ontem foi um dos piores dias da minha vida, mas hoje é um dos melhores. Depois de perder nas semifinais, foi como se começassemos do zero novamente. A disputa pelo bronze foi um grande desafio mental porque o torneio foi longo e estamos exaustos. Mas é maravilhosa a sensação de voltar para casa com as medalhas," comentou Bryl após a partida.