Retrospectiva Olímpica 2022: como foi o ano da natação brasileira
Relembre como foi a temporada de estrelas como Ana Marcela Cunha, Bruno Fratus, Guilherme Costa, Nicholas Santos, Fernando Scheffer, além dos bons sinais da equipe feminina e de Guilherme Caribé. Veja também quais são os principais eventos de 2023.
Tudo muda rápido na natação, especialmente em ano pós-olímpico. Jovens pedem passagem, enquanto veteranos tentam manter seu status e outros evoluem.
No Brasil, Ana Marcela Cunha e Bruno Fratus, terminaram a temporada na mesa de cirurgia. Já Nicholas Santos se despediu com um ouro. Guilherme Costa subiu um degrau nas provas longas, e a equipe feminina mostra cada vez mais potencial.
Ainda por cima, um jovem baiano, Guilherme Caribé, chocou a natação brasileira com marcas impressionantes. Relembre os principais momentos do ano na natação e saiba o que vem pela frente em 2023.
A temporada das estrelas
Nas águas abertas, Ana Marcela Cunha teve conquistas importantes: o hexacampeonato do circuito mundial e pódio nos três eventos do Mundial de Budapeste: ouro nos 5km e 25km e bronze nos 10km (distância da prova olímpica).
No entanto, Ana Marcela teve que dar uma pausa para cuidar de si mesma. A campeã olímpica em Tóquio 2020 realizou uma cirurgia no ombro esquerdo em novembro, planejando um retorno a tempo de se preparar para o Mundial de 2023, em julho, que dará três vagas para Paris 2024.
Quem também operou o ombro, mas o direito, foi Bruno Fratus, em agosto. O medalhista de bronze nos 50m livre em Tóquio ficou de fora da decisão do Mundial de Budapeste após um swim-off (disputa entre dois nadadores que fizeram o nono tempo na semifinal). "Pela evolução da lesão e pelo tempo que temos até os jogos de Paris, optamos pela via cirúrgica para a correção", disse Fratus ao GE.
Também medalhista de bronze em Tóquio, mas nos 200m, Fernando Scheffer ficou de fora da final em Budapeste, mas continua sendo a chave principal do melhor revezamento masculino do Brasil na atualidade, o 4x200m livre, quarto colocado no Mundial.
Quem teve um desfecho feliz não só do ano, mas de sua carreira, foi Nicholas Santos. Ele conquistou sua quarta medalha, uma prata, nos 50m borboleta do Mundial de Budapeste. Em sua última competição, o Mundial em piscina curta, o atleta de 42 anos chegou ao tetracampeonato, a poucos centésimos do seu próprio recorde mundial.
As mulheres e os jovens pedem passagem
Segundo o próprio Guilherme Costa, ele "estava pronto" para uma medalha nos 400m livre em Tóquio 2020. Porém, o carioca não chegou à final em sua prova preferida. A decepção, como ele descreve, foi combustível para seu maior resultado da carreira: o bronze no Mundial de Budapeste.
Empilhando recordes sul-americanos nos 400m, 800m e 1500m livre, o "Cachorrão" está cada vez mais inserido na elite mundial das provas longas. De quebra, ele disse ao Olympics.com que vai investir nos 200m em busca de uma vaga no revezamento brasileiro.
A geração da natação feminina brasileira também fez bonito em 2022, especialmente em Budapeste. Pela primeira vez, o país teve duas nadadoras na final de uma prova individual de Mundial: Beatriz Dizotti (sexta) e Viviane Jungblut (sétima) nos 1500m.
Jungblut também fez final nos 800m (oitava) e Jhennifer Conceição bateu o recorde sul-americano no 50m peito. De quebra, tanto o revezamento 4x100m quanto o 4x200m foram sexto lugar do mundo, mostrando uma evolução da equipe como um todo.
Stephanie Balduccini, que completou 18 anos, dominou os Jogos Sul-americanos da juventude, enquanto Giovanna Diamante foi a estrela dos Jogos Sul-americanos adultos.
No Campeonato Brasileiro de Verão, Guilherme Caribé, de 19 anos, mostrou tudo que vem treinando na Universidade do Tennessee, nos EUA. Fez 47.82 nos 100m livre, tornando-se o quarto melhor da história do Brasil na prova, e 21.87 nos 50m livre, primeiro brasileiro a baixar de 22 segundos nos últimos quatro anos com exceção de Bruno Fratus.
A má notícia para Caribé é que ele é da mesma geração do fenômeno romeno David Popovici, que quebrou neste ano o recorde mundial que era de César Cielo Filho nos 100m. A boa notícia? O brasileiro está confiante que vai superá-lo.
"É um grande atleta, que se tornou um alvo pelo recorde mundial que quebrou do Cielo. Mas estou indo buscar esse recorde de volta", declarou Caribé ao Olhar Olímpico.
A corrida olímpica começa em 2023
A partir de 1 de março de 2023, os nadadores do mundo inteiro poderão começar a tentar os índices olímpicos de Paris 2024 nos eventos sancionados pela World Aquatics.
O Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação - Troféu Brasil, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, acontece de 29 de maio a 4 de junho, e serve como seletiva para o Mundial de Fukuoka, no Japão, de 17 a 30 de julho.
Em Fukuoka, as três melhores equipes dos revezamentos se classificam para Paris 2024. O pódio das provas de 10km das águas abertas também se garante nos próximos Jogos.
Os Jogos Pan-americanos terão a competição de natação entre 21 e 25 de outubro, e o Troféu José Finkel será de 30 de outubro a 5 de novembro.