Paris 2024: veja 15 brasileiros que podem fazer história nos Jogos Olímpicos
Paris 2024 vai marcar mais uma participação do Brasil em Jogos Olímpicos de Verão, a 25ª – além das 10 presenças em Jogos Olímpicos de Inverno. A primeira foi na de Antuérpia 1920.
Ao longo da história o Brasil conquistou 150 medalhas Olímpicas (37 de ouro, 42 de prata e 71 de bronze), número que poderá aumentar consideravelmente na próxima edição dos Jogos. Atletas do país têm grandes chances de pódio, em algumas modalidades inéditos, como o tênis de mesa e o tiro com arco. Já em outras, de conquistarem o ouro pela terceira vez, como as mulheres do vôlei e também na vela.
O Olympics.com preparou lista de quinze brasileiros que podem brilhar em Paris 2024 e escrever belos capítulos da história do Brasil em Jogos. Veja abaixo.
Rayssa Leal, skate
A maranhense de Imperatriz foi medalha de prata em Tóquio 2020 no skate street aos 13 anos, a mais jovem brasileira na história a subir ao pódio em Jogos. Em Paris 2024, Rayssa Leal poderá quebrar mais um recorde: tornar-se a mais jovem atleta do país a conquistar um ouro Olímpico.
Hugo Calderano, tênis de mesa
Tricampeão dos Jogos Pan-Americanos em simples, o mesatenista Hugo Calderano é o melhor brasileiro da história no ranking mundial da modalidade. Chegou às quartas de final em Tóquio 2020 e tem feito grande temporada em 2024, quando em maio conquistou o WTT Contender do Rio de Janeiro e, em junho, o WTT Star Contender Liubliana (Eslovênia). Retrospecto que faz dele um dos favoritos para Paris 2024, podendo dar ao país a primeira medalha Olímpica no esporte.
"Geralmente os que conseguem ser bem-sucedidos nos Jogos Olímpicos são aqueles que tiveram o ano anterior ou os meses anteriores aos Jogos", comentou Calderano em entrevista para o Olympics.com.
Mais | Hugo Calderano: “Estou muito melhor em cada aspecto do meu jogo”
Marta, futebol
Seis vezes campeã do prêmio “The Best” da FIFA (Federação Internacional de Futebol) e duas vezes medalhista Olímpica de prata, caso convocada para Paris Marta participará pela sexta vez dos Jogos. Balançou as redes nas cinco edições que disputou. Atualmente a “Rainha” possui 13 gols marcados no evento e se tornará máxima goleadora da competição se ultrapassar a compatriota Cristiane Rozeira, atualmente no topo da lista, com 14 tentos.
Veja | Quem mais marcou gols em torneios Olímpicos femininos de futebol
Rebeca Andrade, ginástica artística
Primeira campeã Olímpica brasileira na ginástica artística, Rebeca Andrade é um dos maiores nomes de toda a delegação brasileira e uma das favoritas em Paris para não apenas repetir o ouro obtido em Tóquio, mas também liderar o time brasileiro para um inédito pódio por equipes na capital francesa, após a prata no Mundial de 2023, em Antuérpia. Ela também tem a chance de se tornar a maior medalhista da história do Brasil, caso ultrapasse as cinco dos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt.
Relembre | A medalha de prata por equipes do time do Brasil no Mundial de Antuérpia
Martine Grael e Kahena Kunze, vela
Bicampeãs Olímpicas da vela na Rio 2016 e Tóquio 2020 na classe 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze têm grandes possibilidades de tri nas águas da Marina de Marselha em Paris 2024. Caso isso aconteça, serão as maiores medalhistas Olímpicas de ouro do Brasil, entre homens e mulheres.
Além disso, serão brasileiras as mulheres mais vitoriosas da vela em Jogos, já que Martine e Kahena, caso conquistem o ouro, irão superar a britânica Hannah Mills.
Relembre | Martine Grael e Kahena Kunze são ouro no Pan 2023 na classe 49er FX
Marcus D'Almeida, tiro com arco
O tiro com arco em Jogos Olímpicos poderá, em Paris, ter pela primeira vez um medalhista brasileiro e com grandes chances de ouro. Marcus D’Almeida, número um do mundo (em 16 de junho) no ranking do arco recurvo (prova Olímpica) da entidade máxima do esporte (World Archery), coleciona bons resultados em etapas da Copa do Mundo e é grande nome para o pódio.
Tiro com arco | As diferenças entre os arcos recurvo e composto
Thaísa, vôlei
Assim como as velejadoras Martine e Kahena, Thaísa tem grandes chances, em Paris 2024, de tornar-se tricampeã Olímpica, a única do vôlei brasileiro. A central esteve presente nas campanhas douradas de Beijing 2008 e Londres 2012, sob comando do treinador José Roberto Guimarães, que liderou a seleção masculina ao primeiro ouro, o de Barcelona 1992.
Em 2017 passou por cirurgia no joelho que a deixou afastada da seleção, chegando a anunciar aposentadoria da equipe em 2021. No entanto, voltou e fez a diferença quando colocada em quadra nas temporadas passada e atual.
“Gosto de colocar metas grandiosas e com certeza essa [Paris 2024] é uma das minhas grandes metas”, acrescentou Thaísa em entrevista para o Olympics.com.
Entrevista | Thaísa volta à seleção após cinco anos
Beatriz Ferreira, boxe
Prata em Tóquio 2020 e bicampeã dos Jogos Pan-Americanos no peso leve (até 60kg), em Paris 2024 a baiana Beatriz Ferreira vai em busca do primeiro ouro Olímpico feminino do Brasil no boxe.
Alison dos Santos, o “Piu”, atletismo
O paulista de São Joaquim da Barra rompe barreiras dentro e fora das pistas rumo àquela que poderá ser inédita medalha de ouro Olímpica para o atletismo brasileiro: a dos 400m com barreiras. Após o já histórico bronze em Tóquio 2020 - quando fez 46s72 -, Alison dos Santos, também conhecido como “Piu”, foi campeão mundial na prova em 2022.
Lesão no joelho diagnosticada em fevereiro de 2023 fez com que ficasse de fora das pistas por meses. Voltou ainda no ano passado, mas os grandes resultados vieram em 2024, com ao 46s63 na etapa de Oslo (Noruega) da Diamond League, no final de maio, quando venceu o atual campeão Olímpico, Karsten Warholm (NOR).
Podcast | As várias faces de Piu: medalhista, gamer, boleiro e ‘swiftie’
Mayra Aguiar, judô
A judoca gaúcha é tricampeã do mundo e a maior medalhista Olímpica do Brasil na modalidade, com três bronzes na categoria até 78kg (Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020).
Mayra Aguiar chega em Paris 2024 como uma das favoritas na que será a sua quinta participação em Jogos, rumo a um ouro Olímpico que ainda lhe falta. Em dezembro de 2023 venceu o concorrido Grand Slam de Tóquio, realizado no templo do esporte, o Budokan.
Relembre | Mayra Aguiar se torna a primeira brasileira campeã do Grand Slam de Judô em Tóquio
Caso suba ao pódio na capital francesa, Mayra se tornará a primeira judoca da história a conquistar quatro medalhas consecutivas em Jogos Olímpicos.
Isaquias Queiroz, canoagem velocidade
Dono de 14 medalhas em mundiais de canoagem velocidade, a história Olímpica do Brasil poderá ter o baiano Isaquias Queiroz em Paris 2024 como o maior atleta do país a subir ao pódio em Jogos. Com quatro até agora (uma de ouro, duas de prata e uma de bronze), Isaquias poderá ir a seis (C1 1000m e C2 500m) e ultrapassar os recordistas Scheidt e Graelda vela, com cinco.
Podcast | Isaquias Queiroz com mente e corpo em sintonia por recorde Olímpico (spotify)
Tatiana Weston-Webb, surfe
Grande nome brasileiro do circuito internacional feminino da modalidade, Tatiana Weston-Webb nasceu no Rio Grande do Sul, possui raízes inglesas e foi criada no Havaí, cujas ondas forjaram seu surfe.
Em 2023 faturou o ISA Games em El Salvador e foi ouro no Pan 2023 em Santiago, palmarés que a faz ter grandes chances de ser a primeira brasileira medalhista Olímpica no torneio feminino do esporte, que passou a ser parte do programa dos Jogos em Tóquio 2020.
Em Paris 2024 o surfe será disputado em Teahupo’o, no Taiti (Polinésia Francesa), arquipélago localizado na Oceania.
Relembre | O título de Tatiana Weston-Webb no ISA Games 2023
Ana Marcela Cunha, maratona aquática
Quer seja nos 5km, 10km e 25km, Ana Marcela Cunha foi ao pódio das disputas em águas abertas em Mundiais desde a edição de 2011, em Xangai (República Popular da China). Subiu ao topo dele em sete ocasiões, em trajetória que a levou ao histórico ouro Olímpico em Tóquio 2020.
A nadadora baiana poderá fazer ainda mais história com o bicampeonato em Jogos, que poderá ser obtido em Paris 2024. Em 2022 passou por cirurgia no ombro e, em 2023, terminou parceria de anos com o treinador Fernando Possenti, passando a ser orientada pelo italiano Fabrizio Antonelli.
Nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, foi prata. Mais recentemente, venceu a etapa de Golfo Aranci (Itália), da Copa do Mundo de Águas Abertas, em dobradinha brasileira no pódio, com o segundo lugar de Viviane Jungblut.
A prova da maratona aquática nos Jogos Olímpicos é disputada na distância dos 10km.
Gabriel Medina, surfe
Se tem alguém que conhece bem as ondas de Teahupo’o, é o brasileiro Gabriel Medina. Bastante premiado, ele já lá venceu duas vezes em temporadas do circuito internacional. Em 2024, faturou o ISA Games realizado em Porto Rico, contribuindo – e muito – para o título da equipe masculina brasileira que garantiu ao país uma vaga extra no surfe em Paris 2024, que inclusive será por ele preenchida.
Depois do ouro de Ítalo Ferreira em Tóquio 2020, quando o surfe estreou em Jogos Olímpicos, poderá Gabriel Medina, no Taiti, manter a hegemonia brasileira no evento?
Rodrigo Pessoa, hipismo saltos
Por fim, um atleta que irá estabelecer recorde em Paris 2024. Rodrigo Pessoa, do hipismo saltos, irá para a oitava participação no evento e será o brasileiro com mais presenças em Jogos de Verão. Com três medalhas Olímpicas no currículo (uma de ouro e duas de bronze), o cavaleiro poderá faturar uma quarta na capital francesa, lugar especial para Pessoa, parisiense de nascimento.
Podcast | Rodrigo Pessoa e a jornada de volta para casa em Paris 2024