De volta após cinco anos, Thaísa quer disputar Paris 2024: ‘Gosto de desafios’

Por Sheila Vieira
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Thaisa
Foto por (Mauricio Val/FVImagem/CBV)

Em entrevista exclusiva ao Olympics.com, a bicampeã Olímpica comenta o retorno à seleção brasileira feminina de vôlei na Liga das Nações, aos 36 anos. Com uma volta aos Jogos Olímpicos também na mira, a central fala da ‘dor de cabeça’ de Zé Roberto Guimarães para definir as titulares e como pretende passar sua experiência para as mais jovens.

O retorno mais esperado do vôlei feminino brasileiro acontece a partir desta quarta-feira, 14 de junho, na Liga das Nações, com a bicampeã Thaísa voltando a vestir a camisa amarela.

Na segunda semana da competição, o Brasil enfrenta República da Coreia, Sérvia, Alemanha e EUA, em Brasília. Até o momento, a seleção ganhou três de quatro jogos.

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Medalhista de ouro em Beijing 2008 e Londres 2012, Thaísa disputou sua última partida pela seleção em 2017 e sofreu uma cirurgia no joelho que fez com que ela abrisse mão da corrida por Tóquio 2020, anunciando a aposentadoria do time nacional em 2021.

No entanto, a melhora de seu físico incentivou a central de 36 anos a lutar por mais uma participação Olímpica em Paris 2024, como ela contou ao Olympics.com.

“Quando meu corpo sinalizou isso, acendeu a luz, eu vi que não estava mais morrendo, estava aguentado, que eu ia conseguir continuar”, disse Thaísa.

“Gosto de colocar metas grandiosas e com certeza essa [Paris 2024] é uma das minhas grandes metas”, acrescentou.

Confira o bate-papo com Thaísa abaixo.

Olympics.com: Como é a sensação de voltar à seleção?

Thaísa: Estou muito feliz, de verdade. Brinco que é tudo de novo, só que diferente. Apesar de já ter vivido muitos anos, é tudo muito diferente, um outro clima, um outro tempo. Então estou grata.

Meu foco hoje é ajudar a equipe o máximo possível, mas com certeza a palavra que define é felicidade é gratidão pela oportunidade.

OC: Qual foi o momento que você soube dentro de você que iria aceitar o convite do Zé Roberto?

Thaísa: Não sei falar o momento exato, mas o fator mais importante foi quando eu entendi que meu corpo aguentaria continuar após a Superliga, após a temporada de clubes. Demorei um pouco, uns dois anos, para o meu corpo entender o processo pós-cirurgia e para eu conseguir terminar bem a temporada. Eu não estava terminando bem, estava dando meu limite. Não conseguiria dar continuidade no vôlei.

Conversei muito com o Zé e realmente não conseguia, eu sentia muita dor. Era muito difícil. Com o passar do tempo, meu corpo entendeu todo o processo e se adaptou. Consegui fazer uma temporada dentro da temporada, com cuidados diferentes para terminar bem. Quando meu corpo sinalizou isso, acendeu a luz, eu vi que não estava mais morrendo, estava aguentado, que eu ia conseguir continuar.

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OC: Paris 2024 é um objetivo para você?

Thaísa: A partir do momento que eu decidi me abrir para essa situação de estar de volta, com certeza é um dos objetivos. Obviamente, vou passo a passo, campeonato a campeonato, sentindo e me conectando com as meninas, porque tem cinco anos que não estou na seleção.

Já trabalhei com algumas, como a Macris. A gente tem um pouco mais de conexão, mas não jogamos juntas essa última temporada, então precisamos desse processo. Pouco a pouco entender o que é possível.

"Com certeza, eu gosto de desafios. Gosto de colocar metas grandiosas e com certeza essa [Paris 2024] é uma das minhas grandes metas."

OC: A seleção parece ter mais opções do que nunca.

Thaísa: Isso é maravilhoso. Acho que é o desejo de todo técnico. Tem que ter esse problemão de encontrar as principais jogadoras, porque todas estão muito bem. A seleção chega com muitas opções, muitas jogadoras para terem esse espaço, essa vaga. Então é uma dor de cabeça para o Zé.

Claro que sempre tem o que evoluir, que crescer, mas acho que é uma boa disputa, é saudável.

OC: Como você pretende contribuir para o grupo com a sua experiência?

Thaísa: Sempre falo que não sou de falar muito. Brinco que quem fala demais dá bom dia a cavalo (risos). Mas quando alguém quiser conversar, vou ter sempre histórias para contar, muitas experiências, assim como a Sheilla. Muitas situações felizes e muitas tristes também, dificuldades que passamos. Não fomos campeãs sempre. Somos bicampeãs Olímpicas, mas nem sempre foi assim. A gente lutou muito para conquistar isso.

Acho que o mais importante é você ser líder pelo exemplo. Quero me dedicar ao máximo dentro de quadra, fazer o meu melhor. É o melhor exemplo que posso dar e influenciar positivamente aqui e agora. Se alguém quiser saber das histórias, o que a gente viveu, pensou e superou, estou sempre aberta para passar essa vivência.

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Seleção brasileira feminina na Liga das Nações 2023

Primeira semana (Nagoya, Japão)

  • Brasil 2x3 República Popular da China
  • Brasil 3x0 Países Baixos
  • Brasil 3x1 República Dominicana
  • Brasil 3x0 Croácia

Segunda semana (Brasília)

  • 14/6 – Brasil x República da Coreia
  • 15/6 – Brasil x Sérvia
  • 17/6 – Brasil x Alemanha
  • 18/6 – Brasil x EUA

Onde assistir à Liga das Nações 2023

A Liga das Nações é transmitida pelo Sportv 2 no Brasil.