Marta DA SILVA

A passagem pelo Cruz-Maltino durou até 2003, quando o clube encerrou o time feminino profissional. Helena, no entanto, conseguiu para Marta uma chance no Santa Cruz, de Minas Gerais, onde ficou pouco tempo.

Marta estreia na Copa do Mundo e é eleita melhor do planeta

Os anos de Vasco renderam à Marta duas importantes convocações. Uma para a Copa do Mundo Feminina de 2003, na qual, logo na estreia, a alagoana mostrou seu cartão de visitas: marcou três gols em quatro jogos na campanha do Brasil, que chegou às quartas de final. E nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, no qual anotou dois gols e ajudou a seleção a conquistar uma inédita medalha de ouro.

Logo depois, aos 18 anos, ela teve a oportunidade de jogar na Europa pela primeira vez na carreira. Assim, a partir de 2004, Marta passou a defender o Umea IK, da Suécia, onde ficou por mais cinco anos. Já se destacando no time sueco, a brasileira encantou os fãs de futebol mais uma vez, com três gols nos Jogos Olímpicos de Atenas, quando o Brasil conquistou a medalha de prata.

Dois anos depois, em 2006, Marta enfim chegou ao topo do mundo: foi eleita a melhor jogadora do planeta pela primeira vez. Voltou para Dois Riachos e foi recebida por uma multidão de pessoas, além de ser carregada no carro do Corpo de Bombeiros pela cidade em que nasceu.

Marta lidera vice-campeonato mundial e coleciona prêmios de melhor do mundo

O ano de 2007 foi ainda mais especial para Marta. Começando pelos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, quando a seleção goleou os Estados Unidos e conquistou mais uma medalha de ouro diante de um Maracanã lotado.

A conquista foi um gostinho do que viria depois. Na Copa do Mundo disputada na República Popular da China, Marta anotou sete gols em seis jogos e liderou a campanha do Brasil, que rendeu o vice-campeonato, perdendo a final para a Alemanha. Com isso, foi eleita novamente a melhor jogadora do mundo.

Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Beijing, mais uma medalha de prata para o Brasil, que foi derrotado na prorrogação pelos Estados Unidos. E ainda assim, pelo terceiro ano consecutivo, Marta venceu o prêmio de melhor do mundo.

Marta coleciona títulos no Brasil, Suécia e Estados Unidos

Depois de cinco anos na Suécia, Marta teve uma breve passagem pelo Los Angeles Sol, dos Estados Unidos, em 2009, pelo qual foi vice-campeã e artilheira da liga. Depois disso, voltou ao Brasil, desta vez para defender o Santos. Jogando por empréstimo, ela foi campeã da Libertadores e da Copa do Brasil com as Sereias da Vila.

De quebra, venceu o prêmio de melhor jogadora do mundo mais duas vezes, chegando a cinco troféus consecutivos, uma marca que nunca havia sido alcançada no futebol, masculino ou feminino.

Encerrado o período de empréstimo, a alagoana voltou aos Estados Unidos em 2010, quando o Los Angeles Sol encerrou as atividades. Fechou, então, com o FC Gold Price, conquistando o título da liga, novamente como artilheira.

Em 2011, teve mais uma passagem pelo Santos, no qual anotou 13 gols em 12 jogos, antes de seguir carreira no Western New York. No mesmo ano, Marta disputou sua terceira Copa do Mundo. A Camisa 10 marcou mais quatro gols, se colocando como uma das maiores artilheiras da história da competição, mas o Brasil acabou eliminado nas oitavas, nos pênaltis, pelos Estados Unidos.

No ano seguinte, Marta disputou novamente uma edição de Jogos Olímpicos, agora em Londres 2012. O Brasil, no entanto, amargou uma nova eliminação nas oitavas, agora para o Japão. A brasileira decidiu, então, retornar à Suécia, onde foi campeã logo na primeira temporada defendendo o Tyreso. Após três temporadas, o clube também encerrou as atividades e a alagoana passou a defender o Rosengard, no qual foi bicampeã nacional.

Marta se torna maior artilheira da Copa do Mundo

Os anos seguintes foram marcados por novas eliminações precoces em torneios importantes. Na Copa do Mundo de 2015, o Brasil caiu de novo nas oitavas de final, com apenas um gol de Marta nessa campanha.

Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, em casa, a seleção não conseguiu repetir o feito do Pan de 2007 e acabou eliminada na semifinal, ficando ainda sem a medalha de bronze após a disputa pelo terceiro lugar.

Marta, então, decidiu deixar a Suécia no ano seguinte e voltou aos Estados Unidos para defender o Orlando Pride. Em 2018, aos 32 anos, ela voltou a ser eleita a melhor jogadora do mundo depois de oito anos, chegando a seis troféus.

Já o ano de 2019 foi um marco para a Camisa 10. Em sua quinta Copa do Mundo Feminina, Marta marcou dois gols e se tornou a maior artilheira da histórias dos Mundiais, masculino e feminino, com 17 gols em 20 jogos. O Brasil, porém, caiu novamente nas oitavas, mesmo resultado dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Em 2022, Marta sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo e ficou praticamente o ano todo fora. Em fevereiro de 2023, quando completou 37 anos, ela retornou à seleção brasileira e disputa sua sexta Copa do Mundo Feminina.

Estatísticas e feitos de Marta

Até julho de 2023

• Gols pela Seleção brasileira: 119
• Jogos pela Seleção brasileira: 183
• Gols em Jogos Olímpicos: 13
• Edições de Jogos Olímpicos disputadas: 5 (Atenas 2004, Beijing 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020)
• Gols em Copas do Mundo: 17 (maior número entre mulheres e homens)
• Copas do Mundo disputadas: 5 (2003, 2007, 2011, 2015 e 2019) - gols marcados em todas elas
• Prêmios "Melhor Futebolista do Ano FIFA" (atual 'The Best'): 6 (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018)
• Medalhista de prata em Jogos Olímpicos em duas ocasiões: Atenas 2004 e Beijing 2008
• Bicampeã dos Jogos Pan-americanos: Santo Domingo 2003 e Rio de Janeiro 2007
• Artilheira da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2007
• 2 títulos continentais (Libertadores 2009 e Liga dos Campeões 2003/04)
• Oito títulos nacionais da Suécia, dois nos Estados Unidos e um no Brasil