Os brasileiros que disputaram os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno

Você se lembra qual medalhista Olímpico do Brasil se arriscou no bobsled? Sabe quem é a atleta que pode quebrar o recorde de participações Olímpicas pelo Brasil? Confira nossa lista e prepare-se para Beijing 2022.

5 minPor Sheila Vieira
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(2014 Getty Images)

Em todo o mundo, 128 atletas disputaram as duas versões dos Jogos Olímpicos: Verão e Inverno. Cinco deles alcançaram o pódio em ambas, e dois – Eddie Eagan e Gillis Grafstrom – foram medalhistas de ouro nas duas estações.

O Brasil, que estreou nos Jogos de Inverno apenas em 1992, naturalmente tem uma lista mais curta de atletas que conseguiram ser atletas Olímpicos de verão e inverno. Apenas três brasileiros conquistaram esse feito antes Beijing 2022, com o quarto deles fazendo seu retorno justamente na mesma cidade.

Chega de suspense! Vamos aos nomes:

Claudinei Quirino da Silva

O que fazer depois de se aposentar de uma carreira brilhante no atletismo, com direito a uma medalha de prata Olímpica no revezamento 4x100m? Para Claudinei Quirino da Silva, a resposta foi se arriscar no bobsled.

Apesar de seu momento de glória ter sido fechar o revezamento que deu uma medalha inédita ao país em uma das provas mais nobres dos Jogos Olímpicos, Quirino fez sua estreia Olímpica em Atlanta 1996, nos 200m. Essa memória não é das melhores: ele se lesionou e não terminou a prova.

Porém, quatro anos depois, Quirino entrou para a história do esporte brasileiro ao receber o bastão de André Domingos e deixar os rivais cubanos para trás no 4x100m. Outro bom resultado dele na Austrália foi o sexto lugar nos 200m.

(2006 Getty Images)

Com as sapatilhas penduradas, Quirino recebeu um convite para entrar na equipe brasileira de bobsled, que fazia sua segunda participação Olímpica. Um dos integrantes foi suspenso, e Quirino acabou sendo o substituto.

“Eu não estava fazendo nada e falei que queria. Mas eu nunca tinha nem esquiado, o gelo era só para geladeira. Para ter ideia de como eu me preparei, na minha cidade tinha um frigorífico e eu ficava dentro. Depois, eu treinei com carrinho de rolimã.” – Claudinei Quirino para o SporTV.

Nas três descidas do 4-man brasileiro em Turim, o trenó brasileiro acabou virando de cabeça para baixo, e a equipe ficou na 25ª posição. Mas tudo bem: Quirino continua sendo um herói Olímpico brasileiro.

(2003 Getty Images)

Matheus Facho Inocêncio

A transição dos atletas que competem nos dois formatos dos Jogos Olímpicos geralmente é do verão para o inverno. Porém, o primeiro brasileiro a disputar os dois, Matheus Inocêncio, fez o caminho inverso.

Não que ele tenha começado no bobsled. Seu esporte original é o atletismo, especialmente a prova dos 110m com barreiras. Como velocidade é algo muito importante para o pusher (empurrador), é comum que quem faça atletismo tenha um bom preparo para a posição no bobsled. Inocêncio participou da estreia Olímpica das Bananas Congeladas (apelido do time brasileiro) em Salt Lake City 2002. A equipe terminou a competição do 4-man em 27º.

Inocêncio voltou o foco ao atletismo e se classificou para Atenas 2004, terminando na sétima colocação nos 110m. Em alta, o atleta percebeu que seria difícil continuar conciliando os dois esportes.

“O atletismo é, hoje, o meu ramo de vida, e não depende só de mim”, afirmou Inocêncio ao Estadão em 2004. E assim ele seguiu no atletismo até 2016.

(2021 Getty Images)

Jaqueline Mourão

Se há alguém que pode dar uma aula sobre como é conciliar esportes de verão e inverno, é Jaqueline Mourão. Com sete participações Olímpicas, recorde brasileiro ao lado de Robert Scheidt (vela), Formiga (futebol) e Rodrigo Pessoa (hipismo), a ciclista e esquiadora está no caminho para sua oitava vaga Olímpica, em Beijing 2022.

Poliesportiva desde pequena, Mourão foi a primeira brasileira a se classificar para o mountain bike nos Jogos Olímpicos, em Atenas 2004, terminando no top 20. Não contente, ela pegou os esquis e começou a praticar cross-country, voltando aos Jogos dois anos depois em Turim 2006.

(2014 Getty Images)

Imparável, Mourão adicionou um terceiro esporte Olímpico ao currículo, participando do biatlo – a combinação do cross-country com tiro - em Sochi 2014. Aos 45 anos, o desafio é ainda maior desta vez, já que os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e Beijing 2022 têm um intervalo de apenas seis meses entre si.

Mourão também foi porta-bandeira do Brasil no encerramento de Vancouver 2010 e na abertura de Sochi 2014. Para ir a Pequim, ela precisa ser uma das duas brasileiras com melhores resultados na temporada de inverno, já que o país já tem duas vagas garantidas no feminino no cross-country.

Jefferson Sabino

Beijing 2022 terá o quarto brasileiro a disputar edições de verão e inverno, já que Jefferson Sabino faz parte do time de bobsled. Curiosamente, sua participação prévia também foi na capital chinesa, em Beijing 2008, no salto triplo.

“É incrível como o mundo dá voltas. Depois de Pequim e de não conseguir as vagas para Londres e Rio, pensei ‘já era, nunca mais’. E agora estou tendo essa chance de novo”, comentou Sabino à CBDG em julho.

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