Seguindo o legado de Marta: um recomeço para a seleção

A seleção brasileira estreia na Copa América Feminina neste sábado, dia 9, contra a Argentina. Em solo colombiano o time vai em busca do oitavo título regional, mas a competição também é bastante importante dentro de um planejamento de longo prazo para a equipe.

Recuperando-se de cirurgia no joelho, Marta pela primeira vez desde 2003 estará de fora da seleção em um grande torneio. Sua ausência representa um desafio para Pia Sundhage trabalhar a liderança dentro do grupo e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para convocar novas revelações, dar-lhes experiência e tempo de jogo.

RELEMBRE: Veja jogadoras convocadas para a Copa América Feminina de futebol

"É preciso pensar no futuro...o futebol feminino não acaba aqui, o futebol feminino continua. Com a Marta ou sem a Marta a gente pode sonhar mais alto e colher mais frutos", disse Marta para o canal Sportv após o último jogo em Tóquio 2020.

A Copa América Feminina garante vaga em Paris 2024 para a primeira e segunda colocadas, além de lugar direto na Copa do Mundo FIFA 2023 para as três primeiras.

Dentro de campo novos rostos em um ambiente também novo para a seleção, cujo primeiro compromisso é neste sábado, diante das argentinas.

As estreias

Das 23 convocadas, 18 nunca jogaram a Copa América Feminina. Uma delas é Angelina, que atua no futebol dos Estados Unidos, tendo passado pelas seleções de base antes de chegar à principal e fazer parte do time que esteve em Tóquio 2020. Foi inclusive a capitã na equipe sub-20 durante uma competição regional.

"Já criei dentro de mim uma certa liderança, liberdade de poder falar dentro de campo e fora também. Tento trazer isso que aprendi na base para a seleção principal", disse a meia de 22 anos, para o 'globoesporte.com'.

RELEMBRE: Sem Marta, seleção feminina está na Europa para a disputa de dois amistosos

Outra que estreia no torneio é Duda Sampaio. Aos 21 anos, a atleta do Sport Clube Internacional (Porto Alegre/RS) foi convocada para os amistosos na Europa realizados em junho, contra a Dinamarca (derrota por 2 a 1) e Suécia (derrota por 3 a 1).

Assim como Angelina, ela também percorreu um caminho nas seleções do Brasil antes de chegar à adulta. "Desde o início, tive a oportunidade de evoluir muito com as passagens pela seleção sub-17 e, principalmente, pela sub-20, onde integrei um período mais longo de convocações. Para a seleção principal, acredito que (a oportunidade) vem muito do trabalho dentro do clube, o Internacional tem me ajudado muito a crescer", disse Duda Sampaio para o site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Liderança compartilhada

Não é apenas de caras novas que a seleção feminina chega na Colômbia. Debinha, Bia Zaneratto, Tamires e a zagueira Rafaelle são presenças constantes nas convocações. Com vários jogos pela seleção, conhecem bem a dinâmica de trabalho colocada em prática pela comissão técnica. Tal experiência é trabalhada de modo que a liderança, que tinha Marta como referência, desta vez seja realizada de uma maneira compartilhada.

"Infelizmente Marta está lesionada, mas isso dá ao time a chance de fazer algo diferente. Você não pode confiar em uma jogadora...precisamos de algumas líderes para dar o passo e acho que são líderes em potencial...o futebol é um esporte de equipe, precisamos de líderes e acho que neste time temos líderes. Só precisamos ser pacientes para esperar que eles (os líderes) avancem", disse a treinadora Pia Sundhage para o 'globoesporte.com'.

Rafaelle concorda que com a ausência de Marta, o papel de líder está mais dividido dentro do grupo: "A (treinadora) Pia sempre estimula a gente a estar falando durante os treinos. Eu, Tamires e Debinha temos um tempo de seleção maior do que as meninas que estão chegando agora e cabe também a gente passar um pouco da nossa experiência. Pesa um pouquinho essa questão da liderança, mas ela está bem dividida com a ausência da Marta", disse a zagueira em declaração para o 'globoesporte.com'.

Copa América Feminina: jogos do Brasil na fase de grupos e onde acompanhar

• Brasil x Argentina - 9 de julho (sábado) - 21:00 (hora de Brasília) - Estádio Centenário (Armênia/COL)
• Brasil x Uruguai - 12 de julho (terça-feira) - 18:00 (hora de Brasília) - Estádio Centenário (Armênia/COL)
• Brasil x Venezuela - 18 de julho (segunda-feira) - 18:00 (hora de Brasília) - Estádio Centenário (Armênia/COL)
• Brasil x Peru - 21 de julho (quinta-feira) - 21:00 (hora de Brasília) - Estádio Pascual Guerrero (Cáli/COL)

A Copa América Feminina Colômbia 2022 terá a transmissão em território brasileiro pelo SBT e Sportv.