Faith Kipyegon é tricampeã e quebra recorde Olímpico na última noite do atletismo em Paris 2024
Faith Kipyegon domina os 1.500m femininos há quase uma década nos Jogos Olímpicos. A soberania da queniana na distância foi renovada em Paris 2024, em grande estilo. Campeã da prova na Rio 2016 e em Tóquio 2020, Kipyegon sacramentou seu tricampeonato na pista do Stade de France neste sábado, 10 de agosto. Mais do que levar o terceiro ouro, ela também conseguiu o recorde Olímpico da prova, superando sua própria marca de três anos atrás. Estrelou a última noite do atletismo em Paris 2024.
Faith Kipyegon sobrou nos 1.500m de Paris 2024. A queniana finalizou a prova em 3min51s29, mais de um segundo de vantagem para a segunda colocada. A tricampeã Olímpica também é a dona do recorde mundial, estabelecido em julho, na etapa da Diamond League realizada em Paris. A prata ficou com a australiana Jessica Hull, com 3min52s56. Já o bronze foi da britânica Georgia Bell, com 3min52s61.
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Kipyegon ainda possui três títulos mundiais nos 1.500m, incluindo as duas edições mais recentes da competição. Em Paris 2024, a queniana também tinha levado a prata nos 5.000m. Além de Kipyegon, a belga Nafissatou Thiam também chegou ao tricampeonato em Paris 2024, no heptatlo.
Confira abaixo os destaques da última noite do atletismo no Stade de France pelos Jogos Olímpicos Paris 2024. Ao todo, foram realizadas oito finais.
Atletismo em Paris 2024
Estados Unidos dominam os revezamentos 4x400m
Os Estados Unidos dominaram os revezamentos 4x400m na última noite de Paris 2024. O primeiro a entrar na pista foi o 4x400m masculino, que quebrou o recorde Olímpico que perdurou por 16 anos, com 2min54s43. A prata ficou com Botswana, apenas um décimo atrás, com 2min54s53. Já o bronze foi da Grã-Bretanha, com 2min55s83.
A equipe dos EUA foi composta por Christopher Bailey, Vernon Norwood, Bryce Deadmon e Rai Benjamin. Ouro nos 400m com barreiras, Benjamin fechou a prova e protagonizou uma emocionante disputa com Letsile Tebogo, campeão dos 200m rasos por Botswana. O africano até conseguiu fazer um tempo superior nos 400m finais e reduziu a distância, mas o americano passou em primeiro na linha de chegada.
Já no revezamento 4x400m feminino, o décimo de diferença pesou contra os Estados Unidos. O quarteto americano ganhou a prova com sobras, com mais de quatro segundos de diferença. Porém, o tempo de 3min15s27 ficou a um décimo de bater o recorde mundial estabelecido pela União Soviética há 36 anos, em Seul 1988. Shamier Little, Sydney McLaughlin-Levrone, Gabrielle Thomas e Alexis Holmes formaram a equipe. Gabby Thomas levou seu terceiro ouro em Paris 2024, com o segundo a Sydney McLaughlin Levrone.
A prata ficou com Países Baixos, com 3min19s50. Mais uma vez Femke Bol teve um desempenho excelente. A neerlandesa já tinha feito uma grande recuperação para o ouro no 4x400m misto e dessa vez garantiu a prata após assumir o bastão na quarta posição. O bronze foi da Grã-Bretanha, com 3min19s72.
Sem Tamberi no pódio, Barshim é bronze no salto em altura
O salto em altura masculino tinha sido uma das provas mais marcantes de Tóquio 2020, com o ouro dividido entre o italiano Gianmarco Tamberi e o catariano Mutaz Essa Barshim, numa cena memorável de alegria entre amigos. O desfecho seria diferente em Paris 2024. Com cólicas causadas por um cálculo renal, Tamberi chegou a ser hospitalizado e corria o risco de sequer disputar a final no Stade de France. Fez um esforço e ficou no 11° lugar, com 2m22. Já Barshim dessa vez conquistou o bronze, com 2m34 em seu melhor salto.
A disputa do ouro ficou entre o neozelandês Hamish Kerr e o americano Shelby McEwen, que preferiram não dividir a medalha. A disputa se alongou. No fim, Kerr conquistou o título com 2m36. A prata ficou com McEwen, também com 2m36, mas um desempenho inferior nas novas tentativas de desempate. Os dois nunca tinham sido medalhistas Olímpicos. Já o bronze de Barshim foi sua quarta medalha, com um ouro e duas pratas anteriores, tornando-se o recordista em pódios na história do salto em altura.
Atletismo em Paris 2024
Outras finais individuais da noite
A final dos 800m masculinos foi emocionante. O queniano Emmanuel Wanyonyi venceu por um centésimo, com 1min41s19. Wanyonyi é estreante em Jogos Olímpicos, mas garantiu o sétimo ouro do Quênia na prova, o quinto consecutivo. Campeão mundial em 2023, o canadense Marco Arop (1min41s20) passou perto e ficou com a prata. Já o bronze foi do argelino Djamel Sedjati (1min41s50).
Também um centésimo foi a diferença entre o ouro e a prata nos 100m com barreiras feminino. A vitória ficou com a americana Masai Russell (12s33). A atleta de 24 anos é estreante em Jogos Olímpicos. A prata foi da francesa Cyrena Samba-Mayela (12s34), outra novata nos Jogos. Já o bronze foi comemorado pela porto-riquenha Jasmine Camacho-Quinn (12s36), vencedora em Tóquio 2020.
Os 5.000m masculinos permitiram a redenção de Jakob Ingebrigtsen. O norueguês tinha sido o quarto colocado nos 1.500m (distância em que foi campeão em Tóquio 2020) e levou o ouro nos 5.000m, numa prova em que ganhou os últimos dois Mundiais. Ingebrigtsen correu para 13min13s66. A prata ficou com o queniano Ronald Kwemoi (13min15s04). Já o bronze foi do americano Grant Fisher (13min15s13), bronze nos 10.000m.
O lançamento de dardo feminino teve ouro para a japonesa Haruka Kitaguchi, com 65m80. Campeã mundial em 2023, ela tinha ficado no 12° lugar em Tóquio 2020. É a primeira medalha do Japão na prova e o primeiro ouro do país no atletismo desde Atenas 2004. A prata ficou com a sul-africana Jo-Ane van Dyk (63m93). O bronze foi comemorado pela tcheca Nikola Ogrodnikova (63m68).