Caio Bonfim e a prata nos Jogos Olímpicos: 'Eu dei o meu melhor todos os dias deste ciclo'
Paris amanheceu molhada neste primeiro dia de agosto, por uma garoa que custava a parar. Quando parou, deu lugar a um forte sol, a um céu bastante azul além do calor - da prova e do público -, que contribuíram para o cenário palco da tão sonhada medalha Olímpica de Caio Bonfim, prata na marcha atlética de 20km de Paris 2024.
Não sei ainda colocar em palavras... Olimpíadas são diferentes de tudo... eu tinha uma expectativa, mas você viu o quão forte era o nível? Tive que ganhar do atual campeão Olímpico e do bicampeão Mundial. Deus proporcionou este momento. Jogos Olímpicos não são só essas 20 voltas, é um trabalho mas um resultado que valeu a pena. Eu entreguei o meu melhor em todos os treinos e em todas as provas deste ciclo Olímpico.
Caio Bonfim para o Olympics.com ao final da prova.
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Caio começou forte e assim permaneceu nos primeiros quilômetros, entre os 10 na frente. Recebeu duas punições e, de maneira inteligente, distanciou-se do pelotão inicial para arrancou a partir da segunda metade da corrida. Para o Olympics.com, o brasiliense revelou:
Para mim não importava a cor da medalha. Deus quis que eu levasse a de prata, de nível Olímpico. Eu acho que vou dormir flutuando de tão feliz que estou.
Ficou fora do pódio por pouco na Rio 2016, quando terminou em quarto lugar. "Será que vou ter uma chance de chegar tão perto de novo?", perguntava-se. Depois de não ir tão bem em Tóquio 2020, esta chance voltou a encontrá-lo na capital francesa, em sua quarta participação Olímpica.
Desta vez, não a desperdiçou.
Eu só comecei a marchar aos 16 anos e quando decidi pela marcha, eu disse ao meu pai: 'estou decidido a marchar'. Essa medalha de hoje começou naquele dia. Então aqui, quando quiseram me passar nesse final, eu falava para mim 'são muitos anos' [lembrando-se do que aconteceu na Rio 2016]. Falam tanto em legado do Rio, e essa medalha é um legado. Não foi fácil o processo até aqui.
Caio Bonfim em resposta à Rodrigo Oliveira, da Rádio Gaúcha.
É a minha quarta Olimpíada, já foram sete mundiais. Hoje a gente conseguiu, na raça, do jeito brasileiro. Estou muito grato. É isso o que estou sentindo.
Bastante emocionado, abraçado à sua mãe e treinadora Gianetti Bonfim, a felicidade de Caio estava além da conquista da medalha. Afinal, ele sabe que está servindo de exemplo para milhares de crianças iniciantes no atletismo e que se interessam pela marcha atlética.
Eu queria passar essa linha de chegada, olhar para trás e dizer 'eu entreguei tudo o que eu podia, tomara que seja o suficiente.' Graças a Deus, foi [suficiente].
Terminou Caio Bonfim para o Olympics.com.