Pedro Pichardo volta ao pódio, prata no salto triplo dos Jogos Olímpicos Paris 2024
Pedro Pablo Pichardo é um dos maiores nomes do atletismo de Portugal na história. E o português do salto triplo voltou ao pódio em Paris 2024, após o ouro em Tóquio 2020. Estava claro como não seria simples manter a coroa, diante da forte concorrência no atual ciclo e do tempo inativo por lesão. Pichardo faturou sua medalha na pista do Stade de France nesta sexta, 9 de agosto. O português saltou para 17m84 e conquistou a prata, a 2cm do ouro.
O pódio do salto triplo em Paris 2024 foi composto por três atletas que nasceram em Cuba, mas competem por outros países. O ouro ficou com o espanhol Jordan Díaz Fortun, dono da melhor marca do ano e que fez 17m86 no Stade de France. É sua estreia Olímpica. Pichardo foi prata com os 17m84. Já o bronze ficou com o italiano Andy Díaz Hernández, com 17m64. Também é sua primeira medalha Olímpica.
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Pedro Pichardo conseguiu a marca de 17m84 em seu segundo salto. O português teve ainda outras duas marcas próximas, com 17m79 no primeiro e 17m81 no sexto. Foi sua última tentativa de tentar superar o 17m86 registrado por Díaz Fortun logo no primeiro salto. O espanhol também conseguiu saltar para 17m85 e 17m84 nesta final.
Pichardo e Díaz Fortun tinham protagonizado uma intensa disputa no último Campeonato Europeu de Atletismo 2024, realizado em Roma, no mês de junho. Pichardo teve um desempenho excepcional ao fazer 18m04. Entretanto, Díaz Fortun o superou, com 18m18. O salto do espanhol foi a terceira marca da história no salto triplo e deu o ouro. O português ficou com a prata e com o novo recorde nacional, além do 12° melhor salto da história.
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Nascido em Santiago de Cuba, Pedro Pichardo se mudou a Lisboa diante do empecilho de ser treinado por seu pai em Havana. Acolhido por Portugal, atingiu seus maiores feitos com as novas cores, mesmo já tendo grandes resultados anteriores. Quando recebeu a permissão para competir como português, logo Pichardo conquistou o ouro em Tóquio 2020 e o almejado título no Campeonato Mundial 2022.
Pichardo teve problemas de lesão em 2023 e ficou quase um ano afastado do circuito internacional. Voltou às competições em abril de 2024, para ganhar o ouro na etapa de Xiamen da Liga Diamante. Depois, também ganhou uma prata no meeting da Diamond League em Marraquexe e no Campeonato Europeu de Atletismo.
O salto triplo nos Jogos Olímpicos teve apenas cinco atletas que conquistaram múltiplas medalhas de ouro: o americano Meyer Prinstein (Paris 1900, St. Louis 1904); o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva (Helsinque 1952, Melbourne 1956), o polonês Józef Schmidt (Roma 1960, Tóquio 1964), o soviético Viktor Saneev (Cidade do México 1968, Munique 1972, Montreal 1976) e o americano Christian Taylor (Londres 2012, Rio 2016). Portugal ainda tem o ouro de Nelson Évora em Beijing 2008.
Atletismo em Paris 2024
Jessica Inchude ganha diploma no arremesso de peso
Portugal ainda conquistou um diploma no arremesso de peso feminino. Jessica Inchude participou ficou na oitava posição (18m41). Presente na Rio 2016, a portuguesa não tinha alcançado a final na prova naquela ocasião, quando competia por Guiné-Bissau. Voltou oito anos depois para melhorar seu resultado em Paris 2024. Em Campeonatos Mundiais, seu melhor desempenho tinha sido o 16° lugar em 2023.
“Daqui em diante acho que vou ter muito mais maturidade em provas grandes. Foi uma grande competição para mim e ter ficado em oitavo lugar dá muito mais confiança para atingir os meus resultados”, declarou Inchude, em entrevista exclusiva ao Olympics.com.
“Eu tenho lutado bastante, desde os últimos Jogos Olímpicos que representei Guiné-Bissau, em 2016. Fiquei em último lugar, não tinha responsabilidade nenhuma, não tinha muita maturidade. Os outros Jogos Olímpicos em Tóquio não consegui ir por um lugar, fiquei bastante desanimada. E aqui estou hoje, novamente, depois de várias lesões”, complementou. “Esta época foi muito complicada, não treinei a 100%. Mas treinei muito bem a minha cabeça, porque não conseguia treinar bem fisicamente.”
O arremesso de peso feminino teve vitória da alemã Yemisi Ogunleye, com 20m00. A jovem de 25 anos foi uma surpresa, na décima posição do Mundial 2023 e estreante em Jogos Olímpicos. Reconquista o ouro à Alemanha na prova após 28 anos. A neozelandesa Maddison-Lee Wesche (19m86) faturou a prata e o bronze foi da chinesa Song Jiayuan (19m32), duas atletas que passaram perto do pódio em Tóquio 2020. A atual campeã, a chinesa Gong Lijiao, foi a quinta colocada (19m27).
Atletismo em Paris 2024
A emoção nos revezamentos 4x100m
A sexta-feira de atletismo no Stade de France contou com oito finais. A noite começou com o revezamento 4x100m feminino. E os Estados Unidos conquistaram uma grande vitória para levar o ouro. O quarteto americano fechou a prova em 41s78, vencendo após a última transição, com Sha’Carri Richardson. A Grã-Bretanha (41s85) levou a prata e a Alemanha (41s97) faturou o bronze. A Jamaica, campeã em Tóquio 2020, terminou na quinta colocação, sem suas principais velocistas.
A equipe dos Estados Unidos foi formada por Melissa Jefferson, Twanisha Terry, Gabrielle Thomas e Sha’Carri Richardson. Campeã dos 200m, Gabby Thomas era apenas a quarta colocada quando passou o bastão a Sha’Carri Richardson. A vitória dependeu da velocista, que ultrapassou três adversárias. Sha’Carri ganha seu primeiro ouro Olímpico, após a prata nos 100m em Paris 2024. Melissa Jefferson tinha sido bronze nos 100m. Já Twanisha Terry, quinta nos 100m, fez a melhor parcial da equipe nesta final, com 9s98.
A sequência da noite teve a final do revezamento 4x100m masculino. Foi uma prova muitíssimo acirrada, com menos de 38 centésimos de diferença entre o primeiro e o sexto. O Canadá (37s50) conquistou o primeiro ouro na prova desde Atlanta 1996, após dois pódios na Rio 2016 e em Tóquio 2020. A África do Sul (37s57) ganhou uma medalha inédita, de prata, no melhor resultado de um país africano na prova desde Barcelona 1992. Já a Grã-Bretanha (37s61) levou o bronze, de volta ao pódio na prova após 20 anos.
O Canadá foi composto por Aaron Brown, Jerome Blake, Brendon Rodney e Andre De Grasse. Coube ao veterano De Grasse fechar a prova, após já assumir na primeira colocação. Fez o melhor tempo do time, com 8s89. É a sétima medalha Olímpica de De Grasse, a segunda de ouro. Em Paris 2024, ele não alcançou as finais dos 200m e dos 100m, provas nas quais foi pódio nas duas últimas edições dos Jogos.
Menção ainda aos Estados Unidos, que não sobe ao pódio no revezamento 4x100m masculino desde a prata em Atenas 2004. Os americanos foram desqualificados, embora tenham terminado na sétima colocação. Noah Lyles, ganhador dos 100m e bronze nos 200m, não competiu após contrair covid-19.
Marileidy Paulino quebra o recorde Olímpico e Nafissatou Thiam é tricampeã no heptatlo
Marileidy Paulino ampliou seu reinado nos 400m rasos femininos. A atleta de República Dominicana tinha vencido o Campeonato Mundial 2023. Agora, conquista o ouro Olímpico, após a prata de Tóquio 2020. Foi uma vitória para a história, já que a dominicana quebrou o recorde Olímpico da francesa Marie-Jose Perec, que vigorava desde Atlanta 1996.
A vitória soberana de Marileidy Paulino teve tempo de 48s17. É o primeiro ouro da República Dominicana desde Londres 2012, quando Félix Sánchez venceu os 400m com barreiras. Salwa Eid Naser, de Bahrein, levou a prata com 48s53. Já o bronze foi da polonesa Natalia Kaczmarek, com 48s98.
No heptatlo, o ouro foi conquistado pela belga Nafissatou Thiam, tricampeã Olímpica – um feito inédito na história da prova. Vencedora na Rio 2016 e em Tóquio 2020, ela terminou com 6880 pontos combinados. Ela foi a melhor em três dos sete eventos do heptatlo. A prata ficou com a britânica Katarina Johnson-Thompson (6844 pontos), campeã mundial em 2023, e o bronze foi da também belga Noor Vidts (6707 pontos).
Nos 10.000m rasos femininos, Beatrice Chebet conseguiu a dobradinha em Paris 2024, após ter conquistado também o 5.000m anteriormente. A queniana não quebrou o seu recorde mundial da prova, mas se sobressaiu numa disputa apertada, com tempo de 30min43s25. A prata ficou com a italiana Nadia Battocletti, com 30min43s35, após a quarta posição nos 5.000m. Já o bronze foi da neerlandesa Sifan Hassan, com 30min44s12, bronze nos 5.000m. Hassan havia vencido os 10.000m em Tóquio 2020.
Por fim, os 400m com barreiras masculinos fecharam a noite no Stade de France. O americano Rai Benjamin conquistou o ouro, com 46s46. Tinha sido prata em Tóquio 2020 e superou o então campeão Karsten Warholm. O norueguês agora foi prata, com 47s06. Já o bronze ficou pela segunda edição consecutiva com o brasileiro Alison dos Santos, o Piu, em 47s26. Sobre esta prova, leia mais aqui.