Alison dos Santos desafia Karsten Warholm para Paris 2024

Na final da Liga de Diamante, Alison dos Santos foi 2º atrás do campeão Olímpico e relembrou a Karsten Warholm que será sua sombra até aos Jogos de Paris 2024. Noite de Zurique teve troféu de diamante para o português Pedro Pichardo e grandes marcas das mulheres.

4 minPor Gonçalo Moreira
Alison dos Santos
(Photo by Patrick Smith/Getty Images)

Chegou ao fim mais uma edição da Liga de Diamante, a mais importante série de eventos do atletismo a nível mundial. O segundo dia da final teve 25 eventos realizados no Estádio Letzigrund, em Zurique.

Alison dos Santos foi o único brasileiro em ação, ele que em 2021 passou a integrar a elite dos 400m com barreiras com triunfos em Estocolmo e Bruxelas para a Liga de Diamante, além do Memorial Kamila Skolimowska, evento que faz parte da Série Ouro do Continental Tour.

Em prova que voltou a contar com Karsten Warholm, campeão Olímpico em Tóquio 2020, o Piu mostrou ser um fenômeno a ter em conta em Paris 2024 fechando em 2º. Warholm esteve longe dos 45,94s que deram o recorde do mundo na final dos Jogos Olímpicos ao correr em 47,35s marcando diferenças com um feroz ataque às primeiras oito barreiras. Alison dos Santos finalizou com 47,81s na frente de Kyron McMaster das Ilhas Virgens Britânicas.

Termina um ano para mais tarde recordar do jovem de 21 anos, natural de São Joaquim da Barra, que venceu eventos da Liga de Diamante, foi bronze Olímpico na final mais rápida da história dos 400m com barreiras e cravou o recorde da América do Sul ao correr em 46,72s. Alison dos Santos continua sem ganhar um mano a mano com Warholm, mas pela quarta vez em 2021 termina uma competição no pódio ao lado do norueguês. O desafio está lançado para Paris 2024.

Espetáculo de Thomson-Herah no sprint

A bicampeã Olímpica dos 100m e dos 200m Elaine Thomson-Herah reafirmou a condição de mulher mais rápida do mundo ao estabelecer um novo recorde do meeting de Zurique. O espetáculo de Thomson-Herah no sprint terminou em 10,65s após uma temporada notável: dobradinha na velocidade nos Jogos Olímpicos, segunda melhor marca da história nos 100m – 10,60s no meeting de Eugene – e o primeiro troféu de diamante desde 2017.

Uma nota para os 200m femininos onde a "teenager" sensação Christine Mboma ganhou com 21,78s – novo recorde mundial sub-20. Com apenas 18 anos a atleta da Namibia junta em 2021 o título mundial sub-20, recorde mundial da categoria, medalha de prata nos Jogos Olímpicos e o prestigiado troféu de diamante.

Na velocidade masculina o canadiano Andre De Grasse, que saiu de Tóquio 2020 com bronze nos 100m e ouro nos 200m, perdeu em ambas distâncias. O estadunidense Fred Kerley, medalha de prata em Tóquio 2020, dominou os 100m com um grande tempo de 9,87s (De Grasse fez 9,89s – melhor marca pessoal), enquanto nos 200m foi Kenny Bednarek o vencedor em 19,70s.

Duplantis e Pichardo sorriram na noite dos campeões

No salto triplo a noite teve cheirinho a Tóquio 2020. O português Pedro Pablo Pichardo venceu com 17,70m e a venezuelana Yulimar Rojas cravou o recorde do meeting de Zurique com um salto de 15,48m. Ambos adicionaram o troféu da Liga de Diamante ao ouro nos Jogos Olímpicos e a época foi especialmente boa para o esporte português que obteve sua melhor participação da história em Jogos Olímpicos com quatro medalhas e 15 diplomas Olímpicos

Em outro planeta continua Armand Duplantis, dominador de todo o ciclo Olímpico no salto com vara e recordista mundial com 6,18m. O sueco cravou 6,06m que é um novo recorde em Zurique e a 21ª vitória do campeão de Tóquio 2020 em dois anos.

Mesmo sem recorde do mundo na vara ou um salto acima de 18 metros no triplo, Duplantis e Pichardo sorriram na noite dos campeões.

Mulheres protagonizaram grandes marcas e grandes duelos

Anzhelika Sidorova conseguiu dois feitos fantásticos no evento: não só melhorou a sua melhor marca pessoal (que era 4,96m), como conseguiu um recorde do salto com vara na Liga de Diamante ao ultrapassar 5,01m. A atleta de 30 anos fecha da melhor maneira o ciclo Olímpico: título mundial, título europeu em pista coberta, medalha de prata em Tóquio 2020 e o primeiro troféu de diamante.

Ainda nas disciplinas de campo tivemos um grande concurso do salto em altura com a campeã Olímpica, Maria Lasitskene, vitoriosa com 2,05m (ela que tem 2,06m como melhor marca pessoal). Outra mulher de ouro em Tóquio 2020, Valarie Allman, dominou o lançamento de disco com 69,20m apesar da boa oposição da bicampeã Olímpica Sandra Perkovic.

Na pista destaque para os 110m com barreiras onde a nigeriana Tobi Amusan cravou a sua melhor marca pessoal e o recorde de África ao fazer 12,42s. Em briga no meio fundo a queniana Faith Kipyegon bateu Sifan Hassan nos 1500m e venceu o seu primeiro troféu de diamante desde 2017, uma exibição dominadora da campeã Olímpica sobre Hassan que saiu de Tóquio 2020 com ouro nos 5000m e 10000m e bronze nos 1500m.

Em Zurique, as mulheres protagonizaram grandes marcas e grandes duelos no último evento internacional de alto perfil em 2021.

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