Pedro Pablo Pichardo campeão Olímpico do salto triplo em Tóquio 2020

Com a melhor marca mundial do ano (17,98m) o triplista se torna o quinto campeão Olímpico da história de Portugal. Tóquio 2020 vê nascer mais uma lenda do esporte luso e sempre com o atletismo dando ouro a Portugal.

3 minPor Gonçalo Moreira
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(2021 Getty Images)

Pedro Pablo Pichardo era ultrafavorito no salto triplo e abriu logo marcando distâncias para os rivais com dois saltos exatamente iguais a 17,61m. Ainda longe dos 17,92m que fez em julho, em meeting realizado na Hungria, e mais longe ainda de passar a barreira dos 18 metros que apenas cinco atletas na história conseguiram passar, entre eles Pichardo.

Em uma prova órfã do campeão de Londres 2012 e Rio 2016, o norte-americano Christian Taylor, que está lesionado, o saltador português esperou pelo terceiro salto para chegar a 17,98m e aí entrou em modo economizador se poupando ao quinto à espera da resposta dos rivais. O chinês Yaming Zhu aceitou o desafio e no quinto voou para 17,57m (sua melhor marca pessoal), enquanto a luta pelo bronze aquecia: Hugues Fabrice Zango (Burquina Faso) se manteve em 17,47m, Will Claye (EUA) em 17,44m e Mohammed Triki (Argélia) em 17,43m (recorde nacional).

Mais de 40 centímetros de margem para Pedro Pablo Pichardo para os concorrentes, o ouro estava no bolso. E lá ficou já que nada se alterou na última rodada: ouro para Portugal, prata para a China e bronze para Burquina Faso (primeira medalha da história Olímpica para a nação africana).

Para trás fica a desilusão do Mundial de 2019, onde Pedro Pablo Pichardo foi apenas 4º colocado. Também no passado fica o processo que o levou a trocar Cuba por Portugal, onde chegou em 2017 e apenas começou a representar em 2019. E ainda mais lá atrás ficam os primeiros saltos em Santiago de Cuba, onde nasceu. O encontro de Pedro Pablo Pichardo com a glória Olímpica aconteceu em Tóquio 2020.

Historicamente se mantém o recorde mundial de Jonathan Edwards, campeão Olímpico em Sydney 2000, obtido em agosto de 1995: os míticos 18,29m que Pedro Pablo Pichardo mostrou querer atacar num futuro próximo.

Com o ouro de Pedro Pablo Pichardo e a prata de Patrícia Mamona, Portugal é a segunda nação na história Olímpica a conseguir medalhas nas duas provas e nos mesmos Jogos Olímpicos. O precedente foi estabelecido pela Rússia em Sydney 2000 e Atenas 2004.

(Richard Heathcote/Getty Images)

Atletismo é a modalidade rainha

Portugal viveu todo o tipo de emoções em Tóquio 2020 com seus triplistas. Se por um lado estes Jogos Olímpicos ficarão na história pela performance de Pedro Pablo Pichardo, por outro marcaram a despedida do campeão de Beijing 2008, Nelson Évora, que pela última vez voou ao serviço da nação, aos 37 anos, após ter sido um dos porta-bandeira portugueses na Cerimônia de Abertura.

Foi a passagem de testemunho perfeita. De um triplista para outro, os dois mais recentes campeões Olímpicos lusos vieram na mesma disciplina. Esta é a quarta medalha de Portugal em Tóquio 2020 já que às duas medalhas dos triplistas há que somar os bronzes de Jorge Fonseca (judô) e Fernando Pimenta (canoagem de velocidade). São os Jogos mais bem sucedidos da história do país.

A história do esporte português conta a partir de agora com um quinto campeão Olímpico, juntando-se Pedro Pablo Pichardo a uma lista de ilustres atletas que partilham com o triplista o facto de terem conquistado a medalha de ouro em uma disciplina: o atletismo é a modalidade rainha em território lusitano quando o palco são os Jogos Olímpicos.

  • Los Angeles 1984: medalha de ouro Carlos Lopes (maratona)
  • Seul 1988: medalha de ouro Rosa Mota (maratona)
  • Atlanta 1996: medalha de ouro Fernanda Ribeiro (10000 metros)
  • Pequim 2008: medalha de ouro Nélson Évora (triplo salto)
  • Tóquio 2020: medalha de ouro Pedro Pablo Pichardo (triplo salto)
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