100 dias para Paris 2024: 100 anos de porta-bandeiras do Brasil
Representar seu país na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos é considerado uma honra e um dos pontos mais altos da carreira de um atleta. Desde 1920, o Brasil conta com nomes de peso carregando o pavilhão, tornando-se parte da história do esporte e orgulho nacional.
A 100 dias do início dos Jogos Olímpicos Paris 2024, e enquanto segue-se a expectativa sobre quem fará parte da dupla brasileira à frente da delegação, listamos os porta-bandeiras que fizeram história ao longo dos últimos 100 anos.
Tóquio 2020: Ketleyn Quadros (judô) e Bruninho (vôlei)
Ketleyn Quadros, bronze em Beijing 2008 e primeira brasileira a conquistar uma medalha Olímpica em esportes individuais, representou o Brasil ao lado de Bruno Rezende, prata em Beijing 2008, Londres 2012, e ouro no Rio 2016.
Rio de Janeiro 2016: Yane Marques (Pentatlo moderno)
Medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos Rio 2007, bronze -e detentora do primeiro pódio da história do Brasil no pentatlo moderno em Londres 2012; prata e bronze nos Mundiais de 2013 e 2015, a pernambucana esteve à frete da delegação no Rio.
Londres 2012: Rodrigo Pessoa (Hipismo)
Mais jovem participante em sua estreia nos Jogos Olímpicos em Barcelona 1992, Rodrigo Pessoa participou de seis edições Olímpicas no total, conquistando o bronze em Atlanta 1996 e em Sidney 2000, e o ouro em Atenas 2004, obtendo seus principais resultados com o cavalo Baloubet du Rouet.
Beijing 2008: Robert Scheidt (Vela)
Maior medalhista da história Olímpica do Brasil, começou a velejar aos 9 anos de idade e, aos 11, já se destacava em competições. Ouro em Atlanta, prata em Sydney, ouro em Atenas, prata em Beijing 2008, bronze em Londres, e detentor de ao menos 180 títulos nacionais, e internacionais além de medalhista em 17 Mundiais.
Atenas 2004: Torben Grael (Vela)
Um dos maiores nomes do esporte Olímpico brasileiro, participou de seis edições dos Jogos Olímpicos, tendo conquistado cinco medalhas: prata em Los Angeles 1984, bronze em Seul 1988, ouro em Atlanta 2006, bronze em Sydney 2000, ouro em Atenas 2006.
Sydney 2000: Sandra Pires (Vôlei de praia)
Disputou três edições de Jogos Olímpicos. Em Atlanta 1996, Sandra e Jackie Silva sagraram-se as primeiras brasileiras a conquistarem uma medalha de ouro Olímpica. Em Sydney 2000, foi a primeira mulher a carregar a bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura, e conquistou um bronze, ao lado de Adriana Samuel. Participou também dos Jogos de Atenas 2004, terminando na quarta colocação. Em 2014, Sandra entrou para o Hall da Fama do vôlei.
Atlanta 1996: Joaquim Cruz (Atletismo)
Recordista e ouro nos 800m em Los Angeles 1984 e prata em Seul 1988, quebrou o recorde mundial ainda em 1981 e se destacou para o mundo. Tornou-se treinador após se aposentar das pistas e foi responsável por acender a pira dos Jogos Pan-Americanos no Rio.
Barcelona 1992: Aurélio Miguel (Judô)
Primeiro medalhista de ouro do judô brasileiro, em Seul 1988, foi também o primeiro brasileiro a conquistar o título do Campeonato Mundial júnior em 1983. Terminou na nona colocação em Barcelona 1992 e garantiu o bronze em Atlanta 1994, tornando-se o primeiro judoca brasileiro a conquistar duas medalhas Olímpicas.
Seul 1988: Walter Carmona (Judô)
Participou de três edições dos Jogos Olímpicos: estreou em Moscou 1980 em duas categorias: médio e aberta (peso livre). Conquistou o bronze em LA84, e representou o Brasil como porta-bandeira da delegação em Seul 1988.
Los Angeles 1984: Eduardo Souza Ramos (Vela)
Velejador desde os 12 anos de idade e grande incentivador da modalidade no país, participou dos Jogos Olímpicos de Moscou 1980 e Los Angeles 1984, como porta-bandeira.
Moscou 1980 e Montreal 1976: João Carlos de Oliveira (Atletismo)
Lendário campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1975 no salto triplo e do salto em distância, “João do Pulo” estreou em Jogos Olímpicos como porta-bandeira do Brasil em Montreal 1976 e conquistou a medalha de bronze naquela edição. Quatro anos mais tarde repetiu o bronze e o feito de representar o Brasil à frente da delegação em Moscou 1980.
Munique 1972: Luiz Cláudio Menon (Basquete)
Ala na "Geração de Ouro" do basquete brasileiro, conquistou a Taça Brasil nos anos de 1968, 1970 e 1972, o Campeonato Mundial de 1963 no Rio de Janeiro, foi bronze no Uruguai em 1967 e prata na Iugoslávia no ano de 1970. Recebeu medalhas de prata em São Paulo e ouro em Cali disputando os Jogos Pan-Americanos. Foi escolhido para carregar a bandeira brasileira no desfile de abertura dos Jogos Olímpicos Munique 1972.
Cidade do México 1968: João Gonçalves Filho (Polo aquático)
Conquistou a medalha de bronze no revezamento 4x200 metros livre (com Ricardo Esperard, Aram Boghossian e Tetsuo Okamoto) nos Jogos Pan-Americanos de 1951. Com a equipe de polo aquático, conquistou ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1963, prata nos Jogos Pan-Americanos de 1967 e bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1959.
Tóquio 1964: Wlamir Marques (Basquete)
Dententor de duas medalhas Olímpicas de bronze, em Roma 1960 e Tóquio 1964, além de dois títulos mundiais, no Chile em 1959 e no Brasil em 1963). Campeão de nove campeonatos estaduais e cinco sul-americanos.
Roma 1960: Adhemar Ferreira da Silva (Atletismo)
Um dos maiores nomes da história do esporte brasileiro, disputou quatro edições dos Jogos Olímpicos: Londres 1948, conquistou o ouro em Helsinque 1952 e em Melbourne 1956, e Roma 1960. Primeiro bicampeão Olímpico do Brasil, quebrou cinco vezes o recorde mundial do salto triplo e foi tricampeão dos Jogos Pan-Americanos. Ao celebrar o ouro em Helsinque deu a primeira volta Olímpica da história em um estádio, marcando a tradição para sempre.
Melbourne 1956: Wilson Bombarda (Basquete)
Participou de dois Jogos Olímpicos na carreira: Helsinque 1952 e Melbourne 1956. Integrou a equipe vencedora da medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1955 e também nos Jogos Pan-Americanos de 1959.
Helsinque 1952: Mario Jorge da Fonseca Hermes (Basquete)
Pivô titular da seleção brasileira masculina de basquete nos Jogos Olímpicos de Helsinque 1952, além de representante da delegação. Foi bronze nos Jogos Pan-Americanos em Buenos Aires em 1951 e do Campeonato Mundial de 1954, no Brasil.
Londres 1948 e Berlim 1936: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo)
Figura, ao lado de João Carlos de Oliveira, como um dos únicos atletas a representar o pavilhão nacional em duas edições de Jogos Olímpicos. Foi campeão sul-americano de atletismo em diversas provas e participou nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1932 e Berlim 1936, sendo o primeiro brasileiro classificado para a final de uma prova Olímpica na modalidade.
Los Angeles 1932: Antonio Pereira Lyra (Atletismo)
Atleta do arremesso do peso, disputou os Jogos Olímpicos em Los Angeles 1932 e Berlim 1936. Campeão brasileiro e sul-americano, foi militar e tornou-se general das Forças Armadas do Brasil.
Paris 1924: Alfredo Gomes (Atletismo)
É considerado o primeiro atleta negro brasileiro a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos nos cinco mil metros e no cross-country em Paris 1924. Em 1925, tornou-se o primeiro vencedor da Corrida de São Silvestre realizada em São Paulo e venceu várias outras corridas de longa distância no Brasil durante a década de 1920. Quebrou e manteve recordes nacionais nos 800 metros, 1.500 metros, 5.000 metros e 10.000 metros.
Primeiro porta-bandeira da história
A primeira participação brasileira na história dos Jogos Olímpicos aconteceu quatro anos antes, na Antuérpia em 1920. Guilherme Paraense, atleta do tiro esportivo, representou a delegação como porta-bandeira e conquistou a medalha de ouro na prova de pistola rápida 30m – e ainda ajudou a equipe brasileira a conquistar o bronze na pistola 50m naquela mesma edição.