Vanina Guerillot está pronta para Beijing 2022: “Quero mostrar meu melhor contra as melhores”
Promessa do esqui alpino, a franco-portuguesa de 19 anos quer aproveitar a sua estreia Olímpica, dois anos após participar dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude (JOJ). Saiba mais sobre a única mulher da equipe portuguesa em Pequim.
Apesar de ser um país de pouca tradição nos Jogos Olímpicos de Inverno, Portugal tem conseguido levar esquiadores alpinos com frequência ao evento. Em Beijing 2022, o país tem Ricardo Brancal no masculino e Vanina de Oliveira Guerillot, de 19 anos, no feminino.
O nome já sugere a primeira curiosidade sobre a atleta, que tem dupla nacionalidade. Sua mãe é portuguesa e seu pai é da França, país onde ela nasceu e cresceu.
Mas chega de spoilers! Confira cinco curiosidades que a promissora esquiadora contou ao Olympics.com.
A paixão pelo esqui vem de seu pai
O pai da em breve atleta Olímpica é o francês Yannick Guerillot, que também é seu treinador e criou um clube de esqui. “Assim que podia andar, eles me colocaram em esquis”, contou.
Por volta dos 14 anos, Guerillot teve sua primeira temporada internacional de destaque e percebeu que poderia estar na elite do esqui alpino. “Descobrimos que havia uma federação portuguesa [de esportes de inverno]. Então pensei, por que não competir por este país? Pode ser muito legal. Pode abrir muitas portas para mim”, disse Guerillot, que propôs a parceria com sua nação materna.
Aos 16, Guerillot estreou em uma etapa de Copa do Mundo. A esquiadora foi 39ª no slalom no Mundial de Are, na Suécia, em 2019, e 24ª no combinado no Mundial juvenil de Narvik, na Noruega, em 2021.
Ela fez tudo isso sem abrir mão dos estudos. Guerillot estuda Geologia na Universidade de Grenoble.
Chegando a Pequim sem pressão
Guerillot competirá nas provas do slalom e slalom gigante em Beijing 2022, nos dias 7 e 9 de fevereiro. “O slalom tem bastante ritmo. É uma disciplina que eu sempre gostei e na qual eu tenho corrido mais rápido”, disse.
Ainda no início de sua carreira, Guerillot espera que a sua primeira experiência Olímpica seja positiva. “Eu me sinto pronta. Tive alguns problemas nas costas durante a preparação no outono, mas agora não estou estressada, estou sem pressão. Não posso esperar para estar lá”, afirmou. “Espero mostrar o meu melhor esqui com as melhores do mundo.”
“Sei que não estarei entre as melhores, então meu foco será produzir o meu melhor esqui, me divertir e chegar ao final” – Vanina Guerillot
Ela quer inspirar esquiadores em Portugal
A possibilidade de ser a melhor esquiadora da história de Portugal tem atraído bastante atenção para Guerillot nos últimos anos. “Não é um esporte muito popular em Portugal, então participar do Mundial e da Copa do Mundo é incrível para o país”, afirmou.
Guerillot sempre visitou Portugal, mas vestir as cores do país criou uma "ligação mais direta".
“É um lindo país e as pessoas são muito legais. Tem um clima muito bom. Portugal representa a minha família materna”, disse.
Apesar das dificuldades de praticar o esqui no país, Guerillot acredita que é possível inspirar outros atletas. “Tentar ter uma equipe grande lá é difícil, será um desafio. Mas posso inspirar pessoas jovens que moram perto de uma estação”.
Guerillot esteve em Lausanne 2020
A esquiadora já esteve em clima Olímpico durante os Jogos Olímpicos da Juventude de 2020 na Suíça. “Toda a imprensa estava lá. Os países com suas bandeiras, com os uniformes. Isso nos coloca um pouco na atmosfera dos Jogos Olímpicos”, lembrou.
As memórias na neve não são tão felizes, já que Guerillot completou apenas a prova do super-G entre as quatro que disputou, na 28ª posição. Porém, ter passado por isso também pode ajudá-la em Pequim.
“Acho que para não ter tanto estresse antes das corridas, antes dos Jogos, é uma experiência que vai me ajudar, sim”, completou.
Seu ídolo é Mikaela Shiffrin
Guerillot tem uma memória muito especial de sua estreia em Copa do Mundo, em Courchevel, na França, em 2018. “Estava perto de garotas que eu via pela TV, que eram meus ídolos na época. Foi incrível.”
Uma dessas grandes esquiadoras foi a americana Mikaela Shiffrin, dona de dois ouros e uma prata Olímpica.
“Acho que ela ganhou a corrida aquele dia, ela veio me ver e disse estava feliz que pessoas jovens estavam correndo. Acho que é a melhor memória porque a Mikaela é meu ídolo". Nessa ocasião, Guerillot ganhou de Shiffrin o bib de identificação da americana, que a portuguesa guarda até hoje.
Elas duas têm um novo encontro marcado, a partir de 7 de fevereiro, em Pequim.