Yeltsin Jacques já é um nome incontornável dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2000. O atleta de Matogrosso do Sul iniciou a campanha nipônica vencendo os 5000m e hoje conquistou a segunda medalha de ouro ao ganhar os 1500 (classe T11, para atletas cegos) com um tempo que é recorde do mundo: 3:57.60s.
A medalha é ainda mais especial por ser a centésima de ouro que o Brasil obtém em Jogos Paralímpicos. "Hoje de manhã, o Bira [atleta-guia] comentou sobre a centésima medalha de ouro do Brasil em Jogos Paralímpicos e isso me deu uma motivação especial. Ele disse que a gente iria fazer história mais uma vez”, contou Yeltsin Jacques ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro.
E se o atletismo tem mantido a tradição de dar medalhas ao Brasil, a natação não tem ficado atrás. Depois de cinco dias seguidos com atletas no pódio e o recorde das 27 medalhas do nadador Daniel Dias, na segunda-feira não houve qualquer medalha para atletas brasileiros. Foi apenas uma jornada atípica, já que na terça-feira tudo voltou à normalidade, com o título Paralímpico de Carol Santiago.
A pernambucana foi medalha de ouro nos 100m livre (classe S12) nadando a distância em 59,01s, repetindo a vitória dos 50m livre onde também saiu campeã Paralímpica, isto já depois de ter levado o bronze em 100m costas. Prestação espetacular dos atletas brasileiros que com 14 títulos Paralímpicos já igualaram o resultado da Rio 2016.
Do Centro Aquático ao estádio Olímpico contando medalhas
Quando parecia que o sétimo dia dos Jogos Paralímpicos não podia melhorar, outros atletas quiseram participar na festa.
Gabriel Bandeira, figura da natação já com três medalhas em Tóquio 2020 – ouro em 100m borboleta, prata em 200m livre e bronze no revezamento 4x100m misto – adicionou uma quarta ao seu histórico particular conquistando a prata nos 200m medley SM14 (atletas com deficiência intelectual). O paulista foi 2º colocado atrás de Reece Dunn (GBR), que venceu cravando o novo recorde mundial em 2:08.02s.
Ainda no Centro Aquático, chegou outra prata com o revezamento 4x100m livre (com o time composto por Carol Santiago, Wendell Belarmino, Douglas Matera e Lucilene Sousa), além do bronze de Mariana Gesteira em 100m livre (classe S9).
De volta ao atletismo e ao estádio Olímpico há que mencionar o 3º lugar e respectiva medalha de bronze de Jardênia Barbosa da Silva, de 17 anos, na prova de 400m (classe T20) e a prata da baiana Raissa Rocha no lançamento de dardo (classe F56, atletas em cadeira de rodas).
Do Centro Aquático ao estádio Olímpico contando medalhas. Assim vive o atleta brasileiro em Tóquio 2020.
Desclassificações marcaram os 100m femininos
Com três atletas classificadas entre as quatro mais rápidas nas eliminatórias, o Brasil aspirava a tudo na final feminina de 100m na classe T11 (atletas com deficiência visual). Infelizmente algumas imprecisões não permitiram que chegasse a medalha.
Jerusa Geber dos Santos, recordista mundial com 11,85s não concluiu a corrida após se separar do guia Gabriel dos Santos, arrebentando a fita que os unia e que é fundamental já que as atletas são cegas. Já Thalita Simplício foi 3ª colocada correndo em 12,18s apenas para ser desclassificada pelos juízes posteriormente, pela mesma situação que levou à desclassificação da colega de seleção. A prova foi ganha por Linda Perez Lopez com 12,05s, mais lenta do que o recorde mundial de Jerusa Geber dos Santos. As desclassificações marcaram os 100m femininos.
Mesmo assim a sensação é que o melhor pode estar para chegar para a delegação brasileira presente em Tóquio 2020. A meta está agora colocada nos 21 ouros de Londres 2012, a melhor prestação do Brasil em Jogos Paralímpicos.
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