Beth Gomes lidera dia de façanhas do Brasil; triatlo e badminton ganham medalhas inéditas

Por Leandro Stein
30 min|
Beth Gomes celebra o ouro conquistado no lançamento de disco
Foto por Alexandre Schneider/CPB

O Brasil experimentou mais um dia de glórias nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. O hino nacional voltou a soar em diferentes modalidades nesta segunda-feira, 2 de setembro. Foi um dia de feitos enormes, especialmente na natação e no atletismo. O triatlo e o badminton também renderam medalhas inéditas ao país. O Brasil somou quatro ouros, quatro pratas e três bronzes nesta segunda. Os brasileiros já totalizam 38 medalhas desde o início de Paris 2024: 12 ouros, 8 pratas e 18 bronzes.

Beth Gomes estrelou o dia para o Brasil, capaz de ganhar duas medalhas: a prata no arremesso de peso, de tarde, e o ouro no lançamento de disco, de noite. Ainda quebrou um recorde mundial e um recorde Paralímpico nas provas. Claudiney Batista não ficou atrás, com o tricampeonato no lançamento de disco e o recorde Paralímpico. O atletismo ainda rendeu a prata de Aser Ramos no salto em distância e o bronze de Vinícius Rodrigues nos 100m T63, além do recorde mundial de Jerusa Geber na semifinal dos 100m T11.

A natação também teve façanhas brasileiras. Gabriel Araújo deu mais um show, com seu terceiro ouro em Paris 2024, se sagrando bicampeão nos 200m livre masculinos S2. Carol Santiago também foi bicampeã nos 50m livre femininos S13. A pernambucana chegou a cinco ouros Paralímpicos na carreira, dois deles em Paris 2024, superando a marca de Ádria Santos como mulher brasileira mais vitoriosa da história dos Jogos. Ainda teve dobradinha de irmãs gêmeas, graças à prata de Débora Carneiro e ao bronze de Beatriz Carneiro nos 100m peito femininos SB14.

Outro feito notável foi registrado por Ronan Cordeiro, que conquistou a primeira medalha do Brasil no triatlo dos Jogos Paralímpicos. O paranaense ficou com a prata da classe PTS5. O badminton também garantiu uma medalha inédita para o Brasil, através de Vitor Tavares, com o bronze no simples masculino SH6. Já no tênis de mesa, Bruna Alexandre assegurou ao menos uma medalha de bronze, ao avançar às semifinais do simples feminino.

No goalball masculino, o Brasil se aproximou do pódio ao alcançar as semifinais. Atuais campeões do torneio, os brasileiros derrotaram o Egito por 10 a 0 nas quartas de final, com destaque aos três gols de Parazinho. O vôlei sentado também se sobressai no feminino, com a terceira vitória do Brasil, sobre a Eslovênia, e a classificação com 100% de aproveitamento às semifinais. Já no futebol de cegos, a classificação se aproximou após o show diante da anfitriã França. Aos pés da Torre Eiffel, o Brasil ganhou por 3 a 0.

Confira abaixo um resumo desta segunda-feira nos Jogos Paralímpicos.

Jogos Paralímpicos Paris 2024

Fantástica, Beth Gomes leva ouro e prata no mesmo dia

Beth Gomes viveu uma segunda-feira para a história dos Jogos Paralímpicos. A porta-bandeira do Brasil em Paris 2024 foi capaz de ganhar duas medalhas no mesmo dia dentro do Stade de France. Durante a tarde parisiense, Beth faturou a prata no arremesso de peso F53/F54 (comprometimento físico-motor), com recorde mundial da classe F53. Já de noite, Beth Gomes conseguiu o bicampeonato no lançamento de disco F53, com direito a recorde Paralímpico. É um feito imenso para a brasileira de 59 anos.

Um detalhe curioso é que Beth Gomes subiu ao pódio do arremesso de peso enquanto ainda competia pelo ouro no lançamento de disco. A brasileira foi a primeira atleta a realizar seus lançamentos. Enquanto liderava a prova e aguardava as adversárias em suas tentativas, recebeu a medalha de prata conquistada mais cedo. Beth ainda sentiu um desconforto no ombro direito e cansaço após a final do arremesso de peso. Isso não a impediu de ir além no lançamento de disco e ganhar o ouro.

Os maiores sucessos de Beth Gomes na carreira aconteceram mesmo no lançamento de disco, prova na qual conquistou o seu primeiro ouro nos Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020 – tornando-se a atleta mais velha a ser campeã Paralímpica até então. Também possui três ouros em Campeonatos Mundiais. Porém, igualmente é uma atleta de elite no arremesso de peso, incluindo três pódios em Mundiais, com um ouro em 2023 e uma prata em 2024.

A primeira medalha de Beth Gomes nesta segunda-feira veio no arremesso de peso. Ela faz parte da classe F53, mas competiu contra atletas da F54, com comprometimento físico-motor menor. A brasileira conseguiu um arremesso de 7m82 em sua sexta tentativa, que valeu a prata e o recorde mundial F53. Todas as outras finalistas eram da F54. O ouro ficou com a mexicana Gloria Zarza Guadarrama (8m06), atual campeã mundial. Já o bronze foi da uzbeque Nurkhon Kurbanova (7m75).

“Essa medalha pra mim está saindo com gostinho de dever cumprido, porque eu competi numa classe acima da minha, né, na F54, numa prova secundária, e eu acreditei que tinha chance. Eu fui buscar no último arremesso a medalha de prata, com gostinho de ouro e juntamente com o recorde mundial”, declarou Beth Gomes, ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A veterana chegou a chorar após a conquista, ao relembrar sua ausência na Rio 2016, quando passou por uma reclassificação que a tirou de sua classe. Deu a volta por cima oito anos depois.

Já o lançamento de disco tinha Beth Gomes como favorita na classe F53, em busca do bicampeonato. A brasileira conseguiu 17m37 em seu quinto lançamento e quebrou o recorde Paralímpico, encaminhando o ouro antes mesmo que as adversárias competissem. Os três melhores lançamentos da noite foram de Beth. A prata ficou com a japonesa Onidani Keiko, com 15m78, novo recorde asiático. O bronze foi da ucraniana Zoia Ovsii, com 14m17.

"Eles mudaram a ordem de lançamento. Eu era a quarta, isso mexeu um pouco comigo. Falei com o treinador, ele me disse para relaxar e ir com calma. Competir em duas provas é cansativo, porque minha deficiência me deixa exausta e tive pouco tempo para descansar. Depois do arremesso de peso, fui à Vila almoçar, me recuperar, tomar um banho, baixar a adrenalina. Mas graças a Deus eu consegui superar tudo isso", analisou Beth Gomes, após seu ouro no lançamento de disco.

E a veterana ainda vai por mais no futuro, mirando LA28: "Definitivamente quero estar em Los Angeles, se Deus quiser, aos 63 anos. Vejo atletas competindo até os 70 anos, por que não eu? Se Deus me permitir e me der saúde, quero estar em Los Angeles, talvez encerrando minha carreira. Se eu tiver força e sanidade aos 90 anos, estarei lá por mais uma medalha".

Beth Gomes praticava vôlei quando foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993. A partir de 1996, a paulista de Santos começou no basquete em cadeira de rodas e disputou os Jogos Paralímpicos Beijing 2008. Sua mudança de sucesso ao atletismo aconteceu a partir de 2012, já aos 47 anos. Virou lenda.

Claudiney Batista se sagra tricampeão paralímpico

Claudiney Batista era forte candidato ao pódio em Paris 2024. O mineiro de Bocaiúva possui um currículo extenso no lançamento de disco. Conquistou o ouro na Rio 2016 e repetiu o feito em Tóquio 2020, enquanto também possui cinco medalhas da prova em Campeonatos Mundiais, incluindo os ouros em 2019, 2023 e 2024. O recorde mundial também é seu, com 47m37 obtidos em junho de 2023. O domínio do atleta no evento se repetiu no Stade de France, e com recorde Paralímpico.

Claudiney Batista conquistou o ouro nos Jogos Paralímpicos Paris 2024 no lançamento de disco F56, para atletas que competem sentados. O brasileiro registrou 46m86 em sua quinta tentativa, novo recorde Paralímpico. O detalhe é que os seis lançamentos de Claudiney ficaram acima dos 44m74 e garantiriam o ouro. A prata foi do indiano Yogesh Kathuniya (42m22) e o bronze ficou com o grego Konstantinos Tzounis (41m32).

“É um mix de emoções. Feliz com esse tricampeonato, é muito treino, muito foco, muita determinação, treinei bastante nessa aclimatação. Nesse momento vale tudo, alimentação, descanso, a ótima estrutura que o Comitê nos deu em Troyes (na França). Estava com um desconforto na coluna, fiquei apreensivo, mas na hora ali a adrenalina subiu, não senti dor e deu tudo certo”, declarou Claudiney, ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Aos 45 anos, Claudiney participa do movimento Paralímpico desde 2006, pouco depois do acidente de moto que provocou a amputação de sua perna esquerda. Antes halterofilista, passou a disputar as provas de campo no atletismo. O mineiro também possui medalhas no lançamento de dardo, com uma prata em Londres 2012. No último ano, Claudiney foi escolhido como um dos porta-bandeiras do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos Santiago 2023. Na ocasião, levou o ouro no lançamento de disco.

Carol Santiago se isola como a mulher com mais ouros Paralímpicos do Brasil

Maria Carolina Santiago é um fenômeno da natação do Brasil. A pernambucana de 39 anos conquistou seu segundo ouro em Paris 2024, com o bicampeonato dos 50m livre feminino S13 (deficientes visuais). Carol já tinha batido o recorde Paralímpico da classe S12 na semifinal. E mesmo competindo com adversárias da S13, uma classe superior, a brasileira chegou ao topo do pódio. Isolou-se como a maior campeã Paralímpica da história do Brasil.

Os 50m livre é a prova favorita de Carol Santiago. E a pernambucana apresentou seu melhor nível, ao conseguir o tempo de 26s75 na final. A prata ficou com Gia Pergolini, dos Estados Unidos, que fez 27s51, e o bronze foi conquistado por Carlotta Gilli, da Itália, com o tempo de 27s64. Ambas são da classe S13, com visão superior à de Carol.

Carol Santiago tinha vencido o ouro nos 100m costas feminino S12 em Paris 2024. Já em Tóquio 2020, Carol faturou três ouros, uma prata e um bronze – campeã também dos 50m livre feminino S13. A lista de feitos da pernambucana inclui o recorde mundial S12 nos 50m livre. Possui ainda 19 medalhas em Campeonatos Mundiais, 13 de ouro, com o tricampeonato nos 50m livre.

Carol Santiago nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Ela praticou natação convencional até 2018, quando fez sua migração para o esporte Paralímpico. Mesmo com a mudança tardia, Carol já se torna a brasileira com mais ouros na história dos Jogos Paralímpicos, agora com cinco títulos, ultrapassando os quatro ouros de Ádria Santos no atletismo. Carol ainda tem mais três chances de medalha em Paris 2024.

“Isso (recorde) significa muito para mim, significa que a gente, com toda a dedicação que teve, conseguiu chegar nesse nível, né? E isso é grandioso demais, eu acho que isso vai ficar, vai ficar toda essa força, toda essa dedicação que a gente tem, esse sonho realizado, para que os novos atletas que estão chegando, para que as crianças possam ver nisso um caminho, que é simples”, afirmou Carol, ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Gabriel Araújo, do Brasil

Foto por Alessandra Cabral/CPB

Gabrielzinho coleciona terceiro ouro em Paris 2024

Gabriel Araújo continua protagonizando uma campanha arrebatadora na natação de Paris 2024. Porta-bandeira ao lado de Beth Gomes na Cerimônia de Abertura, Gabrielzinho garantiu sua terceira medalha de ouro nesta edição dos Jogos Paralímpicos, a quinta de sua carreira. Como ele mesmo gosta de falar, o mineiro “amassou” a prova para ser bicampeão nos 200m livre masculinos S2 (limitações físico-motoras). Terminou com mais de 15s de vantagem sobre o segundo colocado e estabeleceu o novo recorde das Américas.

Gabrielzinho já tinha vencido as semifinais com folgas, mas melhorou ainda mais seu tempo na final. O brasileiro garantiu o ouro com 3min58s92. A prata ficou com o atleta neutro Vladimir Danilenko, com 4min14s16. Já o bronze foi do chileno Alberto Abarza Díaz, com 4min22s18. O Brasil ainda teve Bruno Becker na quinta posição, com 4min27s65.

"Tenho a sensação de missão cumprida. Vim até Paris para ganhar três ouros e consegui isso. Estou muito feliz", declarou Gabrielzinho, depois da vitória. Chamado de 'Rocket Man' pelo segundo colocado, Vladimir Danilenko, o brasileiro brincou com o apelido: "Eu me sinto como se fosse o Homem Foguete. Foguete não dá ré, vai sempre em frente".

Ao longo dos últimos dias, Gabrielzinho já tinha vencido os 50m costas e os 100m costas em Paris 2024, além de quebrar o recorde mundial da classe SM2 nos 150m medley – embora tenha ficado em quarto na prova, ao competir contra adversários da SM3, que possuem menos limitações físico-motoras. Gabriel ainda participará dos 50m livre, na sexta-feira, 6 de setembro.

Gabrielzinho vinha de três medalhas em Tóquio 2020: ouro nos 200m livre e nos 50m costas, além da prata nos 100m costas. O mineiro ainda possui seis medalhas em Campeonatos Mundiais, todas de ouro. Aos 22 anos, Gabriel tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Sua entrada na natação aconteceu através de um professor nos Jogos Escolares de Minas Gerais.

Gêmeas Débora e Bia levam prata e bronze nos 100m peito SB14

O Brasil vivenciou uma grande história nos 100m peito feminino SB14 (deficiência intelectual), com as irmãs gêmeas Débora e Beatriz Carneiro. As duas subiram ao pódio juntas, com a prata de Débora e o bronze de Bia. A britânica Louise Fiddes conquistou o ouro com 1min15s47, graças ao forte final de prova. Débora conseguiu 1min16s02 e Bia fechou com 1min16s46 -- apenas nove centésimos à frente da australiana Paige Leonhardt, quarta colocada.

Débora e Bia vinham com os melhores tempos nas semifinais. Além disso, as duas tinham protagonizado dobradinhas recentes, com ouro e prata no Mundial 2023 e nos Jogos Parapan-Americanos 2023 – com uma vitória para cada irmã. Débora conquista sua segunda medalha Paralímpica e Bia chega à terceira, também com o bronze no revezamento 4x100m misto em Paris 2024. As irmãs de 24 anos nasceram com deficiência intelectual de grau moderado.

"Não consigo traduzir esse momento. É algo único para mim, muito especial, ao lado da minha irmã, representar meus amigos, minha família, minha cidade. É o mais importante. Hoje também é aniversário do nosso pai, então é um presente para ele", afirmou Débora, depois da prova.

"Estou muito, muito feliz. É um sonho estar com minha irmã no pódio. Essa medalha de bronze vale como ouro. Estava com medo de ter um ataque cardíaco, foi muito emocionante", complementou Bia.

O Brasil passou perto do pódio nos 100m peito masculino SB14 (deficiência intelectual), com João Brutos. O mineiro avançou com o segundo melhor tempo nas semifinais e terminou a final em quarto, a apenas três centésimos do bronze. Brutos, que busca sua primeira medalha Paralímpica, fez 1min04s97.

Nos 50m costas feminino S3 (limitações físico-motoras), o Brasil teve duas finalistas, mas sem pódios. Dona de três medalhas Paralímpicas e 19 em Mundiais, Edênia Garcia ficou na quinta colocação, com 1min02s83. Ela disputa os Jogos Paralímpicos desde Atenas 2004. Já Maiara Barreto está em sua terceira participação Paralímpica e alcançou a sexta posição, com 1min05s97.

Gabriel Cristiano não passou à final dos 50m livre masculino S9, com 16° tempo das qualificatórias. Já o revezamento 4x100m misto 34 pontos foi desqualificado na classificatória. O CPB entrou com recurso, que não foi aceito.

Aser Ramos conquista emocionante prata no salto em distância

O salto em distância masculino T36 (paralisados cerebrais) teve uma das finais mais acirradas dos Jogos Paralímpicos Paris 2024. E o Brasil conquistou seu lugar no pódio, com a medalha de prata para Aser Ramos. Numa prova que teve três atletas empatados em seus melhores saltos até as últimas tentativas, o brasileiro assegurou a segunda colocação com 5m76. Atual campeão dos Jogos Parapan-Americanos, o gaúcho tinha ficado na quarta posição em Tóquio 2020 e também no Mundial 2024.

Aser conseguiu 5m76 logo na segunda tentativa. O ucraniano Oleksandr Lytvynenko também registrou a marca na primeira tentativa, enquanto o atleta neutro Evgenii Torsunov conseguiu 5m76 na sua segunda. Aser ia ficando com o ouro até a sexta tentativa de cada, como tinha a segunda melhor marca entre os três. Porém, em seu último salto, Torsunov conseguiu 5m83 (novo recorde Paralímpico) e se sagrou bicampeão da prova.

Aser Ramos queimou a sexta tentativa e levou a prata, com o bronze para Lytvynenko, abaixo do brasileiro no segundo melhor salto da noite. Aser tem paralisia cerebral em decorrência de uma icterícia neonatal, que deixou sequelas motoras, auditivas e fonéticas. Aos 33 anos, pratica atletismo desde 2005. O Brasil ainda teve a sexta colocação na prova, de Rodrigo Parreira da Silva, que conseguiu 5m60 em seu melhor salto. Ele tinha levado a prata na Rio 2016.

Aser dedicou a medalha ao seu estado, o Rio Grande do Sul, após as enchentes que afetaram a população no primeiro semestre: "Eu dedico toda a honra dessa prata ao Rio Grande do Sul. Essa medalha tem muito mais sabor que a prata, por toda a tristeza no Rio Grande do Sul. Precisei deixar o estado às pressas, porque senão eu certamente não estaria aqui. Estamos passando por momentos difíceis, nos reconstruindo e há muitas casas destruídas. Minha família é de Porto Alegre e abrigou outras famílias".

O saltador ainda falou sobre a volta por cima, após bater na trave em Tóquio 2020: "Nos últimos Jogos, cheguei perto e fiquei em quarto lugar. Fiquei todos os anos trabalhando para estar aqui novamente e foi isso que me levou a ganhar a medalha. Levo tudo isso comigo, com extremo respeito àqueles que trabalharam comigo. Ser medalhista de prata é incrível, inimaginável, e hoje tornei isso possível".

Vinícius Rodrigues é bronze na intensa final dos 100m T63

A pista de atletismo do Stade de France também teve medalhista do Brasil nesta segunda-feira. Vinícius Rodrigues celebrou o bronze nos 100m masculinos T63 (amputados de membros inferiores com prótese). O paranaense de Maringá é o recordista mundial da prova e já tinha levado a prata em Tóquio 2020.

Vinícius fez seu melhor tempo na temporada, com 12s10, numa prova apertadíssima que dependeu do photo finish na definição. O americano Ezra Frech levou o ouro com 12s06, enquanto a prata ficou com o dinamarquês Daniel Wagner, com 12s08. Os seis primeiros colocados ficaram abaixo de 12s20, com menção ainda ao alemão Leon Schaefer, quarto colocado por dois centésimos acima de Vinícius.

Vinícius sofreu um acidente de moto aos 19 anos, que levou à amputação da perna esquerda. Ainda em recuperação, recebeu a visita de Terezinha Guilhermina, lenda do atletismo Paralímpico que é sua conterrânea e tem amigos em comum em Maringá. No hospital, Terezinha presenteou Vinícius com seu uniforme de Beijing 2008, quando ganhou o ouro nos 200m T11, a prata nos 100m T11 e o bronze nos 400m T11. Graças ao incentivo, quatro meses depois ele já começou sua carreira no atletismo Paralímpico.

"Foi muito bom. Lógico que eu queria o ouro, estou um pouco triste que não bati o sino. Mas, considerando o ano difícil que eu tive, estou feliz com o resultado. Muitas pessoas me criticaram, dizendo que eu sequer chegaria aqui. Esse é o problema com os brasileiros, que não entendem a jornada de um atleta e então querem deixá-lo para baixo, sem acreditar nele, xingando. Isso é inveja de gente que nunca ganhou campeonatos, que não sabe o que é ser campeão paralímpico", afirmou Vinícius, depois da prova.

Vinícius também é conhecido por sua participação no programa Big Brother Brasil. Ele relatou que sua mãe tentou tirar a própria vida pouco depois. Por outro lado, a segunda filha do atleta, Olívia, nasceu um dia depois que ele deixou o Brasil rumo a Paris 2024. Poderá levar de presente uma medalha.

Ronan Cordeiro leva prata inédita no triatlo

O triatlo é realizado nos Jogos Paralímpicos desde a Rio 2016. Nesta segunda-feira, o Brasil garantiu seu primeiro pódio na modalidade. O feito foi alcançado por Ronan Cordeiro, que conseguiu a medalha de prata na classe PTS5, para atletas com comprometimento físico-motor.

Ronan Cordeiro concluiu a prova em 59min01. O brasileiro se manteve na segunda colocação durante praticamente toda a disputa, com destaque ao melhor tempo em suas duas transições. O ouro ficou com Chris Hammer, dos Estados Unidos, com 58min44. O bronze foi do alemão Martin Schulz, dono de dois ouros Paralímpicos, com 59min19. Portugal ganhou diploma no triatlo PTS5, com a quarta colocação de Filipe Marques, que concluiu o percurso em 59min59.

Aos 27 anos, Ronan Cordeiro está em sua segunda participação nos Jogos Paralímpicos. O paranaense de Curitiba foi quinto colocado em Tóquio 2020 e possui dois bronzes em Campeonatos Mundiais. Com má formação congênita na mão esquerda, Ronan iniciou sua carreira Paralímpica na natação e, depois de seis anos, migrou para o triatlo em 2018.

“Fizemos história. Agradecer ao CPB, que me levou para treinar na altitude. Eu tinha uma missão, que era acabar com esse paradigma do triatlo. Podemos mais no triatlo, vamos acreditar. Eu queria o ouro, são muitos sentimentos, dei tudo na natação, dei tudo no ciclismo, e acabei pagando na corrida. Mas é um resultado histórico e vai mudar para o triatlo”, declarou Ronan, ao CPB.

O Brasil ainda contou com duas participantes nas finais do triatlo feminino em Paris 2024. Letícia Freitas terminou na nona colocação da classe PTVI. Jessica Ferreira, por sua vez, não concluiu a prova na classe PTWC.

Vitor Tavares celebra bronze inédito no badminton

Outra modalidade que rendeu uma medalha inédita para o Brasil foi o badminton, parte do programa dos Jogos Paralímpicos desde Tóquio 2020. O feito foi obtido por Vitor Tavares, que comemorou a medalha de bronze no torneio de simples masculino da classe SH6 (baixa estatura). Na decisão do terceiro lugar, o paranaense venceu Chu Man Kai (Hong Kong, China) por 2 games a 1, em 48 minutos de partida.

Vitor Tavares avançou aos mata-matas com a segunda colocação de seu grupo, mesmo com duas derrotas e uma vitória na fase de classificação. O brasileiro então bateu Miles Krajewski, dos Estados Unidos, nas quartas de final e perdeu para Charles Noakes, da França, nas semifinais. Ganhou direito de disputar o bronze contra Chu Man Kai e não desperdiçou a oportunidade. Após vencer o primeiro game por 23-21 e perder o segundo por 16-21, Vitor garantiu o pódio com a parcial de 21-12 no terceiro game.

"Eu tô muito feliz, muito feliz de estar sendo medalhista paralímpico. Uma medalha inédita não só para minha carreira, mas para o badminton brasileiro inteiro”, disse Vitor Tavares, ao CPB, exaltando ainda o apoio da torcida. “O brasileiro torcendo é diferenciado, né, querendo ou não. Tem gente que eu amo torcendo pra mim, é incrível demais. Isso me motivou e fez a gente ir mais longe”.

Vitor Tavares, de 25 anos, possui hipocondroplasia congênita, deficiência conhecida popularmente como nanismo. O paranaense de Curitiba iniciou no badminton em 2016, através de um professor de sua escola. Em Tóquio 2020, Vitor já tinha passado perto da medalha, com a quarta colocação no torneio de simples SH6. Ele possui sete medalhas em Mundiais, bem como a prata nos Jogos Parapan-Americanos Santiago 2023.

Bruna Alexandre, do Brasil

Foto por Alexandre Schneider/CPB

Bruna Alexandre já garante o bronze no simples feminino do tênis de mesa

Primeira brasileira a disputar Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Bruna Alexandre continua fazendo história em Paris 2024. A catarinense de Criciúma já tinha levado o bronze nas duplas femininas WD20, além de ficar na quinta posição nas duplas mistas XD17. Nesta segunda, Bruna avançou à semifinal do simples feminino WS10 e garantiu ao menos o bronze, embora mire o primeiro ouro Paralímpico da carreira.

Pelas quartas de final, Bruna Alexandre derrotou a sueca Anja Handen por 3 games a 1 – parciais de 11-4, 11-2, 6-11 e 11-4. A brasileira dominou os dois primeiros games e perdeu ritmo no terceiro, mas teve uma excelente recuperação no quarto para selar o triunfo. Bruna chega a seis medalhas Paralímpicas, somando as duas da Rio 2016 e as duas de Tóquio 2020. Anteriormente, ela levou o bronze no simples feminino na Rio 2016 e a prata em Tóquio 2020. A semifinal está marcada para esta terça-feira, 3 de setembro.

Claudio Massad se despediu a uma vitória do pódio no simples masculino MS10, após ganhar o bronze nas duplas MD18. Porém, nas quartas de final, o brasileiro foi superado pelo polonês Patryk Chojnowski – finalista no simples em três edições dos Jogos Paralímpicos e dono de dois ouros. O europeu ganhou por 3 games a 0, parciais de 11-1, 11-8 e 11-3. Lucas Arabian também caiu nas quartas de final do simples masculino MS5. Após avançar nas oitavas no início do dia, o brasileiro foi superado pelo sérvio Mitar Palikuca por 3 games a 0.

Thiago Gomes avançou nas oitavas de final do simples masculino MS11, ao ganhar por 3 games a 0 do egípcio Abdelrahman Abdalla. Paulo Salmin perdeu nas oitavas do simples masculino MS7 diante do sueco Jonas Hansson, por 3 games a 1. Já Israel Stroh se despediu nas oitavas do simples masculino MS7, com 3 games a 0 para o egípcio Sayed Youssef.

No feminino, Evellyn Santos venceu nas oitavas de final do simples feminino WS11, ao anotar 3 games a 0 contra Ng Mui Wui, de Hong Kong, China. Carla Azevedo perdeu nas oitavas de final WS1-2, superada pela tailandesa Chilchitparyak Bootwansirina por 3 games a 0.

Jerusa Geber, do Brasil

Foto por Alexandre Schneider/CPB

Recorde mundial para Jerusa Geber nos 100m T11

Jerusa Geber é um nome histórico dos 100m femininos T11 (deficiência visual) no atletismo, com três títulos mundiais na prova. O ouro Paralímpico ainda é um objetivo, com a prata em Londres 2012 e o bronze em Tóquio 2020. A classificação de Jerusa para mais uma final nos Jogos Paralímpicos veio de forma contundente: ela quebrou o recorde mundial na semifinal.

Jerusa registrou 11s80 na semifinal desta segunda-feira, após ter passado apenas com o oitavo melhor tempo na primeira fase qualificatória. A acreana compete ao lado de Gabriel Garcia, seu guia, que fez parte do revezamento 4x100m do Brasil nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Outra finalista do Brasil é Lorena Spoladore, bronze no último Mundial, que passou com 12s07, o terceiro melhor tempo. Jhulia Karol parou nas semifinais, com 12s58. A final acontecerá nesta terça-feira, 3 de setembro.

"Foi o terceiro recorde mundial que nós quebramos juntos (com Gabriel) e a emoção é tão grande que nem sei explicar. Não é todo dia que isso acontece, ainda mais nos 100m, uma corrida cheia de detalhes, muito rápida. Não dá para pensar muito e qualquer errinho, qualquer hesitação, pode te fazer perder", analisou Jerusa Geber.

O Brasil vem forte nos 1500m masculinos T11 (deficiência visual). Yeltsin Jacques avançou com o melhor tempo, sua melhor marca na temporada, ao fazer 4min03s22. Júlio César Agripino foi o quarto melhor, com 4min10s10. Os dois já subiram ao pódio nos 5000m, com ouro para Júlio César e bronze para Yeltsin. A final ocorre na terça-feira. Nos 1500m feminino T54 (cadeirantes), Aline Rocha passou à final, enquanto Vanessa Cristina de Souza não avançou. Aline levou quatro medalhas nos Jogos Parapan-Americanos 2023, incluindo a prata nos 1500m.

Antônia Keyla passou à final dos 400m feminino T20 (deficiência intelectual). A brasileira fez o sétimo melhor tempo, com 57s54, sua melhor marca na temporada. A final será nesta terça-feira. Nos 400m femininos T12 (deficiência visual), o Brasil não passou às finais. Ketyla Teodoro e Clara Daniele ficaram nas semifinais, com o sétimo e o oitavo melhor tempo, respectivamente. Lorraine Aguiar parou na primeira fase qualificatória.

O Brasil disputou quatro finais no atletismo nesta segunda em que não subiu ao pódio. No lançamento de dardo F42/F64 (deficiência nos membros inferiores), Edenilson Floriani conseguiu o recorde Paralímpico da classe F42, com 57m99. Contudo, competindo contra adversários de classes superiores, terminou na oitava colocação. O catarinense é o atual campeão dos Jogos Parapan-Americanos no dardo e no arremesso de peso. Ainda terá nova chance no arremesso de peso de Paris 2024.

Estreante em Jogos Paralímpicos, Henrique Nascimento se saiu bem nos 100m T35 (paralisados cerebrais), mesmo sem a medalha. Terminou na quarta colocação e estabeleceu o novo recorde das Américas, a seis centésimos da medalha. Dono de duas pratas na Rio 2016, Fábio Bordignon ficou na oitava colocação da final. Ambos voltarão à pista para os 200m.

Alessandro Rodrigo da Silva vinha de duas medalhas em Tóquio 2020, mas terminou na quinta posição do arremesso de peso F11 (deficiência visual), na qual foi prata há três anos. Fez sua melhor marca na temporada, com 12m86, mas ficou a 52cm do pódio. O paulista segue com chances no arremesso de disco F11, prova na qual é o atual campeão Paralímpico.

Alan Fonteles ficou na oitava posição dos 100m T64 (amputados de membros inferiores com prótese), classe acima da sua, a T62. O paraense concluiu a prova em 11s22, 45 centésimos acima do pódio. O vencedor estabeleceu o novo recorde Paralímpico: Sherman Guity Guity, de Costa Rica. Fonteles possui três medalhas Paralímpicas na carreira e ainda participará dos 400m T62.

A equipe de Goalball do Brasil comemora a vitória sobre o Egito

Foto por Alexandre Schneider/CPB

Goalball masculino se confirma nas semifinais

O Brasil avançou às semifinais do goalball masculino, modalidade na qual o país vêm de três pódios nos Jogos Paralímpicos – com a prata em Londres 2012, o bronze na Rio 2016 e o ouro em Tóquio 2020. O favoritismo brasileiro se confirmou de maneira inapelável nas quartas de final, diante do Egito, com vitória por 10 a 0.

O Brasil já vinha de grande desempenho na fase de grupos do goalball masculino, com duas vitórias e um empate, incluindo o triunfo na estreia diante dos Estados Unidos, algozes nas semifinais da Rio 2016. Já diante do Egito, os atuais campeões não deram trégua e conseguiram uma vitória perfeita por 10 a 0. Depois dos cinco gols no primeiro tempo, o Brasil foi ainda mais dominante na segunda etapa e antecipou o apito final com 6min26 no relógio.

Parazinho anotou três gols para o Brasil. Leomon Moreno (2), Emerson (2), Dantas (2) e Paulinho (1) completaram o placar. Os brasileiros enfrentarão a Ucrânia nas semifinais, marcadas para quarta-feira, 4 de setembro. Já no feminino, o Brasil disputa as quartas de final nesta terça-feira, contra o Japão, em busca de uma medalha inédita.

Vôlei sentado feminino avança com 100% de aproveitamento

A equipe feminina de vôlei sentado do Brasil conquistou sua terceira vitória e terminou a fase de classificação com 100% de aproveitamento, na primeira colocação do Grupo B. As brasileiras tiveram um triunfo tranquilo sobre a Eslovênia, por 3 sets a 0, em 1h05 de confronto. A seleção se garante nas semifinais, que acontecerão em 5 de setembro, no aguardo da definição das próximas adversárias.

O Brasil se impôs sobre a Eslovênia desde o primeiro set, com parciais de 25-14, 25-18 e 25-15. Foram 12 pontos de saque do Brasil, dominante no fundamento. Edwarda Oliveira contribuiu com 15 pontos, enquanto Suellen Dellangelica anotou 11 pontos, sendo cinco aces. Destaque ainda aos quatro pontos de bloqueio de Janaina Cunha.

O Brasil é treinado por Fernando Guimarães, irmão de José Roberto Guimarães, tricampeão Olímpico. As brasileiras vêm de dois bronzes no vôlei sentado. No masculino, o Brasil já não tem mais chances de classificação em Paris 2024, com duas derrotas nas duas primeiras partidas pelo Grupo B, diante de Alemanha e República Islâmica do Irã.

Brasil comemora no futebol de cegos

Foto por Franco Arland/Getty Images for IPC

Futebol de cegos do Brasil se impõe contra a França

O futebol de cegos do Brasil teve mais uma vitória contundente em Paris 2024. Os atuais pentacampeões Paralímpicos tinham estreado com triunfo sobre a Türkiye e repetiram o placar nesta segunda-feira, contra a anfitriã França: 3 a 0, sob os olhares de 12 mil torcedores nas arquibancadas. Foi um resultado importante não apenas para aproximar a classificação, como também para demonstrar força contra um oponente que possui uma prata em Londres 2012.

A vitória do Brasil se abriu de forma brilhante no primeiro tempo, com Ricardinho. Três vezes melhor do mundo, o ala ofensivo marcou um golaço: deu duas lindas fintas após cobrança de escanteio, deixou três adversários na saudade e acertou um potente chute cruzado para vencer o goleiro. Antes do intervalo, Jardiel ampliou em cobrança de tiro livre. Por fim, Nonato fechou o placar a três minutos do fim, com um chute rasteiro.

“É casa lotada, o espetáculo está acontecendo, isso é muito bacana. O pessoal, enchendo a arena, mostra o prestígio da nossa modalidade. É muito bom fazer parte desse momento. Quanto ao gol, o Cézinha me fez a leitura de como a França estava marcando a saída do escanteio. Eu ameacei fazer um arco maior, dei um gato aqui, trouxe e peguei um chute que não é todo dia”, comentou Ricardinho, depois do jogo, ao CPB.

O Brasil completa sua participação no Grupo A nesta terça-feira, contra a República Popular da China, atual vice-campeã mundial. Os chineses perderam na estreia contra a França. Um empate já garantirá a liderança dos brasileiros rumo às semifinais.

Brasileiros se despedem no tiro com arco e no tênis em cadeira de rodas

As quartas de final foram o limite para as equipes mistas do Brasil no tiro com arco. A dupla formada no composto open por Jane Karla e Reinaldo Charão perdeu numa apertada disputa contra a República Islâmica do Irã, por 153 a 151. Já a dupla formada por Jéssica Cristina Silva e Eugênio Franco teve mais dificuldades no W1, derrotada por 144 a 121 pelos tchecos Sarka Musilova e David Drahoninsky.

O Brasil terá sua última chance no tiro com arco com Luciano Rezende, que disputa os 16-avos de final do arco recurvo open masculino a partir da próxima quarta-feira, 4 de setembro.

O tênis em cadeira de rodas teve duas derrotas do Brasil nesta segunda-feira. Leandro Pena se despediu do torneio de simples masculino quad, superado nas quartas de final por Sam Schroder. O tenista de Países Baixos ganhou por 2 sets a 0, parciais de 6-1 e 6-2. Já na terceira rodada do torneio de simples masculino, o japonês Oda Tokito venceu Daniel Rodrigues por 2 sets a 0, parciais de 6-0 e 6-1. O Brasil ainda está representado nas quartas de final das duplas masculinas e vai disputar o bronze nas duplas quad.

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