Finalíssima 2023: Tamires mantém protagonismo durante renovação na seleção brasileira feminina

Lateral esquerda do Corinthians é a única atleta presente em todas as convocações da técnica Pia Sundhage desde que assumiu a seleção brasileira. Presente na Finalíssima do futebol feminino contra a Inglaterra, na quinta-feira, 6 de abril, Tamires mantém protagonismo para evoluir com a modalidade no país. 

4 minPor Gustavo Longo
Tamires, da seleção brasileira feminina, no SheBelieves Cup 2023
(Thais Magalhães/CBF)

Quando se fala em futebol feminino no Brasil, Marta segue como principal referência para os torcedores. Mas dentro de campo, a lateral esquerda Tamires é um grandes símbolos da equipe nacional nos últimos quatro anos. Tanto que aos 35 anos ela segue como destaque brasileira na disputa da Finalíssima feminina 2023.

Campeã da Copa América em 2022, a seleção brasileira enfrenta a Inglaterra, campeã da Euro no mesmo ano. O jogo acontecerá na quinta-feira, 6 de abril de 2023, a partir das 15h40 (horário de Brasília). É a primeira vez que ocorre a disputa entre as campeãs da Europa e da América do Sul no futebol feminino.

Quem estará em campo, mais uma vez, é a lateral Tamires. Não chega a ser uma novidade. A atleta é a única presente em todas as convocações de Pia Sundhage desde que a treinadora assumiu a seleção brasileira em 2019. Ao todo, participou dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020 e das Copas do Mundo de 2015 e 2019. São mais de 130 jogos com a “amarelinha”.

Tamanha constância explica-se pelo preparo físico e, claro, o talento da atleta. Segundo a treinadora, ela é uma lateral “com criatividade de camisa 10”. A facilidade de achar espaços no campo já a fez jogar como meio-campista no Corinthians – e ganhar a Bola de Prata da ESPN em 2021 nessa posição.

Por conta disso, mesmo acima dos 30 anos, tornou-se símbolo da renovação proposta por Pia Sundhage nos últimos anos. Enquanto outras atletas experientes se aposentaram ou perderam espaço, Tamires seguiu na ala esquerda apoiando o surgimento de uma nova geração de atletas, como Bruninha, Julia Bianchi, Geyse e Ary Borges.

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(Gabriel Aponte/Stringer)

Tamires é referência também fora das quatro linhas

A vivência no futebol feminino também faz de Tamires uma das atletas com mais voz na reivindicação de melhores condições para a modalidade no Brasil. Ela vivenciou o crescimento nos últimos anos, mas sabe que ainda é possível fazer mais para que as mulheres tenham seu espaço.

“A gente não chegou aonde a gente gostaria, mas estamos evoluindo, muito feliz com as conquistas que estamos tendo, com a competitividade do Brasileiro, (que está) cada vez melhor, as oportunidades que estão aparecendo para as categorias de base. É um processo positivo e com muitas coisas boas ainda para acontecer”, comentou a atleta ao site oficial do Corinthians.

Suas atuações no clube, inclusive, são parte dessa mudança. Em quatro anos ela empilhou taças e ganhou o respeito de torcedores. Conhecida como “Mamãe da Fiel”, Tamires ganhou duas edições da Libertadores, três do Brasileiro e mais três do Paulista – números incontestáveis diante de qualquer crítica que possa ser feita à modalidade.

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Trajetória de Tamires confunde-se com o futebol feminino do Brasil

Referência da seleção de Pia Sundhage, Tamires percorreu o sonho que a maioria das mulheres tem no Brasil. Ela também era uma menina que gostava de futebol que precisou se mudar para os grandes centros, enfrentou obstáculos, teve que parar duas vezes até se tornar uma das estrelas do país.

Natural de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte, Tamires foi ainda adolescente para São Paulo tentar a sorte no esporte. Jogou no Juventus e Santos, onde foi campeã paulista em 2007, mas a gravidez do filho Bernardo a fez interromper a carreira em 2009.

Foram dois anos longe até aceitar o convite do Atlético Mineiro em 2011, que tinha recém-formado sua equipe feminina. Contudo, uma temporada depois, mais uma pausa porque a distância entre ela e o marido, também atleta e que jogava a mais de 400km de Belo Horizonte na época, poderia atrapalhar na educação do filho.

Foi só em 2013 que Tamires conseguiu retornar de vez ao futebol. Com o marido jogando perto de São Paulo, ela fez um teste e passou no Centro Olímpico, tradicional time paulista. O resto é história: título brasileiro no clube, convocações para seleção, quatro temporadas no futebol europeu (e o marido largando a carreira para que ela pudesse crescer), títulos em clubes e na seleção e, claro, se tornar a “cara” do Brasil no futebol feminino.

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