Enquanto Douglas Souza dormia na Vila Olímpica de Tóquio 2020 de terça-feira (20 de julho) para quarta-feira (21), sua vida mudou. O ponteiro da seleção brasileira masculina de vôlei viralizou em todo o país, com as atrizes Tatá Werneck e Regina Casé declarando torcida por ele, entre outros famosos. Também foi contratado por uma agência de celebridades e participou de uma live com a revista Vogue.
Em dois dias, Douglas quintuplicou seu número de seguidores no Instagram, chegando a 1,2 milhão e se tornando o jogador de vôlei brasileiro mais seguido na rede social. Seus stories são visualizados por mais de 900 mil pessoas. Mesmo antes de Tóquio 2020, ele já tinha uma presença online forte como streamer de games.
O que Douglas Souza, chamado de “Glinhas” pelos colegas, fez para ser esse fenômeno da internet? Apenas ser ele mesmo.
Carismático, sem meias palavras e representante com orgulho da comunidade LGBTQ+ , Douglas Souza dá conselhos amorosos aos seguidores, implica com o companheiro de quarto Maurício Borges, que ele chama de “Jorges”, faz um ‘catwalk’ nas quadras de treino, samba em cima da 'cama de papelão' da Vila Olímpica e canta as músicas de Pabllo Vittar a plenos pulmões.
Apesar de se tornar uma mega celebridade agora, Douglas é um velho conhecido para os fãs de vôlei. O jogador de 25 anos, de Santa Bárbara D’Oeste, fez parte do elenco que conquistou a medalha de ouro na Rio 2016. Também foi vice-campeão mundial em 2018 e campeão da Liga das Nações em 2021 na equipe comandada por Renan Dal Zotto. No momento, ele luta para conquistar uma vaga na equipe titular em Tóquio.
“Eu quero ser lembrado como o primeiro homossexual a jogar em alto nível no Brasil. Quero ser um exemplo para todos que se sentem fora do padrão. Eu sou fora do padrão. Também sou muito magro. Se eu, um garotinho magro do interior de São Paulo chegou lá, você também vai. É assim que eu quero ser lembrado.”
- Douglas Souza ao site webvolei.com
Além de Douglas Souza, o Brasil terá outros campeões da Rio 2016 em Tóquio 2020, como Bruno Rezende, que será um dos porta-bandeiras na Cerimônia de Abertura, Ricardo Lucarelli, Lucas Saatkamp (Lucão), Maurício Borges e Maurício Souza. Entre as novidades estão o ponteiro Leal, nascido em Cuba, o central Isac e o líbero Thales.
Principal rival do Brasil, Polônia conta com Leon
Além de atual campeão Olímpico, o Brasil venceu o último torneio preparatório antes de Tóquio 2020, a Liga das Nações, derrotando o seu maior rival na final, a Polônia. Assim como a seleção brasileira, a polonesa também conta com um jogador de origem cubana, Wilfredo Leon.
Leon chegou a representar Cuba no vôlei, mas se mudou para a Polônia em 2013, virou cidadão e passou a defender a nação europeia em 2019.
“Minha esposa teve um papel enorme na minha decisão [de ficar na Polônia] e amo tudo no meu país novo, as pessoas e a comida. Eu sou e me sinto polonês. Além disso, eu precisava jogar no exterior para melhorar meu nível. Foi uma boa decisão e não mudaria.”
- Wilfredo Leon ao Olympics.com em 2019
A ROC e a França, única seleção a derrotar o Brasil na Liga, também estão em alta. Mesmo sem resultados extremamente positivos recentes, nunca se pode descartar os EUA, tricampeões Olímpicos (LA 1984, Seul 1988 e Beijing 2008).
O torneio de vôlei em Tóquio 2020, disputado na Ariaki Arena, terá dois grupos com seis equipes cada. Os quatro melhores de cada grupo avançam para as quartas de final. O Brasil está no Grupo B com ROC, Argentina, EUA, França e Tunísia.
Jogos da seleção masculina de vôlei do Brasil em Tóquio 2020
- 24 de julho - Brasil x Tunísia - 11:05 JST/ 23:05 (dia 23) horário de Brasília
- 26 de julho - Argentina x Brasil - 21:45 JST/ 9:45 horário de Brasília
- 28 de julho - Brasil x ROC - 21:45 JST/ 9:45 horário de Brasília
- 30 de julho - Brasil x EUA - 11:05 JST/ 23:05 (dia 29) horário de Brasília
- 1 de agosto - Brasil x França 11:05 JST/ 23:05 (dia 31) horário de Brasília