Cinco feitos inéditos que o Time Brasil busca em Paris 2024
A um dia da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024, o Time Brasil se prepara para buscar uma campanha histórica. O país estará representado na maioria das modalidades, de 26 de julho e 11 de agosto, com adolescentes, estreantes, veteranos e atletas no auge na carreira.
Em número total de participantes, o Brasil deve demorar para superar os 465 da Rio 2016, já que o país-sede tinha direito a vagas em praticamente todas as provas. A equipe de Paris, com 274 competidores, também ficará abaixo dos 302 de Tóquio 2020.
A quantidade pode ser menor, mas a qualidade da equipe brasileira se manteve neste ciclo Olímpico de Paris 2024. É possível vislumbrar alguns feitos inéditos para a delegação verde-amarela. Confira abaixo quais metas podem ser alcançadas.
Maior número total de medalhas
Tóquio 2020 foram os Jogos em que o Brasil mais subiu ao pódio em toda a história, 21 vezes. Foram sete oportunidades em que Hino Nacional foi executado para o ouro, além de seis medalhas de prata e oito de bronze.
A campanha foi impulsionada pela adição do surfe e do skate, que permanecem em Paris 2024, do grande desempenho de Rebeca Andrade e da seleção de boxe, de surpresas como a primeira medalha do Brasil no tênis, com Luisa Stefani e Laura Pigossi, além de contribuições de esportes mais tradicionais para o país, como vôlei, judô, futebol, atletismo e natação.
Em Paris 2024, o Brasil continua tendo chances em praticamente todos esses esportes, apesar de não contar com o futebol masculino desta vez, já que a seleção não se classificou. O time de vôlei de praia, que ficou de fora do pódio no Japão, pode retornar à glória desta vez.
Maior número de medalhas de ouro
A campanha na capital japonesa também foi a mais forte da história quando se trata de títulos. Estas foram as sete medalhas Olímpicas de ouro do Brasil em Tóquio 2020 em 2021:
- Rebeca Andrade, ginástica artística: salto feminino
- Italo Ferreira, surfe: masculino
- Isaquias Queiroz, canoagem velocidade: C1 1000m masculino
- Ana Marcela Cunha, maratona aquática: 10km feminino
- Martine Grael/Kahena Kunze, vela: 49erFX
- Hebert Conceição, boxe: 75kg masculino
- Futebol masculino
A principal ginasta do Brasil foi campeã mundial em 2023 no salto, mostrando que ainda briga pelo título, mesmo que Simone Biles tenha potencial de atingir notas maiores. Rebeca também tem chances no individual geral e outros aparelhos.
Por mais que Italo não esteja em Paris 2024, a seleção brasileira conta com outros nomes de vasto currículo mundial, como Gabriel Medina, Filipe Toledo, Tatiana Weston-Webb e João Chianca. Isaquias segue entre os melhores de sua categoria, assim como Ana Marcela e Martine/Kahena.
No boxe, Beatriz Ferreira tem boas chances de fazer o ‘upgrade’ de sua prata de Tóquio para um ouro, assim como os skatistas Rayssa Leal e Pedro Barros e a seleção feminina de vôlei. Não seria de todo mal para o Brasil se o vôlei de praia voltasse ao pódio já no lugar mais alto.
Também há muitas chances do Brasil ganhar sua medalha em outros esportes, mas falamos mais sobre isso abaixo.
Gabriel MEDINA
Edição com maior número de modalidades no pódio
Assim como Luisa Stefani e Laura Pigossi colocaram o tênis no histórico de medalhas do Brasil, muitos atletas terão a mesma oportunidade em Paris 2024. A delegação poderá superar o máximo de 12 esportes com Brasil no pódio da Rio 2016 e de Tóquio 2020.
O tiro com arco, com o número 1 do mundo Marcus D’Almeida, e o tênis de mesa, com o top 5 do mundo Hugo Calderano, despontam neste quesito, mesmo levando em conta a altíssima competitividade nestes esportes.
Apesar da canoagem velocidade já ter tido sucesso nos Jogos, a canoagem slalom também aparece com chances, principalmente com Ana Sátila. Nathalie Moellhausen, da espada da esgrima, vem tentando quebrar esta barreira para o Brasil. Quem sabe sua sorte vem em Paris, cidade onde ela mora?
As “outras” ginásticas, rítmica e de trampolim, também alcançaram resultados inéditos neste ciclo. As equipes brasileiras se aproximam cada vez mais das favoritas, e, como sabemos, ginástica é sobre quem se apresenta melhor no dia.
Primeiros Jogos com maior participação feminina
As mulheres têm crescido no esporte Olímpico brasileiro há muitas edições, e finalmente estarão em maior número do que os homens em Paris 2024. Após bater na trave, com diferença de 20 em Tóquio 2020, o Brasil contará com 153 atletas do esporte feminino, 32 a mais que os representantes masculinos, muito por conta do sucesso dos times femininos brasileiros nos Pré-Olímpicos.
Mais que participar, as mulheres brasileiras chegam para brigar por resultados históricos, medalhas e títulos, mostrando que o país está alinhado com os princípios de paridade de gênero de Paris 2024.
Recordes individuais de medalhas
Paris 2024 poderá ver a liderança de Torben Grael e Robert Scheidt como maiores medalhistas Olímpicos da história do Brasil ser superada. Os dois velejadores conquistaram cinco cada uma.
O canoísta e porta-bandeira Isaquias Queiroz é quem está teoricamente mais perto de superar Grael e Scheidt. O baiano já soma quatro, um ouro, duas pratas e um bronze, e poderá garantir mais duas em Paris.
Já Rebeca Andrade, apesar de ter duas, disputa mais provas nestes Jogos. A paulista tem a oportunidade de subir seis vezes ao pódio em Paris, porque ela figura como candidata em todos os aparelhos, além do individual geral e da disputa por equipes.
Grael e Scheidt manterão o recorde? Rebeca ou Isaquias, ou ambos, chegarão ao topo da história Olímpica do Brasil? Descobriremos a resposta nas próximas duas semanas.