Trio dos 110m com barreiras é destaque do Troféu Brasil de Atletismo

Terminou neste sábado, no Rio de Janeiro, a 41ª edição do principal evento de atletismo entre clubes da América Latina, com mais brasileiros que conquistaram índices para o Mundial de julho. Destaque para os três primeiros dos 100m rasos e dos 110m com barreiras.

6 minPor Virgílio Franceschi Neto
Eduardo de Deus, Gabriel Constantino e Rafael Pereira comemoram depois dos 110m com barreiras durante o Troféu Brasil de Atletismo 2022, no Rio de Janeiro.
(Wagner Carmo/CBAt)

A 41ª edição do Troféu Brasil de Atletismo terminou na manhã deste sábado (25), no Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Desde quarta-feira (22 de junho) o evento reuniu 753 atletas de 123 agremiações, vindos de 22 estados do país, em uma última oportunidade para os participantes conquistarem índices exigidos para o Mundial de Atletismo, que será realizado em Eugene, no Oregon, Estados Unidos, entre 15 e 24 de julho.

Com destaque para Rafael Pereira, que quebrou o recorde sul-americano nos 110m com barreiras, o Olympics.com faz um resumo desta que é a principal competição de clubes da América Latina.

(Wagner Carmo/CBAt)

Rafael Pereira é bicampeão e recordista dos 110m com barreiras

O mineiro Rafael Pereira (clube Clã Delfos) vive grande fase após conquistar as medalhas de prata e bronze nas etapas de Paris e Oslo, respectivamente, da Liga Diamante.

Desta vez no Troféu Brasil, tornou-se bicampeão da prova dos 110m com barreiras, ao fazer em 13s17 e estabelecendo recorde brasileiro e sul-americano. O segundo lugar ficou com Gabriel Constantino (ICB-RJ), com 13s23 e o terceiro foi para Eduardo de Deus (CT Maranhão - MA), que terminou com 13s27.

Os três medalhistas obtiveram índices que os colocam no Mundial de Atletismo. Além disso, seus tempos entraram para o top 15 mundial desta temporada, sendo que Pereira fez o sexto melhor tempo do mundo na prova neste ano.

"Tenho metas curtas e a longo prazo. Meu sonho imediato é disputar a final do Mundial e tentar brigar por uma medalha. Depois claro é participar de Paris, em 2024”, disse Rafael para o site da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

RELEMBRE: Rafael Pereira faz seu melhor tempo e leva prata na Liga Diamante

(Wagner Carmo/CBAt)

Vitória Rosa e Felipe Bardi: os mais rápidos do Brasil

Na tradicional prova dos 100m, Vitória Rosa (EC Pinheiros) e Felipe Bardi (SESI-SP) se coroaram como os velocistas mais rápidos do país. A carioca confirmou o favoritismo e terminou em primeiro com 11s25, seguida por sua colega de clube, Lorraine Martins, com 11s40 e por Ana Caroline Azevedo (CT Maranhão - MA) que fechou com 11s41.

Classificada para o Mundial de Atletismo nos 100m e 200m, ela disse para o site da CBAt: "Fiquei muito feliz com mais uma medalha nessa competição muito importante. Gosto muito de disputar o Troféu Brasil. Mas meu foco está voltado para o Campeonato Mundial do Oregon", disse Rosa, que também venceu os 200m, no sábado.

No masculino, Felipe Bardi já era campeão sul-americano, mas faltava o título brasileiro: "Era um (título) que não tinha. Sou campeão sul-americano, mas não era brasileiro. Fiquei feliz também com a forma como venci", comentou Bardi para o site da CBAt. Em segundo lugar ficou Rodrigo do Nascimento (CT Maranhão - MA) e em terceiro Erik Cardoso (SESI-SP). Os três obtiveram índice para o Mundial.

Rosa e Bardi ainda retornaram à pista do estádio Olímpico Nilton Santos para liderarem suas equipes aos títulos nos revezamentos 4x100m feminino e masculino, respectivamente.

Melhores marcas pessoais nos 400m

Nos 400m, Tiffani Marinho (Orcampi-SP) e Douglas Silva (Balneário Camboriú-SC) venceram suas provas fazendo suas melhores marcas pessoais. Marinho, classificada para o Mundial, terminou com 51s51 e tornou-se tetracampeã brasileira. Ela comentou para o site da CBAt: "Vou entrar no Mundial mais confiante".

Silva foi campeão do Troféu Brasil pela primeira vez, com 45s96 na final. Aos 21 anos, tem como meta participar de Paris 2024. Ao final da competição ele comentou em comunicado da CBAt: "Estou muito feliz, vinha trabalhando para isso. Meu objetivo é tentar conseguir disputar o Mundial e fico pensando nos Jogos 2024."

(Wagner Carmo/CBAt)

Daniel Nascimento vence os 10.000m

Com recorde pessoal superado, o fundista Daniel Nascimento (Associação Noroeste Runners, de Ijuí/RS), o "Danielzinho", confirmou o grande momento e venceu os 10.000m, sendo tricampeão da prova, com 28min40s17, seu melhor tempo na carreira.

"Foi difícil, pois eu não competia em pista desde maio de 2021, quando ganhei o sul-americano de Guayaquil. Depois disso, só corri em rua e em estrada", comentou Daniel Nascimento para o site da CBAt.

O atleta, que atualmente reside no Quênia, está confirmado para a maratona no Mundial de Atletismo. Ele detém o recorde sul-americano da prova, conquistado em abril passado, na maratona de Seul, na República da Coreia, quando terminou os 42,195km em 2h04min51s.

(Wagner Carmo/CBAt)

Demais resultados

A mineira Ana Caroline da Silva (APCEF) vinha de grandes apresentações no campeonato universitário dos Estados Unidos, onde reside e estuda psicologia (Universidade da Geórgia). Vencera a etapa de Oxford (Mississippi), em maio passado. Em território brasileiro, fez 17,47m no Troféu Brasil e faturou o ouro.

Viviane Lyra (Associação Fortes e Velozes) venceu os 20.000m do Troféu Brasil. "Estou muito feliz por marchar na minha cidade e ter toda a minha família na torcida. Meu objetivo aqui era o título e estou feliz por consegui-lo", disse Lyra para a CBAt. Ela já havia assegurado em abril passado uma vaga no Mundial de julho, mas para a prova dos 35km da marcha atlética.

Nos 800m, Eduardo Ribeiro Moreira (EC Pinheiros), o "Dudu", foi ao topo do pódio com 1min47s24, tendo recebido a medalha das lendas do atletismo brasileiro: Joaquim Cruz (campeão Olímpico da mesma distância em Los Angeles 1984) e Zequinha Barbosa (prata nos 800m do mundial de 1991, em Tóquio).

No salto com vara, a catarinense Juliana Campos (ACA) se tornou hexacampeã do Troféu Brasil ao fazer 4,33m. "Queria superar os 4,41m do ano passado. Infelizmente não foi desta vez. É preciso paciência...de qualquer forma estou feliz com o hexacampeonato. Queria manter a invencibilidade. Eu me coloco muita pressão porque as meninas mais jovens estão chegando", disse Campos para a CBAt, que tem experimentado uma mudança da técnica de salto, da escola russa para a escola norte-americana.

Tatiane Raquel da Silva (IPEC-PR) faturou os 1500m com obstáculos em seu melhor tempo de sempre: 4min13s38. Ela já havia vencido os 3000m com obstáculos no Troféu Brasil, quando fez o melhor tempo da competição: 9min39s66. Detentora da melhor marca sul-americana desta prova, ela agora vai disputá-la no Mundial de julho, nos Estados Unidos. Para o site da CBAt, ela comentou: "Agora é focar no Mundial, principalmente na parte mental, porque os treinos já estão nas pernas."

(Wagner Carmo/CBAt)

O Esporte Clube Pinheiros foi a instituição que mais somou pontos nesta 41ª edição do Troféu Brasil de Atletismo, e assim obteve o título entre clubes, o sétimo consecutivo. A segunda colocação terminou com o Orcampi (Organização Funilense de Atletismo, Campinas/SP) e o terceiro lugar com a UCA (União Catarinense de Atletismo), de São José/SC.

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