Mais uma final Olímpica para a seleção brasileira em torneios femininos de vôlei nos Jogos. A terceira final contra os Estados Unidos.
No último dia dos Jogos Tóquio 2020 em 2021, Brasil e Estados Unidos fizeram a grande final, na Arena Ariake. As norte-americanas em busca do primeiro ouro em Jogos. As brasileiras, do terceiro e, coincidentemente, uma vez mais diante das estadunidenses.
Um duelo de duas grandes escolas do voleibol mundial. A vitória dos Estados Unidos começou logo no início, impressionante, que chegou a abrir seis a um. As brasileiras encostaram, mas novamente as norte-americanas se distanciaram. Demorou um pouco, mas a partir do 15º minuto o Brasil conseguiu encaixar bons ataques e melhores saques. No entanto, as norte-americanas souberam administrar a vantagem e fecharam o primeiro set em 27 minutos, com parcial de 25 a 21.
A vitória dos Estados Unidos
O Brasil voltou melhor no segundo set, muito forte no bloqueio, fundamento que tinha funcionado muito bem durante o primeiro bloco do jogo. Entretanto a reação brasileira não durou muito. Com cinco minutos os Estados Unidos passaram na frente e tudo indicava que assim seria. As norte-americanas abriram oito pontos de vantagem com 15 minutos. Roberta entrou no lugar de Macris e o Brasil conseguiu reduzir a diferença. Só isso. Ótimo momento para as estadunidenses. Péssimo para as brasileiras, derrotadas em 29 minutos por 25 a 20.
O terceiro e último bloco da final Olímpica não foi diferente. Os Estados Unidos mantiveram o ritmo e o Brasil não encontrou o seu jogo. Com 13 minutos, abriram seis pontos de vantagem e sobravam na partida, com fortes ataques, passes consistentes, saques e uma defesa impressionante. Em nenhum momento a equipe brasileira mostrou-se confortável. Com destaque para Michelle Bartsch-Hackley, vitória norte-americana por três sets a zero, sem deixar dúvidas, sendo a última parcial de 25 a 14 em apenas 25 minutos. Ouro finalmente para os Estados Unidos, prata para o Brasil. A oposta Andrea Drews (USA) foi quem mais fez pontos na partida, 15.
Na terceira final Olímpica entre as duas seleções, desta vez as norte-americanas levaram a melhor.
"A gente sabia da dificuldade deste jogo. Elas foram melhores, o esporte é isso. Uma hora ganhamos, outra hora perdemos. É um momento péssimo porque não conseguimos vencer. Mas estou feliz e orgulhosa em fazer parte desse grupo e agora eu posso voltar pra casa. Quero agradecer a toda a torcida brasileira. Desejo sorte a quem continuar por aqui e tenho a certeza de que esta geração vai continuar representando o Brasil da melhor maneira possível."
-Fê Garay, na zona mista após o jogo para o canal Sportv
Ficha técnica
- Brasil 0: 2 Carol Gattaz, 8 Macris, 10 Gabi, 15 Carol, 16 Fê Garay, 18 Camila Brait, 7 Rosamaria, 9 Roberta, 12 Natália (C), 17 Ana Cristina e 20 Ana Beatriz. Treinador: José Roberto Guimarães.
- Estados Unidos 3: 1 Hancock, 2 Poulter, 4 Wong-Orantes, 10 Larson (C), 11 Drews, 12 Thompson, 14 Bartsch-Hackley, 15 Hill, 16 Akinradewo, 22 Washington, 23 Robinson e 24 Ogbogu. Treinador: Karch Kiraly.
- Sets: Brasil 0 x 1 Estados Unidos (21-25); Brasil 0 x 2 Estados Unidos (20-25); Brasil 0 x 3 Estados Unidos (14-25).
- Arbitragem: Juraj Mokry (SVK); Hernán Casamiquela (ARG) e Heike Kraft (GER).
Kiraly mais uma vez campeão
Entre os treinadores, o quarto título Olímpico de José Roberto Guimarães não veio. Mais uma vez o ouro brilhou para Karch Kiraly. O lendário técnico norte-americano, bicampeão em Jogos na quadra (Los Angeles 1984 e Seul 1988) e na areia (no vôlei de praia em Atlanta 1996), finalmente deu à seleção feminina dos Estados Unidos a inédita conquista do torneio Olímpico, depois de três pratas (Los Angeles 1984, Beijing 2008 e Londres 2012).
Aliás, a última vez em Jogos que a final Olímpica do torneio feminino terminou em três sets a zero foi em Los Angeles 1984, quando a China ficou com o ouro e os Estados Unidos, com a prata.
O vôlei dá ao Brasil medalhas em Jogos desde a prata da seleção masculina em Los Angeles 1984. De maneira ininterrupta desde Barcelona 1992. Nestes Jogos Tóquio 2020 em 2021, a prata da seleção feminina é a única do país nas duas variantes (quadra e de praia).