Retrospectiva Olímpica 2022: Rebeca Andrade prova que veio para ficar

Um ano após conquistar um ouro e uma prata em Tóquio 2020, a ginasta brasileira mostrou que está ainda mais forte com o título mundial do individual geral. Relembre os feitos de Rebeca em 2022 e saiba quais adversárias estarão de volta em 2023.

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Como diz o velho ditado, chegar ao topo é difícil, mas permanecer lá é mais ainda. A ginasta brasileira Rebeca Andrade teve um teste importante em 2022, passando com louvor.

Em Tóquio 2020, Rebeca conquistou as duas primeiras medalhas olímpicas da ginasta artística feminina do Brasil: ouro, no salto, e prata, no individual geral. Também ganhou duas medalhas no Mundial de 2021. Com as americanas Simone Biles e Sunisa Lee fora das competições em 2022, todos os olhares se voltaram para a brasileira no Mundial deste ano.

Missão dada, missão cumprida. Rebeca conquistou o ouro do individual geral no Mundial, com folgas, levou o bronze no solo e ajudou o Brasil a conquistar um inédito quarto lugar por equipes.

“Não posso controlar as expectativas das outras pessoas. A única pessoa que eu posso controlar sou eu. Se a pessoa quiser que eu ganhe, fico feliz porque ela está torcendo por mim e, obviamente, também quero ganhar. Mas não posso ficar pensando só na medalha, porque então o que eu preciso fazer antes, não vou conseguir realizar", ela disse ao Olympics.com.

Saber lidar com as vitórias é tão importante quanto saber conviver com as derrotas. Rebeca também teve alguns deslizes no Mundial, como a queda na decisão das barras assimétricas, o seu aparelho favorito. Nada que abale a sua confiança.

“Se eu fiz a minha melhor técnica, se eu dei o meu melhor sorriso, se eu estava no meu melhor dia de alegria, eu acho que já vale para mim. Obviamente, a gente sempre quer ter o nosso melhor resultado e a gente quer uma medalha, subir no pódio. A pessoa não quer treinar e fazer o máximo para não ganhar. Mas às vezes acontece. Também está tudo bem, sabe? A vida é feita de ganhar e perder. Faz parte e eu estou preparada para o que der e vier", afirmou.

Poupando o físico para chegar bem a Paris

Porém, o Mundial foi apenas a última competição de toda uma estratégia de Rebeca na temporada. Na maioria dos eventos do ano, incluindo o Pan-americano de Ginástica Artística, a ginasta não se apresentou em todos os aparelhos, evitando especialmente o solo, para não arriscar mais uma lesão no joelho. Afinal, ela já passou por três cirurgias que já prejudicaram bastante a sua carreira.

“Meu treinador [Francisco Porath] entende que não sou a mesma atleta de quando tinha 15 anos. Se eu falar que não estou me sentindo bem, deixo o salto ou a série de solo para outro dia. Ele sabe que não é frescura ou medo, é que não estou sentindo meu corpo. E nesses momentos que pode acontecer alguma coisa ruim”, explicou Rebeca.

Pensando em chegar ao auge em Paris 2024, o foco de Rebeca é a sua saúde mental e física. “Eu quero estar feliz e saudável”, ela contou. “Para conseguir dar o meu melhor e mostrar o máximo que eu puder para o mundo e mais uma vez e me orgulhar da atleta que eu sou”, acrescentou.

Ginástica artística em 2023: Simone Biles vai voltar?

O ano de 2023 é crucial para a classificação para Paris 2024. O Campeonato Mundial da Antuérpia, na Bélgica, de 30 de setembro a 8 de outubro, define as últimas vagas olímpicas por equipes.

O time feminino do Brasil não foi a Tóquio 2020 - Rebeca e Flávia Saraiva se classificaram individualmente - e pretende ter sua redenção em Paris 2024, quiçá com chance de medalha. Afinal, mesmo com a lesão de Flávia Saraiva, o Brasil terminou em quarto no Mundial. Os Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile, podem influenciar na classificação continental.

A próxima temporada também é importante para quem pretende se candidatar a medalhas em Paris. A americana Simone Biles, dona de sete medalhas olímpicas, ainda não voltou aos treinos, mas também não descartou um retorno. Já Sunisa Lee, que derrotou Rebeca no individual geral em Tóquio, já confirmou que estará de volta neste ciclo olímpico.

Seja quais forem as oponentes, Rebeca mostrou que o Brasil veio para ficar na briga pelo trono da ginástica artística feminina. E ainda fica um mistério: qual será a nova música de sua série de solo que substituirá o icônico Baile de Favela?

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