Quais brasileiros são campeões mundiais de judô?
País foi ao pódio três vezes na disputa por equipes e em 52 ocasiões no individual. Foram nove medalhas de ouro, a primeira delas em 2005, com João Derly. O Olympics.com lista as conquistas do Brasil em Mundiais, que a seleção brasileira terá a chance de aumentar na edição do Catar, de 7 a 14 de maio.
Estabelecido no Japão no final do século 19, o judô passou a se difundir no Brasil há pouco mais de 100 anos. Caiu no gosto dos brasileiros e tornou-se o esporte que mais deu medalhas Olímpicas para o país. No total são 22, sendo quatro de ouro, três de prata e 15 de bronze.
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O Rio de Janeiro foi a sede do Mundial de 1965, no mês de outubro. Com a criação de centros de treinamento e com cada vez mais competições, judocas do Brasil passaram a fazer frente às grandes escolas do planeta. A primeira medalha no evento foi em 1971, com Chiaki Ishii e o bronze em Ludwigshafen (antiga Alemanha Ocidental).
Desde então foram mais 51 pódios individuais e três por equipes. Em nove ocasiões o Brasil subiu no degrau mais alto. Daqui a alguns dias, em Doha (Catar), a seleção brasileira terá a chance de aumentar neste número em mais uma edição de Campeonato do Mundo, de 7 a 14 de maio.
O Olympics.com relembra as nove medalhas de ouro conquistadas pelo judô do país em Mundiais.
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João Derly e o primeiro ouro do Brasil em Mundiais
Um golpe perfeito (ippon) do gaúcho João Derly (Sociedade de Ginástica de Porto Alegre - SOGIPA) sobre o campeão Olímpico da época, o japonês Uchishiba Masato, na final da categoria até 66kg do Mundial de 2005, deu ao judô do país o primeiro título Mundial, no Cairo (Egito).
Derly havia subido de peso pouco tempo antes e aquele estava sendo o primeiro grande torneio na nova categoria. "No primeiro momento, eu não gostei dessa troca. Ficar fora dos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) me deixou muito chateado, mas depois percebi que foi para o bem. Fiquei mais forte e não perdi a agilidade", disse o judoca para o site da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Na caminhada do ouro, passou por campeões europeu e pan-americano. Na decisão, resolveu o combate em menos de um minuto. Derly já havia aplicado um koka para depois encaixar o ippon que definiu a luta. Em resumo para a CBJ, disse: "Eu estava tão concentrado, treinado e determinado que não dei nenhuma chance a ele. Com menos de um minuto já tinha vencido a luta."
Três ouros no Mundial de 2007 no Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro voltou a sediar o Mundial em 2007, edição que é a mais vitoriosa para o judô do Brasil. Apoiados pela torcida, João Derly foi ao bicampeonato no 66kg, Luciano Corrêa (até 100kg) venceu e Tiago Camilo (até 81kg) foi imbatível.
Logo na estreia Corrêa já na estreia venceu o então campeão Olímpico, Ihar Makarau (BLR). Passou por campeão europeu na semi (Dániel Hadfi/HUN) depois de um intervalo de cinco horas - para se adequar à trasmissão ao vivo da televisão japonesa -, em combate definido no golden score. A vitória na final foi por ippon sobre o britânico Peter Cousins, a poucos segundos do fim. "Ser campeão mundial no Rio de Janeiro é maravilhoso. Hoje deu tudo certo, agradeço à Deus, à minha família, e a todos que me ajudaram a chegar até aqui. Venho batalhando por isso há muito tempo e estou muito feliz", declarou Corrêa para o UOL.
No meio-médio (até 81kg), o paulista Tiago Camilo superou os europeus Robert Krawczyk (POL) e Anthony Rodriguez (FRA), na semifinal e final, respectivamente. Na última luta, encaixou ippon do título logo no início do combate. "A derrota é doída. Só eu sei o que passei, o quanto chorei sozinho. Essa vitória coroa minha busca pela perfeição", declarou Camilo após a conquista para o jornal "Folha de S. Paulo".
Só brasileiras campeãs desde 2013
O Brasil voltou a ser sede de um Mundial, em 2013, também no Rio de Janeiro. Um "quintal" da casa daquela que anos depois seria campeã Olímpica, a carioca Rafaela Silva. Diante de um Maracanãzinho lotado, aplicou ippon na decisão sobre a americana Marti Malloy e levou a torcida da casa ao delírio. "Entrei dessa vez para levar a medalha na minha casa, na minha cidade. Eu não podia deixar meu braço esticado e nem ir para o chão. Entrei e fiquei bem justa", comentou Rafaela para o Sportv.
No Mundial seguinte, em 2014, a primeira conquista de Mayra Aguiar. Uma medalha que foi a sua quarta em Mundiais, depois de ter sido prata em 2010, e bronze em 2011 e 2013. Na semifinal, venceu a americana Kayla Harrison, campeã Olímpica em Londres 2012 e do Mundial em 2010, que havia eliminado Mayra nessas duas campanhas. Na disputa pelo ouro, vitória sobre Audrey Tcheumeo (FRA) por waza-ari. “Uma conquista assim demora um pouquinho para entender o que aconteceu mas a emoção de subir no pódio e escutar o Hino Nacional sempre me emociona. Dessa vez foi difícil segurar o choro, realmente, porque foi dura a caminhada até chegar aqui", relembrou Mayra para o site da CBJ.
Três anos depois ela voltou a vencer o Mundial, em Budapeste (Hungria) com triunfo no último combate através de waza-ari no golden score contra a então detentora do título, a japonesa Umeki Mami. "Estou muito feliz! Eu estava muito focada, tinha me preparado muito. Sabia o quanto era importante e o quanto é gostoso ganhar o Mundial. E agora sou bicampeã", comemorou a judoca gaúcha para o site da CBJ.
Campeãs mundiais em ocasiões diferentes, Rafaela Silva e Mayra Aguiar retornaram ao topo do pódio desta vez em uma mesma edição de Mundial, a última, realizada em Tashkent (Uzbequistão), em outubro de 2022. Rafaela conquistou o bicampeonato do mundo, enquanto Mayra alcançou o tri.
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Os títulos do Brasil em Mundiais de judô
- João Derly (-66kg) - Cairo (Egito) em 2005;
- João Derly (-66kg) - Rio de Janeiro (Brasil) em 2007;
- Tiago Camilo (-81kg) - Rio de Janeiro (Brasil) em 2007;
- Luciano Corrêa (-100kg) - Rio de Janeiro (Brasil) em 2007;
- Rafaela Silva (-57kg) - Rio de Janeiro (Brasil) em 2013;
- Mayra Aguiar (-78kg) - Tchelyabinsk (Rússia) em 2014;
- Mayra Aguiar (-78kg) - Budapeste (Hungria) em 2017;
- Rafaela Silva (-57kg) - Tashkent (Uzbequistão) em 2022;
- Mayra Aguiar (-78kg) - Tashkent (Uzbequistão) em 2022.