Natação: melhor campanha do Brasil em Jogos Paralímpicos no adeus de Daniel Dias
Brasil acaba 8º no ranking da natação em Tóquio 2020 graças a 23 medalhas, incluindo oito de ouro. Gabriel Geraldo, Gabriel Bandeira e Carol Santiago lideraram a melhor campanha do Brasil em Jogos Paralímpicos, onde se despediu o mito das piscinas Daniel Dias.
Uma despedida pode ser interpretada como final de um ciclo, mas também o início de outro. A natação brasileira encerrou em Tóquio 2020 a “era Daniel Dias”, o maior nadador Paralímpico brasileiro da história.
Na hora do adeus, Daniel Dias deixou sua marca: três medalhas de bronze para fechar a carreira com um total de 27 medalhas em Jogos Paralímpicos e dezenas de outras em Campeonatos do Mundo e Jogos Parapan-americanos.
É um ciclo que termina com 23 medalhas conquistadas só nestes Jogos Paralímpicos: oito de ouro, cinco de prata e dez de bronze, o que coloca o Brasil no 8º lugar do ranking da natação. Resumindo, foi a melhor prestação da natação em Jogos Paralímpicos superando as 19 medalhas de Beijing 2008 e da Rio 2016.
Quem sucede a Daniel Dias?
No time masculino dois nomes emergiram com força como líderes. Aos 19 anos, Gabriel Geraldo, também conhecido como Gabrielzinho, venceu em 200m livre, 50m costas e foi 2º em 100m costas.
A juventude é aliada ao carisma do atleta que contagiou o Centro Aquático com sua dança tradicional após cada conquista. O mineiro tem vários Jogos Paralímpicos pela frente e já mostrou que não treme perante a pressão: foi Gabrielzinho quem conquistou a primeira medalha do Brasil em Tóquio 2020.
Também Gabriel Bandeira sai com sua imagem reforçada. Foi dele o primeiro ouro da delegação em Tóquio 2020 – e logo com recorde Paralímpico nos 100m borboleta (54,76s) – e a campanha do paulista de 21 anos continuou com medalhas de prata em 200m medley, 200m livre e bronze no revezamento misto 4x100m livre.
Outro atleta com mais do que uma medalha conquistada foi o campeão em 50m livre Wendell Belarmino, que no último dia de provas tentou o segundo título Paralímpico em Tóquio 2020, mas ficou com a medalha de bronze nos 100m borboleta. A terceira foi vencida como parte do time que nadou no revezamento misto 4x100m (até 49 pontos) e que chegou na prata.
A erupção de Carol Santiago
Sem dúvida que se há uma atleta que sai de Tóquio 2020 como destaque dentro da seleção brasileira é Carol Santiago (classe S12 - atletas com deficiência visual).
A pernambucana foi um vulcão nos Jogos Paralímpicos. Após estar “adormecida” 36 anos, entrou em erupção no Centro Aquático da capital japonesa fazendo a estreia em Jogos Paralímpicos com a conquista de cinco medalhas – três de ouro e uma de bronze nas provas individuais, além da prata no revezamento 4x100m (até 49 pontos) – e batendo dois recordes Paralímpicos: nos 50m livre (26,82s) e 100m peito (1:14:89s).
Com a erupção de Carol Santiago e a certeza de que no time masculino há atletas de perfil jovem e já ganhadores, a natação se despede até Paris 2024.
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