José Roberto Guimarães e Bernardinho são dois nomes históricos do vôlei brasileiro e ambos terão mais um ciclo Olímpico para aumentarem seus legados. Eles continuarão no comando técnico das seleções feminina e masculina, respectivamente, após anúncio da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) nesta quinta-feira, 5 de setembro.
A decisão foi tomada após reuniões entre os dois treinadores com Radamés Lattari, presidente da entidade, e Jorge Bichara, diretor técnico. Eles também seguem acumulando o cargo de coordenador de seleções, criado em 2023 para aumentar a integração entre as seleções de base e a equipe adulta.
Leandro Brachola, técnico campeão Olímpico com Alisson e Bruno no Rio 2016, também seguirá como coordenador de seleções do vôlei de praia após o país retornar ao pódio com o ouro de Ana Patrícia e Duda nos Jogos Olímpicos Paris 2024 – em Tóquio 2020, as duplas brasileiras ficaram sem medalhas pela primeira vez na história.
Juntos, José Roberto Guimarães e Bernardinho foram os técnicos de 11 das 12 medalhas Olímpicas do vôlei brasileiro nas quadras – apenas a ‘Geração de Prata’ vice-campeã em LA 1984 não foi comandada por eles. Porém, Bernardinho era um dos jogadores do elenco treinado por Bebeto de Freitas.
O primeiro grande desafio será já no próximo ano, com o Mundial da modalidade transferido para 2025. A competição feminina deverá acontecer entre 22 de agosto e 7 de setembro na Tailândia. Já a disputa masculina será na sequência, entre 12 e 28 de setembro nas Filipinas.
José Roberto Guimarães poderá completar 25 anos na seleção feminina de vôlei
Com a renovação de contrato, o técnico José Roberto Guimarães poderá atingir um marco histórico com a seleção feminina de vôlei. Caso chegue aos Jogos Olímpicos LA 2028, ele completará 25 anos ininterruptos como treinador da equipe – e sempre colocando as brasileiras entre as favoritas da modalidade.
Ele assumiu o comando técnico em 29 de julho de 2003, substituindo Marco Aurélio Motta. Desde então ele conquistou quatro medalhas Olímpicas em seis edições disputadas (ouro em Beijing 2008 e Londres 2012, prata em Tóquio 2020 e bronze em Paris 2024), além de três vice-campeonatos mundiais em 2006, 2010 e 2022.
Com tanto tempo no comando, ele já promoveu diversas renovações na seleção feminina, treinando jogadoras de diferentes gerações, como Fofão, Sheilla, Natália, Dani Lins, Fernanda Garay, Gabi Guimarães e Ana Cristina, entre outras.
“Estou muito motivado e confiante para este novo ciclo Olímpico. Temos uma geração alta, talentosa e que vai trabalhar bastante para conseguir os resultados”, afirmou à CBV.
Bernardinho terá ciclo Olímpico completo após retorno em 2023
Já Bernardinho também pode ultrapassar duas décadas como treinador da seleção masculina de vôlei. A questão é que ele retornou ao cargo no fim de 2023 após quase sete anos e terá seu primeiro ciclo Olímpico completo neste novo momento.
Na primeira passagem (2001 a 2016), ele levou o Brasil a dois títulos Olímpicos (Atenas 2004 e Rio 2016) e duas medalhas de prata (Beijing 2008 e Londres 2012) em quatro edições disputadas. Também foi tricampeão mundial em 2002, 2006 e 2010, além de títulos da Liga Mundial e Copa do Mundo.
Já a segunda passagem não começou tão bem, com o país eliminado nas quartas de final tanto na Liga das Nações de Vôlei 2024 quanto nos Jogos Olímpicos Paris 2024 – primeira vez que fica fora dos quatro primeiros no torneio masculino desde Sydney 2000. Por isso, sua continuidade busca renovar – e recolocar – o Brasil no pódio dos principais eventos.
“Este ano, retomamos o projeto da seleção masculina de novos, com o objetivo de dar experiência e rodagem a jogadores mais jovens. O equilíbrio hoje no vôlei é real. Precisamos trabalhar para avançar e criar diferenciais em relação a outras equipes”, concluiu.