40 anos da Geração de Prata do vôlei de LA84: relembre jogadores e campanha
Uma das medalhas Olímpicas mais celebradas pelo esporte do Brasil completa, em 2024, 40 anos. Em 11 de agosto de 1984, a seleção brasileira masculina de vôlei conquistava a medalha de prata nos Jogos de Los Angeles. Pelo feito, o elenco medalhista passou a ser conhecido como a "Geração de Prata".
O pódio na Califórnia deu uma grande projeção a um plantel que começou a ser formado com o quinto lugar em Moscou 1980, misturando atletas mais novos com alguns vindos da geração anterior, como Antônio Carlos Moreno. No ano seguinte, 1981, o time conquistou o Sul-Americano, em Santiago (Chile).
Foi em 1982, que entrosamento e experiência internacional foram colocados à prova, no Mundial realizado na Argentina. Numa campanha histórica, os brasileiros bateram na trave do título, com o vice-campeonato do torneio, derrotados na decisão pela União Soviética.
Em 1983, o Brasil conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos em Caracas (Venezuela) e mais um título do Sul-Americano, naquele ano organizado em São Paulo.
Era um momento de transformação do vôlei do país. Fora das quadras, se profissionalizava. Dentro delas, reinventava fundamentos da modalidade, como a recepção e o saque: viagem e jornada. Seus nomes eram alusivos ao filme “Viagem ao Fundo Mar” e à franquia “Jornada nas Estrelas”.
Acabaram se tornando os pontos fortes de um time que marcou a história do vôlei, finalista Olímpico em cidade que voltará a ser sede dos próximos Jogos de Verão, em 2028.
Os convocados da seleção brasileira masculina de vôlei para Los Angeles 1984
Sob comando de Bebeto de Freitas, a lista para os Jogos nos Estados Unidos contou com 12 atletas. Veja os nomes:
- William (capitão)
- Amauri
- Antônio Carlos Ribeiro (Badalhoca)
- Bernard Rajzman
- Bernardo Rezende (Bernardinho)
- Domingos Maracanã
- Fernandão
- Montanaro
- Xandó
- Renan Dal Zotto
- Rui Campos Nascimento
- Marcus Vinicius
Abaixo, o Olympics.com detalha como foi a campanha brasileira rumo à prata.
“Geração de Prata”: a campanha em Los Angeles e legado
O Brasil caiu no grupo A, ao lado de Estados Unidos, República da Coreia, Argentina e Tunísia. A seleção avançou para as semifinais em primeiro lugar no grupo durante a primeira fase, com vitórias sobre a Argentina por 3 sets a 1, em 31 de julho e sobre a Tunísia por 3 a 0, em 2 de agosto.
Depois de ser derrota para a República da Coreia, por 3 a 1, em 4 de agosto, a seleção precisava vencer os anfitriões, americanos, para seguir na competição. A vitória veio, por 3 a 0, com direito a 15 a 2 no terceiro e último set.
Na semifinal, 3 a 1 sobre a Itália e lugar assegurado na decisão dos Jogos. O adversário novamente seriam os Estados Unidos. Desta vez, os americanos impuseram o ritmo e, empurrados pela torcida local, que lotou a Arena de Long Beach, nos arredores de Los Angeles, devolveram o 3 a 0 e ficaram com o ouro.
Fica uma lição para uma equipe que almeja o ouro. Muito em breve isso [o ouro] vai pintar.
Bernard para a TV Globo após a cerimônia de premiação.
Muito em breve o ouro Olímpico veio para o Brasil. Antes a seleção masculina foi semifinalista em Seul 1988. O topo do pódio só aconteceu em Barcelona 92, o primeiro conquistado pelo país nos esportes coletivos na história dos Jogos. O plantel foi bastante influenciado pela “Geração de Prata”, como ficou conhecida a equipe vice-campeã Olímpica em Los Angeles. Legado para o vôlei e para o esporte brasileiro. O único remanescente daquele grupo prateado era Amauri.
A medalha de Los Angeles abriu um caminho enorme para a gente consolidar o vôlei como um esporte de importância e de sucesso. Houve uma sequência no trabalho que culminou com o ouro.
Amauri, em entrevista à TV Globo.
Exemplos para as gerações futuras e inovações que ficaram na história do vôlei. É o legado e a marca da “Geração de Prata”.
Jogamos contra o Brasil duas vezes naqueles Jogos [Los Angeles 1984]. Os brasileiros nos deram muita dor de cabeça com o saque no primeiro jogo. O nosso [saque] não era agressivo e de alto risco. O vôlei se transformou. Tivemos que nos adaptar.
Karch Kiraly, jogador do elenco dos Estados Unidos, ouro em Los Angeles 1984, durante o documentário “Viagem: o saque que mudou o vôlei”.