Com ouros no halterofilismo e canoagem, Brasil encerra Jogos Paralímpicos Paris 2024 no top 5 

Por Gustavo Longo
7 min|
Tayana Medeiros celebra ouro no halterofilismo dos Jogos Paralímpicos Paris 2024
Foto por Ana Patrícia Almeida/CPB

Após registrar o melhor dia da história e quebrar os recordes de pódios e de ouros em uma mesma edição, o Brasil atingiu mais um objetivo nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. Com mais duas medalhas de ouro neste domingo, 8 de setembro, o país assegurou o inédito top 5 no quadro de medalhas.

Fernando Rufino na classe VL2 masculina da canoagem e Tayana Medeiros na categoria feminina até 86kg no halterofilismo garantiram as últimas medalhas douradas do Brasil na capital francesa. Igor Tofalini obteve a terceira medalha do Brasil no dia com a prata na canoagem ao lado de Rufino na classe VL2.

Dessa forma, a delegação brasileira termina a participação nos Jogos Paralímpicos Paris 2024 com 89 medalhas no total, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze. O país termina na quinta posição em número de medalhas douradas e na quarta posição no total de pódios. É a melhor campanha da história Paralímpica.

Portugal conquistou sete medalhas: dois ouros, uma prata e quatro bronzes. É a melhor campanha do país desde a edição de Atenas 2004.

Confira abaixo um resumo deste domingo, o último dia dos Jogos Paralímpicos Paris 2024.

Jogos Paralímpicos Paris 2024

Tayana Medeiros consegue ouro ‘inesperado’ no halterofilismo

O último dia dos Jogos Paralímpicos Paris 2024 começou com uma medalha de ouro ‘inesperada’ e, por isso, surpreendente para o Brasil. Quinta colocada em Tóquio 2020, Tayana Medeiros conquistou o título da categoria feminina até 86kg ao levantar 156 quilos – 35 a mais do que ela registrou há três anos na capital japonesa.

O ouro veio apenas no Power Lift, uma quarta tentativa dada apenas a quem executou corretamente a terceira tentativa e com menos de 10kg para alcançar o recorde do campeonato. A brasileira obteve 147kg justamente no terceiro levantamento, enquanto a chinesa Zheng Feifei parou nos 155kg da segunda tentativa.

Dessa forma, ela ganhou o direito de uma nova chance – e conseguiu superar os 156kg para estabelecer o recorde Paralímpico e garantir a medalha de ouro, deixando a atleta da República Popular da China com a prata. A chilena Marion Alejandra Serrano Guajardo levou o bronze com 134kg.

“Eu nem sei explicar. Falei para os treinadores que eles fazem a jogada que eu estou aqui só para levantar. E deu certo. Quando vimos que ela bambeou na segunda, a terceira tentativa dela não ia levantar ou não ia parar e decidimos ir para a quarta tentativa. Quando ela queimou, passamos para 156”, comentou Tayana, para depois concluir. “Meu máximo hoje estava planejado para 150, mas quando chegou e vimos, falaram que dava ir para cima”.

O Brasil também competiu na categoria masculina até 107kg no encerramento do halterofilismo. Mateus de Assis Silva terminou na quinta posição com 212kg levantados. Aliakbar Gharibshahi, da República Islâmica do Irã, foi o campeão com 252kg. Sodnompiljee Enkhbayar, da Mongólia, foi prata com 248kg, e José de Jesus Castillo, do México, foi bronze com 222kg.

Fernando Rufino e Igor Tofalini fazem dobradinha na canoagem

As outras duas medalhas do Brasil no último dia dos Jogos Paralímpicos Paris 2024 vieram na água - e com uma dobradinha de ouro e prata para não deixar dúvidas da campanha histórica do país na capital francesa. Fernando Rufino e Igor Tofalini terminaram nas duas primeiras posições da categoria VL2 masculina.

Rufino levou a melhor e foi o campeão com 50s47 - é sua segunda medalha de ouro consecutiva nesta prova após o título em Tóquio 2020. Igor, por sua vez, foi o segundo com 51s78 e conquista sua primeira medalha Paralímpica. O norte-americano Blake Haxton garantiu o bronze com 51s81.

“Em 2016 eu não pude ir e o Igor foi no meu lugar. Em 2020 ele não conseguiu ir e eu fui. Agora em 2024 nós conseguimos fazer essa dobradinha inédita na canoagem brasileira, que está melhorando cada vez mais. No Rio foi uma medalha, em Tóquio foram três e agora fechamos com quatro medalhas”, explicou Fernando Rufino.

O Brasil também esteve na disputa feminina da classe KL3, mas não chegou à final A, que define as medalhas. Mari Santilli foi a terceira da Final B e terminou a prova na 11ª posição. Já Aline de Oliveira foi desclassificada da Final B. O ouro da prova foi da britânica Laura Sugar, com 46s66.

Brasil se despede do atletismo sem medalhas na maratona feminina

Modalidade que mais trouxe pódios para o Brasil nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, o atletismo encerrou sua disputa na capital francesa sem novas medalhas para o país. A delegação brasileira esteve presente nas duas provas femininas da maratona neste domingo, 8 de setembro.

O melhor desempenho foi de Edneusa Santos na maratona da classe T12. Bronze nesta mesma prova na edição do Rio 2016 e quarta colocada em Tóquio 2020, ela terminou na quinta posição com 3h17min40s.

A medalha de ouro foi da marroquina Fatima Ezzahra El Idrissi, com 2h48min36s. Meryem En-Nouhri, também do Marrocos, foi prata com 2h58min18s. Michishita Misato, do Japão, completou o pódio com 3h04min23s.

Já na classe T54, Aline Rocha (campeã mundial de esqui cross-country Paralímpico em 2023) foi a melhor brasileira ao ficar na oitava posição com 1h53min54s. Vanessa Cristina de Souza foi a décima colocada com 1h56min33s.

A suíça Catherine Debrunner foi a campeã com o tempo de 1h41min50s. Madison de Rozario, da Austrália, levou a prata com 1h46min13s. Susannah Scaroni, dos EUA, garantiu o bronze com 1h46min29s.

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