Com estrelas de fora, Guilherme Schimidt pode ser 'surpresa' brasileira no Mundial de Judô 2023
Mesmo aos 22 anos, Guilherme Schimidt já conquistou dois ouros em etapas de Grand Slam do Judô e assumiu quarta posição no ranking mundial da modalidade. Sem estrelas como Daniel Cargnin e Mayra Aguiar, judoca pode despontar como grande nome do Brasil no Mundial de Judô 2023 em Doha, no Catar, entre 7 e 14 de maio.
Todo ano, as principais competições de judô consagram atletas que, até então, não apareciam como favoritos ao título. Na edição do Mundial de Judô 2023, o judoca brasileiro Guilherme Schimidt espera seguir essa lógica e entrar de vez na lista dos grandes nomes da modalidade aqui no país.
Mesmo aos 22 anos, ele é quarto colocado do ranking mundial na categoria até 81kg e um dos destaques do Brasil na disputa do Mundial de Judô 2023. A competição acontecerá em Doha, no Catar, entre 7 e 14 de maio. Além dos títulos mundiais, vai conceder importantes pontos para o ranking que determinará os classificados aos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Nas últimas duas temporadas, se destacou no circuito internacional. Venceu dois torneios de Grand Slam, derrotou grandes atletas e se manteve entre os primeiros. Por isso que surpresa precisa estar entre aspas mesmo, uma vez que já é conhecido de seus adversários.
"No alto rendimento são detalhes que fazem a diferença. Você está sendo estudado constantemente. Todos te estudam porque querem ganhar de você", comentou em 2022 em entrevista ao Olympics.com.
A ideia é ir passo a passo, alcançando uma etapa de cada vez. “Estou trabalhando para evoluir, sou novo ainda. Cada competição só venho evoluindo e crescendo, tenho que manter a cabeça focada na evolução. O caminho até Paris é muito longo. Espero chegar lá na minha melhor versão possível”, afirmou ao site do Comitê Olímpico Brasileiro.
O fato é que a ausência dos medalhistas olímpicos Daniel Cargnin e Mayra Aguiar já faz de Guilherme Schimidt um dos atletas com os melhores resultados neste ciclo olímpico do time brasileiro que participará do Mundial de Judô 2023 – e, claro, uma das esperanças de bom desempenho nos tatames.
Ele, aliás, puxa a fila da nova geração de judocas brasileiros que buscam surpreender no Mundial. Ainda que tenha nomes como Rafael Silva, bronze em Londres 2012 e Rio 2016, e Rafaela Silva, campeã olímpica em 2016, a delegação do Brasil também conta com jovens como Willian Lima, Natasha Ferreira, Amanda Lima e Jéssica Lima, todos com bons resultados recentes.
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Guilherme Schimidt tem evolução rápida no judô
Conquistar grandes resultados ainda tão jovem não chega a ser uma novidade para Guilherme Schimidt. Com 16 anos, ele já era o líder do ranking brasileiro sub-18 e quarto colocado do ranking nacional sub-21 em sua categoria de peso. Nessa mesma idade, já era bronze no Pan-Americano cadete.
Antes de completar 19 anos, alcançou a medalha de bronze no Mundial júnior de judô em Marrakesh, no Marrocos. Com 20 anos, veio sua primeira conquista internacional na categoria adulta, com o título do Pan-Americano sênior em Guadalajara, no México. Depois, uma prata no Grand Prix de Zagreb.
Mas foi em 2022 que ele finalmente apareceu para os torcedores. Com lutas consistentes, conquistou duas medalhas de ouro no circuito internacional da modalidade. Primeiro, foi campeão do Grand Slam de Antalya, na Turquia. Na sequência, derrotou Saeid Mollaei, do Azerbaijão, então campeão mundial e prata nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, para levar o título do Grand Slam na Hungria.
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Guilherme Schimidt leva legado do judô em Brasília
Com os bons resultados na carreira, Guilherme Schimidt leva adiante o forte legado que o Distrito Federal possui no judô brasileiro. Nos últimos anos, a região foi responsável por formar grandes nomes do esporte no país, responsáveis por medalhas olímpicas e mundiais.
Ketleyn Quadros, por exemplo, nasceu em Ceilândia e começou por lá antes de se tornar a primeira brasileira medalhista olímpica em provas individuais no país com o bronze em Beijing 2008. Ainda entre as mulheres, Érika Miranda conquistou nada menos do que sete medalhas em Mundiais de Judô. Já Luciano Corrêa também saiu de Brasília para ser campeão mundial em 2007.
“Eles começaram o judô em Brasília, onde eu também comecei. Se eles conseguiram chegar aos títulos mundiais, medalhas olímpicas, eu também posso conseguir. Isso me motiva cada vez mais a buscar ser uma referência aos meus conterrâneos no futuro”, explicou na mesma entrevista ao Comitê Olímpico Brasileiro.
Mundial de Judô 2023: confira equipe brasileira
Com Guilherme Schimidt, o Brasil vai levar 18 competidores para o Mundial de Judô 2023. Confira a lista de convocados:
Equipe masculina
- Willian Lima (66kg)
- Guilherme Schimidt (81kg)
- Eduardo Yudy Santos (81kg)
- Rafael Macedo (90kg)
- Giovani Ferreira (90kg)
- Leonardo Gonçalves (100kg)
- Rafael Buzacarini (100kg)
- Rafael Silva (+100kg)
- João Cesarino (+100kg)
- Gabriel Falcão (73kg) - só para torneio por equipes
Equipe feminina
- Natasha Ferreira (48kg)
- Amanda Lima (48kg)
- Rafaela Silva (57kg)
- Jéssica Lima (57kg)
- Ketleyn Quadros (63kg)
- Gabriella Mantena (63kg)
- Beatriz Souza (+78kg)
- Luana Carvalho (70kg) - só para torneio por equipes