Ginástica artística: Flávia Saraiva não quer apressar retorno

Ginasta passou por cirurgia no tornozelo após lesão durante o Mundial de 2022 e projeta retorno para o meio do ano. Ela já está fazendo fisioterapia e treinamentos leves junto às companheiras da seleção brasileira.

Flavia Saraiva durante sua série na trave em Liverpool.
(2022 Getty Images)

Flávia Saraiva vivia possivelmente o melhor momento de sua carreira, com grandes chances de conquistar sua primeira medalha em Mundiais, quando sentiu o tornozelo durante uma apresentação no solo e precisou passar por mais uma cirurgia no local, pelo segundo ano consecutivo.

Quatro meses depois, ela já reunida mais uma vez com a seleção brasileira de ginástica artística, no Rio de Janeiro. A ginasta duas vezes finalista Olímpica da trave ainda está fazendo fisioterapia, sem prazo para retornar às competições.

"Estou feliz na minha vida, por mais que a cirurgia tenha vindo, estou em outra vibe, diferente da outra cirurgia. Estou me recuperando muito bem e mais rápido do que antes. Voltei pro ginásio no dia seguinte da operação. Já estar aqui com as meninas, fazendo fisioterapia, podendo treinar um pouco de cada coisa, isso está fazendo total diferença pra que eu me mantenha animada e não perca as coisas aqui dentro do ginásio", afirmou Flavinha ao site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

(Ricardo Bufolin/CBG)

Flávia Saraiva: 'Será uma volta mais fácil e rápida'

A expectativa é que Flávia retorne mais rápido em relação à lesão anterior, mas a ginasta segue cautelosa.

"Por eu ter conseguido me classificar muito bem nas competições, aumenta muito minha expectativa de volta e também de quem me acompanha. Eu estou bem, por eu estar bem comigo mesma, será uma volta mais fácil e mais rápida que a outra. É muito tempo parada, claro, mas quando a cabeça já está mais para a frente, é uma ajuda muito grande. Na outra cirurgia eu demorei muito a voltar para o ginásio, porque eu não estava bem. Demorei um pouco a voltar a fazer os elementos. Agora eu não quero isso, quero estar 100%, treinando sem medo de me machucar de novo", acrescentou.

No Mundial, Flávia havia conquistado a melhor nota da classificatória no solo. No entanto, como se machucou, apresentou-se em apenas um aparelho (barras assimétricas) na final por equipes - na qual o Brasil terminou em quarto - e ficou fora das finais do individual geral e do solo. 

"Sempre criamos essa expectativa de voltar o mais rápido possível, sei que tem que esperar. Não queremos acelerar o processo. Sabemos que é um ano muito importante, temos que classificar para os Jogos Olímpicos. Não queremos cometer erros que cometemos no passado. Temos muitas pessoas experientes aqui pra não ter esses erros. Talvez eu vá competir mais para o meio do ano. Meu foco principal é me recuperar o melhor possível, voltar 100% e estar bem e feliz", explicou.

Rebeca Andrade e Jade Barbosa, exemplos para Flávia Saraiva

Junto às suas colegas e melhores amigas Rebeca Andrade e Jade Barbosa, que também viveram seus percalços com lesões graves, Flávia se mantém ativa e também se inspira para lutar mais uma vez para reconquistar seu lugar no topo da ginástica mundial.

"Se tiver que competir 50 vezes, quero competir todas. Eu amo fazer ginástica, é o esporte que é a minha vida, e não quero desistir agora. Temos muitos exemplos no esporte, como a própria Rebeca, a Jade, isso faz parte do esporte. Aconteceu em um momento muito ruim comigo, ainda mais quando eu estava muito bem, feliz, tava pensando que era meu aquele Mundial. Mas sempre temos que tirar algo positivo. E eu aprendi que tenho que ir no passo a passo, não querer acelerar tudo... Vou um passo de cada vez. Esse ano tem Mundial, Pan, Copa do Mundo. Quero estar em todas, então não vou furar etapas para poder fazer isso."
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