Diamond League: quais brasileiros já venceram e quem deve competir em 2023

Alison dos Santos venceu em 2022 nos 400m com barreiras e se juntou a Fabiana Murer, que triunfou no salto com vara nos anos de 2010 e 2014. Relembre as históricas conquistas e saiba quem deve participar do circuito neste ano.

6 minPor Daniel Perissé
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(GETTY IMAGES)

Faltam poucos dias para o início de mais uma temporada da Diamond League, o principal circuito de meetings de atletismo do mundo, que reúne diversas estrelas do esporte.

Em 2023, a série começa em Doha, no Catar, no dia 5 de maio, com os competidores de olho nos índices necessários para participação nos Jogos Paris 2024. Serão 14 etapas no ano além da final, marcada para 16 e 17 de setembro em Eugene, no estado americano do Oregon.

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Ao longo da história da competição, apenas dois brasileiros conseguiram terminar a temporada como campeões desde que o circuito internacional da IAAF (hoje World Athletics, a federação internacional de atletismo) passou a se chamar Diamond League: Alison dos Santos,que reinou absoluto nos 400m com barreiras em 2022, e Fabiana Murer, vencedora no salto com vara nas temporadas de 2010 e 2014.

Uma curiosidade: os dois atletas confirmaram os feitos após triunfarem em meetings na cidade de Zurique, na Suíça. Relembre como foram essas conquistas abaixo e veja quais brasileiros devem participar do circuito neste ano.

Nos 400m com barreiras, só deu Piu

Em 8 de setembro de 2022, Alison dos Santos entrou para a história ao vencer os 400m com barreiras na final da Diamond League, realizada em Zurique, com o tempo de 46s98, sacramentando sua melhor temporada da carreira aos 22 anos.

'Piu', como é conhecido, venceu ainda as etapas da Diamond League em Doha, Eugene (Estados Unidos), Oslo, Silesia (Polônia), Bruxelas e Estocolmo, terminando o ano invicto. Ele se tornou o primeiro homem brasileiro a sair com o troféu do circuito em toda a história.

De quebra, ainda foi campeão da prova no Mundial de Atletismo, também realizado em Eugene, com a sua melhor marca do ano e terceira melhor da história da prova, de 46s29. No Oregon, ele superou os maiores corredores da história da prova, Karsten Warholm e Rai Benjamin.

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“Como atleta, como brasileiro, acho que abri uma porta para outros caras que vão me ver correndo e vão achar que é possível. Eles podem vir aqui ao Mundial e ganhar, lutar pelo ouro, fazer história, quebrar um recorde”, comentou Alison ao Olympics.com.

Dois títulos para Fabiana Murer

Hoje aposentada das competições, Fabiana Murer fez história no salto com vara logo na primeira temporada da Diamond League, em 2010. Com 23 pontos ao longo de todo aquele ano, ela venceu a disputa diante de Svetlana Feofanova, que terminou com 14.

A brasileira confirmou o título com a vitória na etapa de Zurique, a última do ano, com uma marca de 4m81, superando os 4m71 de Feofanova.

Em 2010, Murer venceu em Roma, Mônaco e Eugene, além de ter conquistado a medalha de prata em Gateshead e um bronze em Estocolmo. Ela aproveitou a ausência de Yelena Isinbayeva, bicampeã Olímpica em Atenas 2004 e Pequim 2008 e que tirou férias após o Mundial Indoor de Doha, no Catar, vencido pela brasileira.

Quatro temporadas depois, e novamente em Zurique, Fabiana voltou a brilhar conquistando o ouro na prova, saltando 4m72 e superando a norte-americana Jennifer Suhr. No total, a brasileira acabou com 20 pontos, à frente dos nove de Suhr e da grega Katerina Stefanidi.

Ao contrário de 2010, Fabiana chegou pressionada à final do circuito. Ela havia zerado seus saltos na etapa de Birmingham e precisava ao menos de uma prata na Suíça para ser bicampeã. Naquele ano, ela venceu quatro das seis provas disputadas.

(Matthew Lewis / Getty Images)

Diamond League: veja quais brasileiros competem em 2023

Além de Alison dos Santos, outros três brasileiros competiram na final da Diamond League ano passado. Thiago Braz, ouro no salto com vara nos Jogos Rio 2016, foi apenas o sexto colocado. Em 2023, ele deve retornar às etapas do circuito e vem se preparando em torneios indoor: sua melhor posição foi um sétimo lugar no mês de janeiro em Karlsruhe, na Alemanha, com 5m66.

Em fevereiro, Thiago Braz saltou 5m67 e 5m52, respectivamente, em eventos indoor nas cidades de Uppsala, na Suécia, e Torun, na Polônia, ficando com o nono e oitavo lugares. Ele deve disputar a etapa de Oslo da Diamond League, em 15 de junho, a primeira com a prova do salto com vara masculino, seguindo depois para Estocolmo (2 de julho), Silesia (16 de julho) e Mônaco (21 de julho).

Rafael Pereira terminou em nono nos 110m com barreiras e, este ano, já conseguiu alguns pódios na prova em competições realizadas na Flórida, nos Estados Unidos - dois terceiros lugares, em Miramar e Gainesville, e um primeiro, em Clermont. As primeiras etapas com a prova na qual é especialista serão em Rabat (28 de maio), Roma (2 de junho) ou Paris (9 de junho).

Almir Júnior foi o quinto colocado no salto triplo. O mato-grossense, prata no Mundial Indoor de Birmingham em 2018, é o único brasileiro inscrito na etapa inicial da Diamond League 2023, em Doha. Na final do circuito em 2022, ele fez uma marca de 17m10, sua melhor em toda a temporada.

Leticia Oro Melo, bronze no salto em distância no Mundial de 2022 de Atletismo, deve começar sua participação na Diamond League 2023 em Roma, na primeira disputa do ano da sua prova pelo circuito. A etapa seguinte com o salto em distância feminino é em Estocolmo, em 2 de julho.

Outro que deve participar da Diamond League esse ano é Darlan Romani, do arremesso de peso. Em 2022, ele terminou com o quarto lugar na etapa de Roma, arremessando a 21m15.

O catarinense, campeão no Mundial Indoor do ano passado, em Belgrado, ao arremessar 22m53, precisou "adiar um pouco o início das competições", segundo postagem feita em uma rede social há uma semana, mas segue firme nos treinos e garantiu que "está chegando a hora de soltar o grito", em referência ao barulho que faz no momento em que arremessa o peso.

Sua primeira etapa em 2023 deve ser novamente na capital italiana, pois Doha e Rabat (em 28 de maio) não terão a prova do arremesso de peso masculino.

Após cirurgia, Alison visa ao Mundial e ao Pan

Por sua vez, Alison dos Santos vai adiar seu retorno à Diamond League por conta de uma grave lesão no menisco lateral do joelho. Ele operou em 14 de fevereiro, com prazo de recuperação entre oito e 12 semanas. Nos planos dele estavam uma mudança para os EUA, onde treinaria para os Jogos de 2024.

Além da Diamond League, Piu está de olho no Mundial de Budapeste, na segunda quinzena de agosto, e nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, entre o final de outubro e o início de novembro. Outro sonho para 2023 é o de bater o recorde mundial dos 400m com barreiras, atualmente em poder do norueguês Karsten Warholm, com 45s94.

Em um post recente no Twitter, o brasileiro interagiu com a conta da Diamond League e disse "nos veremos em breve". Afinal, ele ainda tem muito a fazer, e o bicampeonato do circuito mundial pode ser uma boa preparação para chegar dois degraus acima do bronze obtido nos Jogos Tóquio 2020.

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