Contagem regressiva para Roland Garros: quem chega em alta a Paris

Enquanto o torneio masculino carrega incertezas sobre a forma de Nadal, as chances de Alcaraz e o favoritismo de Djokovic, Iga Swiatek carrega amplo favoritismo entre as mulheres. Bia Haddad está garantida na chave principal.

5 minPor Sheila Vieira
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(2022 Getty Images)

Está chegando o ápice da temporada de saibro do tênis: Roland Garros começou oficialmente nesta segunda-feira, 16 de maio, com o qualifying. A partir do domingo, 21, a chave principal terá os maiores tenistas do mundo lutando no palco dos Jogos Olímpicos Paris 2024.

A chave masculina tem o seu cenário mais nebuloso dos últimos anos. Acostumado a ser o favorito absoluto no Grand Slam francês, Rafael Nadal não conquistou títulos nos torneios preparatórios.

Entre as mulheres, o panorama costumava ser um pouco mais aberto, mas as 28 vitórias seguidas de Iga Swiatek criaram uma favorita cristalina. O Brasil também acompanhará com atenção o torneio feminino, já que Beatriz Haddad Maia acabou de estrear no top 50.

Saiba mais sobre o cenário do tênis antes do segundo Slam da temporada.

Alcaraz na sombra de Nadal e Djokovic

Quem venceu 13, pode vencer 14. Mas Rafael Nadal já viveu momentos melhores nesta temporada, como o título do Australian Open que o colocou isoladamente como maior vencedor de Slams entre os homens.

O campeão Olímpico espanhol sofreu uma lesão nas costelas em Indian Wells - onde foi vice-campeão - e ficou fora dos torneios de Monte Carlo e Barcelona. Em Madri, parou nas quartas de final em um jogo disputado contra a sensação do tênis Carlos Alcaraz. Após perder para Denis Shapovalov nas oitavas em Roma, Nadal desabafou sobre a lesão crônica no seu pé.

"É hora de aceitar a situação e lutar. Não sei se descanso, se treino. Mas tenho um objetivo daqui a uma semana. Vou continuar sonhando com esse objetivo", disse Nadal.

"A primeira coisa é não sentir dor ao treinar. Durante Roland Garros, vou ter o meu médico comigo. Isso ajuda porque você consegue fazer coisas", contou. "Nos dias positivos e negativos, você precisa valorizar as coisas boas que aconteceram. E também há dias como hoje, de aceitar e continuar, mesmo que não seja fácil às vezes".

Novak Djokovic, como de costume, é um forte candidato em Paris. O número 1 do mundo foi campeão em Roma, chegando a 1000 vitórias na carreira na semifinal. O sérvio não havia começado muito bem no saibro, sem ritmo devido a sua ausência nos Masters 1000 dos EUA.

A derrota para Alcaraz na semifinal de Madri também foi um percalço, mas sua semana impecável na Itália e seu histórico forte em Paris (dois títulos, quatro vices) mostraram como o sérvio cresce nos momentos decisivos.

Os dois veteranos têm uma dor de cabeça para resolver, no entanto: Alcaraz já venceu dois Masters 1000 (Miami e Madri) e dois ATP 500 (Rio e Barcelona) em 2022. O jovem espanhol abriu mão de Roma para descansar. A grande pergunta de Roland Garros é até onde ele pode chegar. Seu melhor desempenho em Slams até o momento foram quartas de final no US Open de 2021.

O grego Stefanos Tsitsipas pode aproveitar as incertezas para conquistar seu primeiro Slam. Ele foi o segundo jogador que mais somou pontos na temporada até o momento, atrás apenas de Nadal, e ficou com o vice em Roma.

Entre as principais ausências, estão Roger Federer (fora há quase um ano), Andy Murray (chegou a jogar no saibro, mas quer se preservar para a grama), Matteo Berrettini (lesão) e Gael Monfils (lesão). Daniil Medvedev, número 2 do mundo, passou a maior parte da temporada de saibro lesionado e tentará jogar um torneio preparatório nesta semana.

Vem aí o sexto título seguido de Swiatek?

Se a campanha de Alcaraz em 2022 impressiona, o que dizer da polonesa Iga Swiatek, que conquistou cinco títulos seguidos (Doha, Indian Wells, Miami, Stuttgart e Roma), invencível há 28 jogos? Ainda por cima, ela sabe bem o gosto de vencer Roland Garros, como fez em 2020.

As estatísticas de Swiatek são contundentes: ela venceu 42 dos últimos 43 sets que jogou; ela não cede sets em finais desde a primeira que disputou, em 2019; só em 2022, ela aplicou 13 vezes um 'pneu' (6/0) em suas adversárias; neste século, apenas as irmãs Serena e Venus Williams e Justine Henin tiveram séries de invencibilidade maiores e também venceram pelo menos cinco títulos no ano.

"Honestamente, vou fazer [em Roland Garros] o mesmo que fiz aqui e nos outros torneios. Claro que será mais difícil, com todos os intervalos que teremos entre os jogos. Também gosto do ritmo que temos nos Slams. Vou tentar ir passo a passo, só pensar no próximo como fiz nesses torneios", disse Swiatek.

"Se eu for tratar como qualquer outro torneio, vai dar certo e vou conseguir manter dessa forma", completou a líder do ranking.

O desempenho da polonesa de certa forma ofuscou a bela temporada de saibro da tunisiana Ons Jabeur. Campeã em Madri, ela é a líder de pontos do ano, com três finais e 17 vitórias no saibro.

Dona de quatro medalhas Olímpicas de ouro e de 23 Grand Slams, Serena Williams promete um retorno na temporada de grama.

Brasil em Roland Garros 2022

Entre os tenistas brasileiros, Beatriz Haddad Maia desponta como o nome a ficar de olho em Paris. A brasileira estreou no top 50 da WTA após duas finais consecutivas da série 125, em Saint Malo (campeã) e Paris (vice).

Bia também furou qualis de torneios grandes e levou a melhor em partidas em WTA 1000 contra adversárias de peso, como Sofia Kenin e Maria Sakkari. Seu melhor resultado do ano foi nas duplas, com o vice-campeonato do Australian Open ao lado de Ana Danilina.

A medalhista Olímpica de bronze Laura Pigossi e Carolina Meligeni Alves disputam o qualifying nesta semana, assim como Thiago Monteiro, Felipe Meligeni Alves, Thiago Wild e João Menezes. Matheus Pucinelli caiu na primeira rodada nesta segunda (16).

Nas duplas masculinas, os veteranos Marcelo Melo e Bruno Soares jogam com Maximo Gonzalez (ARG) e Jamie Murray (GBR), respectivamente. Rafael Matos, que venceu dois ATPs neste ano, tem como parceiro David Vega Hernandez (ESP), e Felipe Meligeni forma dupla com Sebastian Baez (ARG).

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