Faltam dois anos: cinco promessas do Brasil para Paris 2024

Por Sheila Vieira
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Julia Bergmann Kisy

Com dois anos pela frente até os Jogos Olímpicos Paris 2024, começa a especulação sobre quais nomes podem trazer medalhas para o Brasil. Veja cinco promessas que podem estar no seu auge na capital francesa em 2024.

Muita coisa pode mudar até os Jogos Olímpicos Paris 2024 começarem em 26 de julho de 2024, mas em julho de 2022, há atletas brasileiros que têm deixado boas impressões e mostram potencial para igualar nos próximos Jogos os feitos de nomes como Rebeca Andrade, Rayssa Leal e Alison dos Santos em Tóquio 2020.

Confira algumas promessas que podem conquistar suas primeiras medalhas Olímpicas para o Brasil em Paris 2024, com base nos resultados do último ano.

Não foram considerados para esta lista atletas que já são medalhistas Olímpicos ou campeões mundiais, ou atletas que tenham 26 anos ou mais.

Kisy e Júlia Bergmann, vôlei

A seleção feminina de vôlei do Brasil tem passado por uma animadora renovação após Tóquio 2020. Na Liga das Nações de 2022, na qual o time foi vice-campeão, duas jogadoras passaram com louvor no teste: Kisy e Júlia Bergmann. Se forem a Paris 2024, ambas farão suas estreias Olímpicas.

Kisy, de 22 anos, foi a maior pontuadora do Brasil na Liga das Nações, com 190 ataques certeiros, superando Carol (melhor bloqueadora da VNL) e Gabi. Antes do torneio de seleções, a paulistana foi MVP das finais da Superliga no título do Minas.

"Estou muito feliz e tento aproveitar ao máximo esse momento. Veio tudo de uma vez. Tive ajuda das jogadoras mais experientes. A Sheilla, por exemplo, me ajudou muito. Não foi fácil, mas fico feliz de ter aproveitado a chance. Estou realizando o meu sonho de estar na seleção principal. Tenho consciência de que preciso conquistar o meu espaço no grupo e vou trabalhar bastante para isso", disse Kisy antes da Liga das Nações.

Aos 21 anos, Júlia Bergmann havia estreado na seleção brasileira em 2019, mas sua participação na liga universitária americana a manteve afastada da equipe. A atleta nascida em Munique, na Alemanha, salvou o Brasil quando as adversárias apertavam a marcação contra Gabi e foi a segunda melhor na recepção na VNL.

“Quem joga ao lado da Gabi sempre vai ser um alvo do saque adversário. Gosto muito de passar e treinar passe e, como o saque vai ser direcionado em mim, já me preparo antes. Tento fazer nos jogos o que treino todos os dias", afirmou Bergmann.

Bergmann não poderá disputar o Mundial de 2022 devido aos compromissos universitários, mas vai se formar, e então poderá se dedicar à seleção.

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Guilherme Costa, natação

Tanto em Tóquio 2020, quanto no Mundial de Budapeste de 2022, Guilherme Costa mostrou que tem um caminho promissor na natação em provas longas, quebrando uma tradição da natação masculina brasileira de ser mais forte em provas de velocidade.

No Japão, o carioca quebrou o recorde sul-americano dos 800m, prova em que chegou à final. A sua evolução foi notável em Budapeste, onde ele se tornou o primeiro sul-americano medalhista mundial nos 400m, com o bronze.

O atleta de 23 anos também terminou em quinto nos 800m e sexto nos 1500m em Budapeste, batendo os recordes sul-americanos dessas provas. Incansável, foi para as águas abertas fechar o revezamento brasileiro de 6km, que terminou em quinto lugar.

"Sempre quero buscar mais, sei que posso mais. A cada prova que for, independente da distância, o pensamento tem que ser esse. Se eu buscar o meu melhor todo dia, no Mundial não será diferente. Virou a chave sim. A medalha me deu mais confiança, mas tenho que continuar trabalhando e trabalhar muito mais", disse o nadador ao retornar de Budapeste.

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Foto por 2022 Getty Images

Guilherme Schimidt, judô

Em busca de renovação, o judô brasileiro colocas suas fichas em Guilherme Schimidt, que já tem resultados expressivos aos 21 anos. O brasiliense, da categoria 81kg, já havia mostrado seu talento ao ser bronze no Mundial juvenil de 2019. Em 2021, o brasiliense foi prata no Grand Prix de Zagreb, na Croácia, e campeão mundial militar.

Já nesta temporada, Schimidt soma dois ouros em etapas de Grand Slam: a primeira em Antalya, na Turquia, e a segunda em Budapeste, na Hungria, derrotando Saeid Mollaei, prata em Tóquio. Atualmente, ele ocupa a quarta posição do ranking mundial.

"Fico tranquilo sobre isso [expectativa]. Estou trabalhando para evoluir, sou novo ainda. Cada competição só venho evoluindo e crescendo, tenho que manter a cabeça focada na evolução. O caminho até Paris é muito longo. Espero chegar lá na minha melhor versão possível", contou Schmidt ao Surto Olímpico.

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Foto por IJF

Daniel do Nascimento, atletismo

Daniel do Nascimento chegou a deixar o esporte após uma lesão no tendão de Aquiles aos 18 anos. Felizmente para o Brasil, ele retornou em 2019 para se tornar uma promessa para Paris 2024.

A princípio, Danielzinho competia como fundista de pista, mas tomou a decisão de também correr a maratona em 2021. O atleta, que completa 24 anos em 28 de julho, se mudou para o Quênia, de onde costumam sair os melhores do mundo no evento.

"Lá [Quênia] é muito incrível. Se o Brasil é o país do futebol, lá é o país da corrida. Se a criança aqui quer ser o Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, lá as crianças querem ser o Kipchoge, o Paul Tergat...Lá tem uma placa incrível na cidade que diz 'Bem-vindo a casa dos campeões'. Ás vezes eu estou fazendo meus long runs e as crianças te acompanham correndo um tempo e depois param, mas só isso já é um incentivo e tanto para aquelas crianças se tornarem grandes atletas no futuro", comentou Daniel ao Surto Olímpico.

Em sua primeira maratona, ele já conquistou o índice para Tóquio 2020. O paulista sofreu com o forte calor em Tóquio e abandonou em sua segunda maratona da carreira. Já em Seul, em abril de 2022, Daniel fez história com a marca de 2h04min51, estabelecendo o recorde das Américas e o melhor tempo de um maratonista que não nasceu na África.

No Mundial de Eugene, em 2022, Daniel terminou na oitava colocação. Com mais dois anos para somar experiência, Daniel pode tentar ser o primeiro brasileiro medalhista na maratona desde Vanderlei Cordeiro de Lima em Atenas 2004.

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Marcus Vinicius D’Almeida, tiro com arco

Se for a Paris 2024, Marcus fará sua terceira participação Olímpica. Ou seja, pode já ser considerado um veterano na competição. É que ele surgiu muito jovem, levando a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014.

O status de Marcus neste ciclo Olímpico, no entanto, é bem diferente de antes. Em 2021, ele foi vice-campeão mundial, melhor resultado do Brasil no esporte. Nesta temporada, conquistou o ouro em uma etapa da Copa do Mundo em Paris e foi bronze na disputa mista com Ana Luiza Caetano em Medellín.

Apesar de ser considerado uma promessa há bastante tempo, Marcus agora pode realmente ser considerado um candidato a medalha, colocando o Brasil definitivamente no mapa mundial da modalidade.

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