Cinco curiosidades sobre o ciclista português João Almeida
Com a quinta colocação na última etapa da Volta à Itália, João Almeida foi à vice-liderança geral do evento. O Olympics.com separou cinco curiosidades sobre o melhor português de sempre de uma das mais tradicionais provas do ciclismo internacional.
Com o quinto lugar na quinta e última etapa da Volta à Itália, no domingo passado, o ciclista português João Almeida subiu à vice-liderança geral do evento, em sua 105ª edição. O vencedor deste percurso de 191km entre Isérnia e Blockhaus foi o australiano Jai Hindley, sendo que o líder geral permaneceu sendo o espanhol Juan Pedro López, detentor da maglia (camiseta) rosa, dada àquele que possui os melhores resultados no somatórios das etapas.
"Sofri muito hoje, não tive pernas. Lutei para não perder muito tempo e consegui, com o ritmo certo, por isso fiquei contente por ter conseguido terminar no grupo da frente", explicou João Almeida para o jornal "A Bola".
Com mais 12 etapas pela frente, o ciclista natural de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) vai em busca do tão sonhado título da Volta à Itália, algo que escapou-lhe por pouco em 2020, com o quarto lugar geral após haver competido com a maglia rosa - ou seja, manteve a liderança - por 15 dias (em um total de 21).
"Se só pudesse ganhar mais uma corrida na carreira seria, sem dúvida, a Volta à Itália", disse o "Duro das Caldas" ao jornal "Público".
O Olympics.com separou cinco curiosidades sobre o melhor de sempre desta tradicional prova do ciclismo internacional.
1 - Segundo ciclista português a vestir a maglia rosa
Na terceira etapa Volta à Itália de 2020, João Almeida assumiu a liderança geral do evento beneficiado sobretudo pelo segundo lugar da prova de contrarrelógio, em Palermo, dias antes. Tornava-se o segundo luso a alcançar o feito na história, depois de Acácio da Silva ter sido o primeiro, em 1989.
Curiosamente essas duas lideranças - de Acácio da Silva em 1989 e João Almeida em 2020 - foram conquistadas no mesmo trecho percorrido, de 150 quilômetros entre a cidade de Enna e vulcão Etna.
"Senti-me bem na subida final (18 quilômetros) mas sofri um pouco. Não estava à espera de vestir a maglia (camiseta) rosa, estou muito feliz", disse João Almeida às redes sociais oficiais da Volta à Itália, após assumir sua liderança pela primeira vez e assim vestir a camiseta rosa, que vestiu por muitos dias.
2 - Liderou a Volta à Itália por 15 dias
Depois de haver vencido esta terceira etapa na edição de 2020, João Almeida manteve-se na liderança por mais 14 dias, tirada dele quando faltavam apenas quatro etapas. Na classificação geral, terminou em quarto lugar.
O campeão acabou sendo o britânico Tao Geoghegan Hart, que vencera a penúltima etapa (190km entre Alba e Sestriere) e que só vestiu a maglia rosa, após faturar a etapa final, na prova de contrarrelógio, em Milão.
Entre San Salvo e Roccaraso (nona etapa), além de ter Almeida como líder, Portugal também teve Ruben Guerreiro como vencedor da etapa.
3 - Melhor português de sempre na Volta à Itália
O quarto lugar geral na edição de 2020 fez de João Almeida o melhor português de sempre na Volta à Itália. Antes dele, José Azevedo havia sido quinto, em 2001.
"O meu objetivo era o top 10 e já era muito ambicioso. Terminar em quarto é um sonho. Estou muito grato a toda a minha equipe pelo que fizeram, staff, colegas de equipes, todos. Quinze dias de rosa é uma coisa impressionante e espero um dia voltar a vesti-la", disse Almeida em entrevista ao jornal "Record" após a conclusão da Volta à Itália em 2020. "Impressionante estar à altura de José Azevedo", completou.
4 - O "Duro das Caldas"
A partir do momento em que João Almeida passou a ganhar notoriedade, resolveram dar-lhe uma alcunha. Sugeriram "Pantera" ao vê-lo vestido de rosa e em referência ao desenho animado da "pantera cor de rosa".
No entanto, "Duro das Caldas" foi mais apropriado porque se refere ao "duro", um artesanato feito de cerâmica típico de Caldas da Rainha, terra natal do ciclista. Mas "duro" também é em alusão à maneira como conduz a bicicleta, em que é sempre lembrado pela habilidade que tem em fazer uma inclinação parecer-se com uma reta.
5 - Braçadeira de capitão dedicada a ele
Antes do ciclismo, João Almeida tentou o futebol e fez parte das camadas jovens do Grupo Desportivo A-dos-Francos. Jogava de defesa. O envolvimento com a terra onde nasceu, sua paixão pelo futebol - tinha em seu quarto o pôster de Cristiano Ronaldo - e as conquistas no ciclismo fizeram o centenário e local Caldas Sport Club, que disputa a terceira divisão do futebol português, homenagear seu ilustre conterrâneo ao dedicar a cor rosa à braçadeira do capitão da equipe, após ele haver conquistado a camiseta desta cor, a de líder, na edição de 2020 da Volta à Itália.
"A ideia não surgiu da minha parte, mas dos responsáveis do clube, porque o João é de A-dos-Francos (nas Caldas da Rainha), e esta zona está bastante mobilizada, a viver isto com muita emoção, intensidade, quer apoiar bastante o João. Foi a forma que o clube arranjou de lhe prestar a homenagem e lhe dar força para que continue a fazer história", disse o capitão da equipe, o zagueiro Thomas Militão, à agência de notícias "Lusa". "Já tem feito muito, e tem feito com que as pessoas se sintam muito orgulhosas dele", complementa Militão.