Tóquio 2020: Brasil quer superar histórica Rio 2016

Após recorde de medalhas como país-sede dos Jogos Olímpicos, poderá o Brasil se reafirmar em Tóquio 2020? Conheça os 5 brasileiros com chances de levar o ouro.

6 minPor Gonçalo Moreira
Rio 2016
(IOC)

Em nove ocasiões na história dos Jogos Olímpicos de verão o país-sede dominou o quadro de medalhas. Mesmo sem ser a primeira nação na Rio 2016, o Brasil se prepara para defender em Tóquio 2020 uma herança pesada.

No total foram 19 medalhas: sete de ouro, seis de prata e seis de bronze – e se em termos de prata e bronze esses números já tinham sido atingidos em anteriores edições, no caso do ouro foi inédito porque não há precedente de sete campeões Olímpicos brasileiros nos mesmos Jogos.

(2016 Getty Images)

O Brasil vai superar a melhor campanha Olímpica da história?

Para a reputada consultora Gracenote, o Brasil voltará a liderar entre os países da América Latina. Em Tóquio 2020, que acontece em 2021, a meta são cinco ouros, cinco pratas e dez bronzes – um total de 20 medalhas. Contribuindo para este cenário estariam os esportes estreantes no programa Olímpico – skate, surfe e karate – sobretudo tendo em conta o domínio do Brasil nos dois primeiros.

A Gracenote projeta ouro para Bia Ferreira (boxe), Isaquias Queiroz (no C1 1.000 m da canoagem velocidade), Italo Ferreira (surfe), Nathalie Moellhausen (esgrima) e seleção masculina de vôlei.

Ligeiramente diferente é o Termômetro do Globo Esporte. No ranking de prováveis medalhados do Globo Esporte se ratifica o favoritismo de Bia Ferreira e Isaquias Queiroz, mas há três nomes alternativos: Pâmela Rosa (skate street), Gabriel Medina (surfe) e Martine Grael/Kahena Kunze (vela).

Analisamos cinco dos principais candidatos ao ouro.

(Buda Mendes)

Beatriz Ferreira (Boxe)

O peso-leve feminino (60 kg) pode cair por KO para Beatriz Ferreira. A baiana é um dos nomes que gera consenso entre os especialistas que projetam medalhas de ouro para o Brasil. Bia prepara a estreia em Tóquio 2020, mas a atmosfera dos Jogos será familiar, já que no Rio 2016 integrou o programa Vivência Olímpica, que permitiu a 20 jovens-promessas do esporte brasileiro conviver de perto com os atletas e sentir o ambiente dos Jogos.

Campeã mundial em 2019, quando bateu a chinesa Wang Cong, e filha do antigo boxeador Raimundo de Oliveira Ferreira, o Sergipe, que durante o período de confinamento treinou Beatriz Ferreira em casa, a boxeadora chega em alta a Tóquio 2020 e pode sair com a medalha de ouro da Arena Kokugikan, o lar espiritual da luta de sumô, esporte nacional do Japão.

Isaquias Queiroz (Canoagem de velocidade)

Falar de canoagem de velocidade é falar de Isaquias Queiroz. O baiano, de Ubaitaba, se tornou o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas Olímpicas em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos: prata C1 1000 metros (m) e no C2 1000m, bronze no C1 200m durante a Rio 2016.

Em Tóquio 2020, que acontece em 2021, só falta mesmo conquistar o ouro para completar a coleção de metais preciosos. Esse é o principal objetivo na mente de Isaquias Queiroz, que após 21 meses sem poder competir pela pandemia de Covid-19, regressou em maio desse ano na Copa do Mundo de Canoagem, em Szeged (Hungria), com 2º lugar no C1 1000m e 3º no C2 1000m.

(2016 Getty Images)

Seleção masculina de vôlei

Se há um esporte clássico em período de Jogos Olímpicos é o vôlei. Somando a quadra com a praia, tem sido o esporte mais rentável a nível de medalhas: dez conquistadas pelo vôlei de quadra e 13 pelo vôlei de praia num total de 23 medalhas (oito delas de ouro), o que coloca o vôlei como a modalidade que mais contribuiu para o quadro de medalhas histórico do Brasil, na frente da vela e do judô.

A seleção masculina brasileira terminou invicta a Copa do Mundo de 2019 da FIVB e teve em Alan Souza o MVP do torneio. Em Tóquio 2020 o Brasil será liderado pelo levantador Bruno Rezende, que procura a quarta medalha Olímpica consecutiva após duas pratas e um ouro. O objetivo é apenas um: conseguir o tetra nos Jogos Olímp após vitórias em Barcelona 1992, Atenas 2004 e Rio 2016.

Além da vertente esportiva, um eventual triunfo do Brasil seria a melhor forma de premiar a grande vitória da seleção nesse ano de 2021: o técnico Renan Dal Zotto vem recuperando e se espera que esteja nos Jogos após sofrer complicações resultantes da Covid-19 que obrigaram a internamento hospitalar durante um mês. Mas atenção com os campeões mundiais de 2018, a Polônia, e com a França, que recentemente na Liga das Nações bateu o Brasil por 3-0 tirando a invencibilidade da seleção no torneio.

(Cameron Spencer/Getty Images)

Italo Ferreira e Gabriel Medina (Surfe)

É difícil falar em apenas um nome para o título Olímpico do surfe, esporte que se estreia no programa em Tóquio 2020. Italo Ferreira e Gabriel Medina são os dois últimos campeões do mundo e têm dividido entre eles as etapas do Circuito Mundial na atual temporada.

O domínio é quase total e promete medalhas nos Jogos Olímpicos, o que seria o ponto alto para a geração conhecida como Brazilian Storm, nascida nas águas de Guarujá, que partiu de São Paulo para a conquista das ondas de todo o mundo. Em Tóquio 2020, que acontece em 2021, o favoritismo é claro para Italo Ferreira e Gabriel Medina, a notícia seria que um dos dois não levasse o ouro. Caso isso aconteça, as alternativas são o japonês Kanoa Igarashi ou o americano John John Florence.

(2021 Getty Images)

Rayssa Leal (Skate street)

Com 11 anos se tornou a mais jovem skater da história a vencer uma final da Street League Skateboarding World Tour, em Los Angeles. Com 13 leva duas edições consecutivas do Campeonato do Mundo cheirando o ouro (2ª em 2019 e 3ª em 2021). Os sinais de que Rayssa Leal vai lutar por uma medalha em Tóquio 2020 são evidentes, especialmente após o 3º lugar no Mundial em Roma, onde foi a melhor das brasileiras – as ex-campeãs mundiais Pâmela Rosa (4ª) e Leticia Bufoni (5ª) ficaram nas portas do pódio.

No skate street, que tal como o surfe e o karatê faz a estreia em Jogos Olímpicos, Rayssa Leal representa a nova geração, tão precoce quanto brilhante. No pódio em Tóquio 2020, que acontece em 2021, Rayssa Leal poderá ter a companhia da britânica Sky Brown, de 12 anos; juntas poderão fazer história se tornando as mais jovens campeãs Olímpicas, recorde que pertence à americana Marjorie Gestring (vencedora em Berlim 1936 em saltos ornamentais com 13 anos e 268 dias).

Além das brasileiras, as rivais a ter em conta serão as japonesas. Aori Nishimura chega como campeã do mundo e Momiji Nishiya acaba de obter o primeiro pódio em Mundiais com o vice-campeonato em Roma.

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