O surfe é um dos 33 esportes que serão realizados nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Deverá fazer sua estréia Olímpica em julho de 2021 no Japão
Mas quem são os atletas a serem acompanhados? Quando e onde a competição será realizada e? Aqui está nosso guia para as coisas mais importantes a saber sobre o surfe Olímpico.
Os melhores surfistas Olímpicos em Tóquio 2020 em 2021
O talento precoce de Gabriel Medina atingiu o auge com a vitória no campeonato do mundo em 2014, aos 20 anos. Foi a primeira de um brasileiro e abriu as portas do circuito mundial a uma onda de talentos canarinhos, o que permitiu a obtenção de mais três títulos desde esse momento.
O mais recente foi cortesia de Italo Ferreira, em 2019. Natural de Baía Formosa, Rio Grande do Norte, Italo Ferreira estará com Gabriel Medina em Tóquio 2020 em 2021 e nenhum dos dois considera outro cenário que não seja levar o ouro Olímpico, um feito enorme para uma nação que passou de ser presença habitual no Tour em meados da década de 80, a dominar os principais eventos do surfe.
Formados nas águas de Guarujá, estado de São Paulo, a temporada de 2020 da World Surf League (WSL) parece confirmar que o momento de forma dos brasileiros é ideal com vitórias em quatro dos cinco eventos até agora disputados. Após a vitória de Gabriel Medina na ilha de Rottnest, na Austrália, ficam a faltar a etapa californiana em Lemoore e a mexicana em Barra de la Cruz.
Na lista dos melhores surfistas Olímpicos em Tóquio 2020 em 2021 temos Kanoa Igarashi, representando o Japão, mas o único capaz de desafiar o domínio brasileiro tem sido o havaiano de Honolulu, John John Florence, vencedor em casa na abertura da temporada no Pipeline Masters. Bicampeão mundial, com a tranquilidade de mais de uma década no circuito, John John está na corrida para levar o título Olímpico para os EUA.
No setor feminino, Carissa Moore representa o atual auge do surfe profissional norte-americano e chega a Tóquio como campeã mundial e com um total de quatro vitórias na WSL. Moore furou em 2019 o bloqueio australiano que durou três épocas devido ao domínio de Tyler Wright e Stephanie Gilmore.
Com centenas de quilômetros de costa incrível de todos os lados, não é segredo que a Austrália tem alguns surfistas incríveis. Stephanie Gilmore, sete vezes campeã mundial, é uma das profissionais mais condecoradas de todos os tempos, competidora feroz e séria candidata à medalha de ouro.
O circuito feminino ainda resiste às brasileiras. Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima têm por isso uma missão mais complicada em Tóquio 2020 do que os seus compatriotas da prova masculina.
Tati é gaúcha, mas escolheu Kauai, no Havaí, para viver e a aposta tem dado frutos como prova a vitória no Margaret River Pro, na Austrália, onde bateu Gilmore. Silvana é cearense, de Paracuru, e deu boas indicações no Pré-Olímpico que decorreu no Japão, em 2019, sendo medalha de prata na prova que decorreu em Miyazaki.
A prova Olímpica será na praia Tsurigasaki, que os brasileiros dizem ter ondas parecidas com as do Nordeste. Outro bom indício de êxito foram os resultados dos homens no Pré-Olímpico: Italo Ferreira venceu e Gabriel Medina foi bronze.
Calendário Olímpico de surfe em Tóquio 2020 em 2021
Não é surpresa que o surfe seja tão imprevisível quanto o oceano. A altura das ondas, a direção e a força do vento, e vários outros fatores ditam se uma competição de surfe pode ser realizada, e como estas condições podem mudar drasticamente no dia a dia, os eventos precisam ser muito flexíveis.
Por esta razão, o calendário Olímpico de surfe em Tóquio 2020 em 2021 está associado ao Festival Olímpico de Surfe, de 25 de julho a 1 de agosto de 2021. Este prazo é para garantir que a competição possa ser realizada durante os dias que tenham as melhores condições de ondas possíveis.
A competição propriamente dita levará quatro dias para ser concluída. Estes quatro dias podem acontecer um após o outro ou ser distribuídos durante vários dias dentro do período da OSF. Cada dia de competição pode durar um máximo de nove horas e 40 minutos, sempre que o tempo exato for preliminar e dependerá das condições de onda e visibilidade.
Local de surfe Olímpico em Tóquio 2020
O surfe fará sua estreia Olímpica na praia de Tsurigasaki a cerca de 100km do Estádio Olímpico de Tóquio. A praia fica na cidade de Ichinomiya, na costa do Pacífico da Província de Chiba. É um dos pontos mais a leste do Japão, o que o torna particularmente adequado para qualquer onda que venha do norte, leste ou sul, dependendo da estação do ano.
É conhecida como uma das praias mais consistentes para o surfe no Japão e tem sido o local de muitas competições de eliminatórias mundiais da WSL nos últimos anos, além de ser o campo de treino para a maioria dos melhores surfistas profissionais do Japão.
O calendário do evento deve combinar boas condições de barra de areia e ondas de meados de verão vindas do sul com ondas de 1-1,5 m de altura para que os melhores do mundo possam fazer sua estréia no palco Olímpico.
Formato da competição Olímpica de surfe em Tóquio 2020
O formato da competição Olímpica de surfe em Tóquio 2020 em 2021 é simples: 20 homens e 20 mulheres competindo em três rodadas, e três finais compostas de baterias (heats) de 30 minutos.
A primeira rodada terá quatro atletas por heat, enquanto a segunda rodada terá cinco. A partir da terceira rodada, a competição se transforma em um formato de um contra um.
Durante as provas de heat, cada surfista terá 30 minutos para pegar o máximo de ondas possível e receber uma pontuação de 0-10 para cada onda surfada. Entretanto, apenas as duas primeiras ondas de cada surfista são calculadas em sua pontuação final.
Devido à natureza do esporte, os surfistas são julgados segundo um critério ligeiramente diferente dos outros atletas. As ondas são pontuadas por um painel de juízes experientes usando um sistema de cinco pontos.
- Compromisso e dificuldade: este fator é o mais importante e julga os tipos, grau de dificuldade e risco dos movimentos realizados. Além disso, como todas as ondas são diferentes, os atletas também são julgados pelo alto risco da onda que escolheram e pelo comprometimento do surfista em maximizar as oportunidades de pontuação potencial em cada onda.
- Inovação e progressão: além das manobras padrão em um repertório de surfistas, os juízes também vão pontuar aqueles que empurrarem os limites do surfe moderno com movimentos progressivos, como variações aéreas ou deslizamento de cauda.
- Variedade: embora a qualidade seja a mais importante, os juízes também estão atentos aos atletas que incorporam vários tipos diferentes de manobras na sua performance.
- Combinação: este ponto considera como um surfista pode conectar manobras de alta pontuação, como tubos, curvas e aéreos na mesma onda.
- Velocidade, potência e fluxo: este antigo mantra do surfe se refere ao estilo de um atleta em uma onda, mas também aos elementos técnicos sutis que separam os bons surfistas dos grandes. A capacidade de reagir às condições de mudança em uma onda e manter a velocidade adequada para realizar manobras de alta pontuação, a quantidade de potência que vai em cada movimento para que possa ser exibida no seu maior potencial, e um fluxo na forma como um surfista conecta cada movimento do início ao fim.
História do surfe Olímpico
Em 3 de agosto de 2016, o Comitê Olímpico Internacional decidiu incluir o surfe como um dos novos cinco esportes no programa da Tóquio 2020. A história do surfe Olímpico é curta, já que será a primeira aparição do surfe em Olimpíadas.
Entretanto, a arte de pegar ondas em prancha existe há centenas de anos. Os polinésios que viveram no grupo de illhas do Pacífico do Havaí e Taiti tinham no surfe o centro de sua identidade cultural durante todo esse período, e, recentemente, registros arqueológicos mostram que culturas ancestrais pré-Incas na costa peruana usaram pranchas desde 200d.C.
Na Era Moderna, o surfe foi popularizado pelo famoso barqueiro e Olímpico Duke Kahanamoku, do Havaí. Kahanamoku venceu três ouros na natação em Estocolmo 1912 e Antuérpia 1920 para os EUA. Ele não é somente considerado o ‘pai do surfe moderno‘, mas também o responsável por plantar a semente para uma futura inclusão do surfe nos Jogos Olímpicos, ao fazer essa sugestão ao aceitar a medalha de ouro em Estocolmo 1912.