O Brasil se prepara a sétima presença do futebol feminino nos Jogos Olímpicos, onde o histórico da verde e amarela já permitiu trazer duas medalhas de prata para casa, em Atenas 2004 e Beijing 2008.
Após o anúncio da seleção masculina, o elenco feminino selecionado para Tóquio 2020, que acontece em 2021, também foi anunciado.
Goleiras
- Bárbara (Avaí/Kindermann)
- Letícia Izidoro (Benfica - POR)
- Aline Reis (Granadilla Tenerife - ESP)
Defensoras
- Poliana (Corinthians)
- Bruna Benites (Internacional)
- Rafaelle (Palmeiras)
- Erika (Corinthians)
- Tamires (Corinthians)
- Jucinara (Levante - ESP)
- Letícia Santos (Eintracht Frankfurt - ALE)
Meio-campistas
- Formiga (São Paulo)
- Andressinha (Corinthians)
- Júlia Bianchi (Palmeiras)
- Marta (Orlando Pride - EUA)
- Duda (São Paulo)
- Debinha (North Carolina Courage - EUA)
- Adriana (Corinthians)
- Andressa Alves (Roma - ITA)
Atacantes
- Ludmila (Atlético de Madrid - ESP)
- Bia Zaneratto (Palmeiras)
- Geyse (Madrid CFF - ESP)
- Giovana Queiroz (Barcelona - ESP)
Um dos grandes nomes da história do futebol feminino brasileiro, Cristiane ficou fora de Tóquio 2020.
Missão de Pia Sundhage é despertar o gigante adormecido
Para terminar no lugar mais alto do pódio a CBF recrutou uma lenda. Pia Sundhage foi internacional pela Suécia, marcando 71 gols em 146 jogos até se aposentar em 1996. Na área técnica se destacou consolidando os EUA como potência Olímpica com títulos em Beijing 2008 e Londres 2012, êxito que não conseguiu reproduzir em Copas do Mundo, onde apenas jogou uma final e perdeu – em 2011, frente ao Japão, nos pênaltis.
O trabalho no Brasil foi iniciado em julho de 2019 e a missão de Pia Sundhage é despertar o gigante adormecido. Sem jogar uma final de Copa do Mundo há 14 anos e uma final Olímpica há 13, o Brasil se entrega nas mãos da sueca de 61 anos, que começou implantando alguns conceitos capitais de sua filosofia: compactação defensiva, construção ofensiva e posse de bola.
Se há alguém capaz de despertar o gigante Brasil, esse alguém é Marta. A melhor do mundo para a FIFA em seis ocasiões e autora de 8 gols em torneios Olímpicos vai para a quinta presença em Jogos e reagiu como se fosse a primeira convocação, num momento de pura emoção por voltar a vestir a verde e amarela num torneio especial para o futebol feminino. O vídeo foi partilhado pela narrador na Rede Globo, Natália Lara.
Em 2021 a canarinha disputou cinco jogos e o saldo é positivo: três vitórias sobre Canadá, Argentina e Rússia, empate frente ao Canadá na última data FIFA antes de Tóquio 2020 e apenas uma derrota para a bicampeã Olímpica Estados Unidos – na Copa She Believes, em fevereiro, por 2 a 0. A compactação defensiva permitiu que em três dos últimos cinco jogos o Brasil não tivesse sua defesa vazada. Desde a chegada da sueca são 17 jogos e em apenas 8 a seleção sofreu gols.
Amistosos pré-Tóquio 2020
- Brasil 0 x 0 Canadá
- Brasil 3 x 0 Rússia – Bruna Benites (2) e Andressa
Jogos da seleção feminina em Tóquio 2020
O Brasil está no Grupo F junto a China, Países Baixos e Zâmbia. Esses são os confrontos da fase de grupos:
- 21 de julho, Brasil x China - em Miyagi às 5h (Horário de Brasília)
- 24 de julho, Países Baixos x Brasil - Miyagi às 8h (Horário de Brasília)
- 27 de julho, Brasil x Zâmbia, em Saitama às 8h30 (Horário de Brasília)
Formiga: embaixadora do futebol brasileiro no mundo
Há nomes incontornáveis no futebol. Não nasceram com os jogadores, mas se tornaram imagens de marca. Miraildes Maciel Mota poderia ser mais uma cidadã do mundo, mas é Formiga, recordista brasileira de participações em Jogos ao lado do velejador bicampeão Olímpico Robert Scheidt e da mountain biker Jaqueline Mourão.
Formiga acaba de sair da França com mais uma missão cumprida, ajudando na conquista do primeiro campeonato do PSG, após 14 Ligas consecutivas do Lyon. Embaixadora do futebol canarinho no mundo, Formiga aposta no regresso a casa, isto é, ao São Paulo, onde atuou entre 1997 e 2000, vencendo o Brasileiro e dois estaduais. A camisa do Tricolor é apenas mais uma das muitas que defendeu ao longo dos 21 anos que separam as duas etapas no São Paulo, mas a que marca a carreira da baiana é a verde e amarela da seleção.
Na seleção, Formiga é uma instituição: sete presenças em Copas do Mundo, inédito tanto no futebol feminino como no masculino, mais de 200 jogos com a seleção. Em Tóquio 2020 estará, talvez, o último grande sonho de Formiga: a medalha de ouro!
Bruna Benites: a líder do “Air Brasil”
Numa seleção onde apenas cinco jogadoras têm mais de 90 jogos internacionais – Formiga, Marta, Tamires, Debinha e Andressa Alves – há um claro relevo geracional em curso, o que torna fundamental o papel das veteranas.
Uma das líderes da canarinha é a zagueira Bruna Benites, de 35 anos, que atravessa excelente fase a semanas do Brasil iniciar a participação em Tóquio 2020, que acontece em 2021. Dois gols de cabeça na vitória por 3 a 0 no amistoso contra a Rússia, em situações de bola parada, colocam Bruna Benites não só como controladora do espaço aéreo defensivo, mas também ameaça permanente no ataque.
Após os dois gols contra a Rússia, Bruna partilhou o crédito com Andressinha e Marta, que batem os escanteios, em entrevista à CBF TV:
"Nós treinamos bastante ontem e no treinamento os gols também entraram. O mérito é das meninas que estão batendo, elas têm uma precisão muito grande. A gente só tem a facilidade de empurrar a bola para o gol. Hoje foi uma noite especial para mim. Não é comum uma zagueira fazer dois gols, mas estou muito feliz por ter ajudado a equipe”.
Com 1,79m a capitã do Internacional-RS reflete a essência do futebol, com seus altos e baixos ao longo de uma carreira. Inclusive na seleção, onde Bruna Benites tem sido uma das capitãs mesmo não tendo jogado as duas últimas Copas do Mundo.
Ao longo da preparação para Tóquio 2020, que acontece em 2021, Bruna Benites reconquistou um lugar no lado direito da zaga e no ensaio-geral frente ao Canadá fez dupla de zaga com a palmeirense Rafaelle.
Por agora a camisa 13 tem sido talismã nesse regresso de Bruna Benites à seleção brasileira. Veremos se a sorte continua protegendo a mato-grossense em Tóquio 2020, já que na Rio 2016 a caminhada encerrou sem medalha, com uma derrota na disputa da medalha de bronze contra o Canadá.