Ana Marcela Cunha e Ingrid Oliveira brilham no Mundial de Esportes Aquáticos
Nadadora brasileira venceu os 5km em águas abertas na capital húngara e tornou-se bicampeã mundial da prova. Foi seu sexto título e 13ª medalha em mundiais. Nos saltos ornamentais, Ingrid Oliveira deu ao país o melhor resultado na história, com o quarto lugar na plataforma de 10 metros.
Ana Marcela Cunha continua fazendo história. Desta vez no lago Lupa, ao norte da capital húngara, a campeã Olímpica da maratona aquática venceu a prova de 5km em águas abertas do Mundial de Esportes Aquáticos, com o tempo de 57min52s90. Em segundo lugar terminou a francesa Aurelie Muller (57min53s80) e em terceiro a italiana Giulia Gabbrielleschi (57min54s90). Viviane Jungblut (Grêmio Náutico União) também participou da prova e terminou em sétimo, com 58min00s50.
Foi a primeira medalha de ouro do Brasil - e terceira no geral - neste Mundial de Esportes Aquáticos. Aos 30 anos de idade, este é o segundo título mundial de Ana Marcela nesta prova, repetindo o feito de 2019, em Gwangju. Foi sua sexta medalha de ouro em mundiais e 13ª medalha no evento, cuja primeira participação aconteceu em 2011, em Xangai, na República Popular da China.
Relação de todos os pódios em Mundiais de Ana Marcela Cunha:
- Bronze nos 5km de Roberval 2010 - durante o extinto Mundial de Águas Abertas, não o de Esportes Aquáticos
- Ouro nos 25km de Xangai 2011
- Prata nos 10km de Barcelona 2013
- Bronze nos 5km de Barcelona 2013
- Ouro nos 25km de Kazan 2015
- Prata nos 5km de equipe em Kazan 2015
- Bronze nos 10km de Kazan 2015
- Ouro nos 25km de Budapeste 2017
- Bronze nos 5km de Budapeste 2017
- Bronze nos 10km de Budapeste 2017
- Ouro nos 5km de Gwangju 2019
- Ouro nos 25km de Gwangju 2019
- Ouro nos 5km de Budapeste 2022
Ana Marcela Cunha: 'Precisei me reencontrar'
Ao terminar a prova, Ana Marcela Cunha comentou para o Sportv:
"Estou muito feliz, claro, ser campeã é tudo o que a gente quer. Quero deixar muito obrigado aos meus pais e à minha namorada. Agradecer ao Alex, que me ajudou em Setúbal na última etapa da Copa do Mundo, usando aquele traje de borracha. No dia seguinte não conseguia levantar o braço. Acabei de sair da (preparação na) altitude, foi muito difícil. Não sei se este é o meu melhor momento, mas acho que talvez como atleta, pessoa, eu tenha virado uma chave que ninguém imagina. A gente sempre acha que após um título Olímpico tudo é maravilhoso. Mas só vemos como é depois de passarmos por uma dificuldade...agora é descansar e dar o meu máximo nos 10km e é certeza que vou em busca do meu melhor resultado."
Na mesma entrevista, a baiana comentou sobre o reencontro com aquilo que ama fazer, nadar:
"Estou bastante acostumada a treinar muitas provas, muita quilometragem, só nós sabemos como é. Agora na altitude eu me dei conta que não estava mais feliz nadando, e eu tinha dito que só nadaria enquanto isso me fizesse feliz. Em quatro, cinco dias precisei me reencontrar, achar a minha felicidade e entender os motivos pelos quais estava lá. É difícil, porque quando se lembra da Ana Marcela, lembra-se dela forte, sempre bem de cabeça...foi um momento difícil para mim, me conheci de uma outra forma que não imaginava, mas estou de volta e isso me dá confiança e espero dar o meu melhor na prova dos 10 (quilômetros)."
Por fim, complementou ao falar sobre a preparação mental que fez e como foi a prova de 5km:
"O lado mental é muito importante, trabalhei muito com ele nos últimos dias, estava muito forte de cabeça, precisei virar a chave e me reencontrei. Precisei mudar minha estratégia, aconteceram coisas na prova que tive que tomar decisões rápidas, acho que a experiência traz isso, sangue frio, de fazer uma prova tranquila. Assumi a ponta, mas não queria estar ali...entretanto foi necessário e consegui conduzir até o fim. Antes disso estava totalmente controlada na prova. Tive bastante cabeça e frieza."
Ana Marcela Cunha disputará os 10km (distância usada nos Jogos) na quarta-feira dia 29. Por fim, na quinta-feira dia 30 ela cai na água pela última vez para os 25km, distância em que é tetracampeã mundial.
Ingrid Oliveira obtém o melhor resultado do Brasil nos saltos
Nos saltos ornamentais, a brasileira de 26 anos somou 327,10 pontos durante a final da prova da plataforma de 10 metros. Com o resultado, terminou na quarta posição e deu ao Brasil a melhor colocação de sempre na história da modalidade em Mundiais de Esportes Aquáticos. Ela se manteve em terceiro lugar até o terceiro salto, quando fez 46,20 e caiu na classificação. Nas duas últimas apresentações, recuperou-se, fazendo 80,00 no quinto e último salto e obtendo o quarto lugar.
Para as redes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), declarou: "Estou muito feliz pelo resultado. Briguei pela medalha, mas acabou não vindo, fiquei muito perto...estou feliz por tudo o que eu fiz, com os meus resultados e pela minha evolução, sinto que estou no caminho certo e o meu foco é (os Jogos de) Paris. Quero evoluir cada vez mais para chegar bem nos Jogos e trazer essa medalha para o Brasil, mostrar que eu posso."
À frente de Ingrid Oliveira, as medalhistas de ouro e prata em Tóquio 2020, mas agora em posições alternadas. Prata no Japão, desta vez o ouro foi para CHEN Yuxi (CHN), enquanto a prata ficou para QUAN Hongchan (CHN), campeã Olímpica na capital japonesa. O bronze foi para Pandelela Pamg (MAS), medalhista de prata na Rio 2016 e bronze em Londres 2012.