CLASSIFICAÇÃO PARALÍMPICA
O sistema de classificação Paralímpica pretende garantir uma competição justa entre todos os atletas. Eles passam pelo processo de classificação antes de participarem de uma competição Paralímpica, em que são avaliados e atribuídos a uma classe esportiva de acordo com o grau e a natureza de suas deficiências elegíveis. Esta classificação é realizada por um painel de peritos médicos e técnicos responsáveis por avaliar o impacto de sua(s) deficiência(s) em tarefas específicas e atividades fundamentais para a prática esportiva e para o rendimento esportivo do atleta. Não existe um sistema único de classificação que se aplique a todos os esportes devido a sua história e à forma como são praticados, razão pela qual cada modalidade possui seu próprio sistema.
A classificação Paralímpica é um sistema de classificação funcional, no qual todos os atletas que competem na mesma categoria têm a garantia de que possuem capacidades funcionais semelhantes em termos de movimento, coordenação e equilíbrio. É por isso que pessoas com diferentes deficiências podem ser alocadas na mesma classe esportiva e competir entre si.
As classificações descritas abaixo são designadas por uma letra, geralmente a inicial do esporte em inglês (por exemplo, S para Swimming, natação) e um número. Quanto mais baixo for o valor, maior será a dificuldade, embora nem sempre isso ocorra.
Os jogadores de linha devem ser classificados como B1 (acuidade visual muito baixa e/ou sem percepção luminosa). No entanto, para garantir uma competição justa, todos os jogadores de linha devem usar viseiras.
O goleiro pode ter visão total ou parcial (B2 ou B3).
“B” significa “Blind” (cego)
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Bocha é dividida em quatro classes. Os atletas BC1 e BC3 podem ter auxílio (BC1 normalmente depende de uma cadeira de rodas motorizada, BC3 pode usar calhas), enquanto os atletas BC2 e BC4 competem de forma independente.
Os assistentes esportivos dos jogadores BC3 ficam de costas para a partida durante todos os períodos. Estão presentes apenas para executarem os comandos do atleta; eles não podem se virar para assistir ao jogo e nem aconselhar o jogador. Existe, portanto, uma forte ligação entre atleta e seu assistente durante a partida. Os assistentes dos jogadores BC1 podem ver a partida porque estão posicionados atrás da área de jogo e intervêm a pedido dos atletas.
“BC” significa “bocha”
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Para serem elegíveis, os atletas devem ter menos de 10% da acuidade visual.
Os atletas são divididos em três categorias (“B”, que significa “Blind”, cego):
- B1: sem percepção de luz ou incapacidade de reconhecer formas.
- B2: acuidade visual não superior a 1/30 após correção ou campo visual não superior a 5°.
- B3: acuidade visual não superior a 1/10 após correção ou campo visual não superior a 20°.
Cada atleta deve utilizar uma máscara opaca e um tapa-olho para garantir uma competição justa.
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- Classe Open (arco recurvo): arqueiros disparam flechas em pé a uma distância de 70m em um alvo de 122cm composto por 10 círculos concêntricos, pontuando de 10 até 1 ponto a partir do centro para fora do alvo.
- Classe Open (arco composto, para atletas com pouca força nos braços): os arqueiros disparam flechas sentados a uma distância de 50m em um alvo de cinco círculos concêntricos de 80cm composto pelas faixas de 10 a 6 pontos.
- W1 (arco composto limitado a 45 libras de peso de tração e sem mira): arqueiros tetraplégicos com deficiência nos membros inferiores, tronco e em um dos braços atiram de 50m em um alvo de 10 faixas de 80cm.
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A classificação do atleta é definida por uma letra e um número: T (“track”) para as provas de pista e F (“field”) para as provas de campo. Os números representam as deficiências da seguinte forma:
- 11 – 13: deficiência visual
- 20: deficiência intelectual
- 31 – 38: deficiências de coordenação
- 40 – 47: baixa estatura, membro superior com prótese ou equivalente, membro inferior com prótese ou equivalente
- T 51 – 54: corridas em cadeiras de rodas
- F 51 – 58: arremessos sentados
- 61 – 64: membro inferior com prótese
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WH1: atletas em cadeira de rodas com severa deficiência nas pernas e na função do tronco
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WH2: atletas em cadeira de rodas com pequena deficiência nas pernas e na função do tronco
- “WH1” e “WH2” significam “Wheelchair” (cadeira de rodas).
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SL3: atletas que competem em pé com comprometimento de membros inferiores e problemas de equilíbrio ao caminhar ou correr
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SL4: atletas que competem em pé com deficiência mais leve em relação ao SL3. Os competidores demonstram deficiência nos membros inferiores e pequenos problems de equilíbrio ao caminhar ou correr.
- “SL3” e “SL4” significam “Standing/Lower” (em pé/membros inferiores)
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SU5: atletas desta classe apresentam deficiência nos membros superiores. Pode estar na mão utilizada para o jogo ou não.
- “SU5” significa “Standing/Upper” (em pé/membros superiores)
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SH6: baixa estatura
- “SH6” significa “Standing/Short Stature” (em pé/baixa estatura)
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- KL1 – VL1: atletas com função de tronco nula ou extremamente limitada e sem função das pernas
- KL2 – VL2: atletas com função parcial de pernas e tronco, capazes de sentar-se eretos na embarcação, mas que podem necessitar de assento com encosto alto
- KL3 – VL3: atletas com função completa do tronco e função parcial das pernas, capazes de sentar-se com o tronco dobrado para frente no caiaque e utilizar pelo menos uma das pernas.
“KL” corresponde ao caiaque e remo duplo e “VL” corresponde à canoa (Va’a) e remo simples.
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- Convencional: cinco categorias, de C1 a C5, praticadas por atletas com próteses ou limitação de movimentos dos membros superiores ou inferiores.
- Handbike: cinco categorias, de H1 a H5, praticadas por atletas com lesão medular ou que competem com prótese em um ou nos dois membros inferiores.
- Triciclo: T1 e T2, para atletas com problemas locomotores e de equilíbrio (como paralisia cerebral ou hemiplegia).
- Tandem: VI, para atletas cegos ou com deficiência visual que competem com um ciclista-guia.
“C” significa “cycling” (bicicletas convencionais), “H” significa “handbike”, “T” representa “triciclo” e “B” significa “Blind”, cego (para tandem).
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- Grau 1: atletas apresentam deficiências graves que afetam todos os membros e o tronco.
- Grau 2: atletas têm deficiência grave no tronco e comprometimento mínimo nos braços ou comprometimento moderado do tronco, braços e pernas.
- Grau 3: atletas apresentam deficiências graves em ambas as pernas, com comprometimento mínimo ou nenhum comprometimento do tronco ou comprometimento moderado dos braços, pernas e tronco.
- Grau 4: atletas têm comprometimento grave ou deficiência em ambos os braços, comprometimento moderado dos quatro membros ou baixa estatura.
- Grau 5: atletas têm deficiência visual ou cegueira completa, amplitude de movimento, força muscular levemente prejudicada, deficiência de um membro ou deficiência leve de dois membros.
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A programação dos Jogos contempla atletas com deficiência visual divididos em duas categorias:
- B1: cegueira completa
- B2 – B3: deficiência visual
Depois, os judocas são divididos em categorias de peso.
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Todos os atletas com limitações funcionais dos membros inferiores ou quadris que impedem de praticar levantamento de peso em pé competem juntos em diferentes categorias de peso corporal.
Entre essas limitações funcionais estão:
- Deficiência ortopédica
- Incapacidade neurológica
- Paraplegia e tetraplegia
- Deficiência neurológica progressiva
São vinte categorias de peso: dez para homens e dez para mulheres.
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Atletas são divididos em três categorias ('PR' é abreviação de remo paralímpico em inglês):
- PR1: skiff simples (individual para homens e mulheres) – reservado a remadores sem função de tronco ou perna e que utilizam dois remos.
- PR2: skiff duplo (misto) – uma dupla de dois remadores (um homem e uma mulher), cada um com dois remos. Reservado para remadores que só podem usar a parte superior do corpo para remar e com assento fixo para manter as pernas esticadas.
- PR3: quatro com (misto) – uma equipe de quatro remadores (dois homens e duas mulheres) e um timoneiro, cada um utilizando um remo. Categoria para pessoas que utilizam braços, troncos e pernas, com no máximo dois deficientes visuais no barco.
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S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 – deficiência física
Quanto maior o número, menos severa é a limitação do atleta.
Competidores com diferentes deficiências podem competir entre si, uma vez que as classes esportivas são divididas com base no impacto que tem na natação, e não na deficiência em si.
S / SB / SM 11 a 13 – deficiência visual
- 11: atletas com acuidade visual extremamente baixa e/ou sem percepção de luz. Nadadores devem usar óculos escurecidos durante as provas para garantir uma competição justa.
- 12: atletas com maior acuidade visual do que os da categoria S/SB11 e/ou com campo visual inferior a 10 graus de raio.
- 13: atletas com deficiência visual menos grave e elegíveis para o esporte Paralímpico. Eles têm maior acuidade visual e/ou um campo visual inferior a 40 graus de raio.
S / SB / SM14: deficiência intelectual
Nadadores com deficiência intelectual, o que normalmente faz com que os atletas tenham dificuldades com reconhecimento de padrões, sequenciamento e memória, ou tenham tempo de reação mais lento, afetando o desempenho esportivo em geral.
As letras correspondem aos estilos de natação:
- “S” (Swimming, natação em inglês): borboleta, costas e crawl.
- “SB” (Swimming breaststroke, nado peito em inglês): peito
- “SM” (Swimming medley): provas medley, que combinam os estilos.
Saiba mais sobre os eventos de natação nos Jogos Paralímpicos Paris 2024.
São 11 classes no total (cinco sentados, seis em pé); TT1 a 5 são atletas cadeirantes, TT6 a 10 são atletas que competem em pé e TT11 para atletas com deficiência intelectual. Os jogadores de tênis de mesa que têm dificuldades em segurar a raquete podem usar órteses para prendê-la à mão ou bandagens para unir o apoio do cabo com a mão.
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Os atletas são divididos em duas categorias (“K” de Kyrorugi, que significa “combate”):
- K43: inclui atletas com amputação bilateral abaixo do cotovelo ou perda equivalente de função em ambos os membros superiores.
- K44: inclui atletas com amputação unilateral do braço (ou perda equivalente de função) ou perda dos dedos dos pés, afetando a capacidade de levantar o calcanhar adequadamente.
Atletas paralímpicos nas categorias K43 e K44 competem juntos em diferentes categorias de peso.
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O triatlo tem nove classes:
- PTWC 1 e 2: atletas com limitações nos membros inferiores e superiores, que utilizam handbike para o ciclismo e cadeira de rodas para a corrida. PTWC1 e PTWC2 competem em eventos combinados, com um sistema de largada intervalada por categoria para garantir condições competitivas igualitárias.
- PTS 2 a 5: atletas com limitações nos membros inferiores e/ou superiores, mas que não necessitam de handbike para o ciclismo ou cadeira de rodas para a corrida. Dispositivos auxiliares, como próteses de pernas e/ou modificações de bicicletas, são permitidos.
- PTVI 1 a 3: atletas com deficiência visual. Os intervalos na largada garantem condições competitivas igualitárias entre os triatletas com visão parcial e os triatletas cegos que competem com um guia.
A classificação é baseada nas letras “PT”, de “triatlo paralímpico” (em inglês) e a categoria de deficiência:
- “WC” para “Wheelchair” (cadeira de rodas em inglês)
- “S” para “standing” (em pé)
- “VI” para “visual impairment” (deficiência visual)
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- SH1: atletas capazes de segurar a arma sem dificuldade e atirar em pé ou sentado (em uma cadeira ou cadeira de rodas). Os atletas SH1 podem usar rifles ou pistolas.
- SH2: os atletas não conseguem segurar o rifle de forma independente e utilizam um suporte, mas podem mirar sozinhos e controlar a arma quando disparam. Alguns atletas podem ter um assistente para recarregar a arma.
“SH” significa “shooting” (tiro esportivo, em inglês).
Saiba mais sobre os eventos do tiro esportivo nos Jogos Paralímpicos Paris 2024.
O vôlei sentado possui duas classes: VS1 e VS2 (atletas com deficiência menos grave). Jogadores de vôlei sentado demonstram comprometimento físico em um ou vários membros superiores ou inferiores. Os atletas devem ser capazes de se movimentar com facilidade e segurança quando estiverem sentados. Apenas dois atletas VS2 podem estar no grupo de uma equipe.
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Os jogadores de basquete em cadeira de rodas são classificados em um sistema de pontuação de acordo com o grau de sua(s) deficiência(s). Os pontos variam de 1 a 4,5, em que 1 representa a deficiência mais grave. Nos Jogos Paralímpicos, a soma dos pontos dos cinco jogadores em quadra na equipe não deve ultrapassar 14.
Saiba mais sobre os eventos do basquete em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos Paris 2024.
A esgrima em cadeira de rodas é dividida em duas categorias Paralímpicas:
- Categoria A: esgrimistas desta categoria devem ter alguma deficiência que afete pelo menos um membro inferior.
- Categoria B: esgrimistas desta categoria possuem deficiência que não possibilite a mobilidade voluntária do tronco.
Saiba mais sobre os eventos da esgrima em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos Paris 2024.
Cada atleta recebe uma pontuação com base em sua capacidade funcional: de 0,5 para quem tem menos função física até 3,5 para maior função física. O valor total em quadra para cada equipe com quatro competidores não pode ultrapassar 8 pontos (8,5 se estiver em quadra uma atleta mulher). Jogadores com mobilidade mais limitada (entre 0,5 e 1,5) devido a sua deficiência (tetraplegia ou equivalente) ocupam posições essencialmente mais defensivas na partida.
Saiba mais sobre os eventos de rugby em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos Paris 2024.
Atletas são divididos em duas categorias:
- “Open”: atletas com deficiência nos membros inferiores.
- “Quad”: atletas com deficiência tanto em membros inferiores quanto superiores.
Saiba mais sobre os eventos de tênis em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos Paris 2024.