Sul-americano masculino sub-20 de futebol: Neymar, Casemiro e outras estrelas que participaram do torneio
Brasil é o maior vencedor do torneio, com 11 conquistas. A última foi em 2011. O Olympics.com preparou um histórico dos brasileiros na competição, que revelou inúmeros futebolistas que brilharam nos gramados Olímpicos e de Copas do Mundo FIFA.
A seleção brasileira sub-20 masculina de futebol é a que mais venceu o torneio sul-americano da categoria, onze vezes. O primeiro título foi em 1974. A última vez em que levantou o troféu foi há mais de 10 anos, em 2011, no Peru.
A equipe tentará colocar este tabu abaixo na Colômbia, anfitriã da competição deste ano, em sua 30ª edição, de 19 de janeiro a 12 de fevereiro. A seleção está no grupo A, ao lado de Argentina, Paraguai, Peru e os donos da casa, os colombianos. A estreia será contra os peruanos, na quinta-feira dia 19 de janeiro, às 19:00 (horário de Brasília), em Cáli.
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O Sul-americano sub-20 masculino é um dos torneios mais tradicionais do futebol regional e agita o verão no hemisfério sul. Em espécie de vitrine, atrai audiência de todo o planeta e revelou inúmeros talentos que foram campeões do Mundo e Olímpicos, tais como Di María e Messi (ouro em Beijing 2008 e título da Copa do Mundo FIFA Catar 2022) além de Neymar (ouro na Rio 2016).
É a partir dele que seleções de base da América do Sul projetam suas equipes que, brevemente, poderão participar de edições de Copas do Mundo FIFA e vão tentar uma vaga nos Jogos, como em Paris 2024.
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Uma situação que não é diferente para o Brasil. Por isso, o Olympics.com preparou um histórico da participação brasileira no torneio, passando pelos títulos e seus craques.
A primeira conquista em 1974
O Brasil só venceu o torneio pela primeira vez em sua sexta edição, em 1974, no Chile. A equipe contava com atletas apenas de clubes paulistas e era treinada por José Teixeira. O time contava com Muricy Ramalho, que atuava pelo São Paulo, e Oscar Bernardi, da Ponte Preta, que anos depois jogaria as Copas do Mundo FIFA 1978 e 1982.
Foram seis jogos, com um empate e cinco vitórias, 19 gols a favor e apenas quatro sofridos.
Hexacampeonato entre os anos 1980 e 1990
A seleção brasileira masculina sub-20 só voltou a vencer quase uma década depois, em 1983, na Bolívia, após um tetracampeonato do Uruguai.
Foram seis vitórias e um empate em sete partidas. O time era comandado por Jair Pereira, que entre os titulares contava com Jorginho (prata em Seul 1988 e campeão do mundo em 1994) e Geovani (medalhista de prata em Seul 1988). Este último, autor de dois gols na vitória por 3 a 2 sobre a Argentina, em jogo que decidiu o título daquele torneio. Curiosamente, brasileiros e argentinos em meados daquele ano fizeram uma final sul-americana do Mundial sub-20, realizado no México. Novamente a vitória foi verde e amarela, por 1 a 0.
Dois anos depois, em 1985, um plantel recheado de estrelas venceu a edição realizada no Paraguai. Faziam parte dele Taffarel e Romário (ambos prata em Seul 1988 e campeões do mundo em 1994), além de Neto (medalhista de prata em Seul 1988). A seleção fez sete jogos, venceu seis e empatou um. Marcou 11 gols e levou três. Romário terminou como artilheiro da competição, com cinco. Meses depois, a equipe conquistaria uma vez mais o Mundial da categoria, na União Soviética.
O bicampeonato sul-americano consecutivo aconteceu em 1988, na Argentina. A campanha teve um susto, com a derrota para a Colômbia por 1 a 0. No entanto, a equipe - cujo técnico era Renê Simões - deu a volta por cima com goleada por 7 a 0 sobre o Equador, e importantes vitórias sobre o Uruguai e os donos da casa, os argentinos. Vitória pelo placar mínimo em cima do Paraguai, no último jogo, deu o título para o Brasil.
Em 1991, na Venezuela, a conquista veio através de um time que tinha Paulo Nunes, Élber - que fez carreira no futebol alemão -, Sérgio Manoel e o atual treinador da seleção sub-20, Ramon Menezes. Com quatro vitórias e três empates (um contra o Uruguai e dois contra a Argentina), os comandados por Ernesto Paulo levaram mais uma vez a taça para o Brasil.
No ano seguinte (1992), a quarta conquista na sequência e sem tomar gols. Na Colômbia, o plantel que tinha Dida (medalhista de bronze em Atlanta 1996) venceu cinco jogos e empatou um, contra os uruguaios. No total, os brasileiros marcaram sete gols. Com a inclusão de outros futebolistas, a equipe serviu de base para a conquista do Mundial na Austrália, em 1993.
Na edição de 1995, na Bolívia, a sub-20 masculina do Brasil foi derrotada para o Chile por 3 a 2. Mas os 5 a 1 no Paraguai e o 1 a 0 sobre a Colômbia deixaram os brasileiros em primeiro no grupo. Na fase seguinte, nove gols em três jogos, sem sofrer nenhum, deram mais um título para o país. Emerson (convocado para a Copa do Mundo FIFA 2002, mas que acabou cortado por lesão), Caio Ribeiro (São Paulo) e Zé Elias (Corinthians) faziam parte da equipe.
Sub-20 do Brasil tetracampeã no século 21
O primeiro torneio da categoria no novo século aconteceu em 2001 no Equador, onde o Brasil conquistou o oitavo título do torneio. Foram dois brasileiros que dividiram a artilharia da competição: Adriano ("Imperador") e Ewerthon, que atuou por muitos anos no futebol de clubes na Alemanha, ambos com seis gols.
A seleção brasileira terminou em segundo lugar na primeira fase, com derrota para o Paraguai por 1 a 0 e empate diante da Venezuela em um gol. No hexagonal final, o octacampeonato aconteceu após quatro vitórias e um empate. Triunfos sobre Chile (6 a 0), Colômbia (4 a 2), Argentina (1 a 0) e Equador (3 a 0), além do 1 a 1 com os paraguaios.
Vice-campeão nas edições de 2003 e 2005, os brasileiros viram Argentina e Paraguai serem ouro e prata, respectivamente, em Atenas 2004. Para o Sul-americano de 2007, o 23ª, a Confederação Sul-americana de Futebol (CONMEBOL) anunciara que as vagas Olímpicas da região seriam concedidas para os finalistas do torneio.
Com Nelson Rodrigues no comando técnico, o time tinha Cássio - que anos mais tarde se tornaria ídolo no Corinthians - no gol, e craques como Lucas Leiva e Willian. Na primeira fase, vitórias sobre Chile, Peru e Bolívia, e empate contra o Paraguai.
Classificado para o hexagonal decisivo, novos empates nos dois jogos iniciais (duas vezes 2 a 2 contra Argentina e Chile). No entanto, as vitórias contra o Uruguai (3 a 1), Paraguai (1 a 0) e Colômbia (2 a 0), deram o nono título regional para o Brasil e vaga em Beijing 2008, quando conquistou o bronze (a Argentina foi novamente ouro).
"Chegamos aqui e conquistamos os três objetivos. Conseguimos a vaga no Mundial, nas Olimpíadas e o título. Ninguém quis brilhar mais do que o outro. Todos jogaram em prol do grupo, não tem ninguém mais importante do que ninguém", comentou Lucas Leiva para o jornal 'Folha de S. Paulo' sobre o título.
Dois anos depois, em 2009 na Venezuela, a seleção deu um susto na torcida durante a primeira fase, com a derrota para o Uruguai (3 a 2) e empate em um gol diante dos paraguaios. Em terceiro lugar, avançou na competição e garantiu o 10º título com convincentes vitórias sobre uruguaios (3 a 2), argentinos (2 a 0), venezuelanos (3 a 0) e colombianos (2 a 1). Nem mesmo a derrota para o Paraguai (1 a 0) tirou o brilho da conquista do time, que tinha Dentinho, Douglas Costa e Giuliano.
Em 2011, o último título do Brasil na competição, organizada no Peru. Ney Franco era o técnico de uma geração repleta de talentos. No elenco, Alex Sandro, Casemiro, Bruno Uvini e Lucas Moura e Oscar (todos medalhistas de prata em Londres 2012), além de Neymar - também pódio em Londres 2012 e campeão Olímpico na Rio 2016.
No grupo B, a seleção venceu Paraguai (4 a 2), Colômbia (3 a 1), Equador (1 a 0) e empatou com a Bolívia por 1 a 1. Na fase seguinte, o hexagonal, goleadas sobre Chile (5 a 1) e Uruguai (6 a 0), vitórias pelo placar mínimo diante do Equador e por 2 a 0 sobre a Colômbia. Uma derrota apenas, por 2 a 1 para a Argentina, que tinha Tagliafico e Pezzella, recentemente campeões do mundo no Catar.
A taça obtida em 2011 garantiu ao Brasil uma vaga nos Jogos Londres 2012. Antes disso, ainda em 2011, a seleção sub-20 conquistou o pentacampeonato Mundial da categoria, em torneio realizado na Colômbia.
"Uma competição onde havia a enorme responsabilidade de classificar para as Olimpíadas, você ver dentro de campo dando certo, principalmente devido ao talento dos atletas", comentou o treinador Ney Franco em entrevista para o globoesporte.com.