Seleção de futebol é bicampeã Olímpica em dia dourado para o Brasil

Em dia que o Brasil conquistou três medalhas de ouro, Matheus Cunha e Malcom fazem os gols do bicampeonato Olímpico do futebol

5 minPor Virgílio Franceschi Neto
Malcom (BRA) #17 comemora o segundo gol do Brasil contra a Espanha na decisão pelo torneio masculino de futebol
(2021 Getty Images)

Brasil e Espanha entraram em campo na manhã deste sábado para a grande final do torneio masculino de futebol de Tóquio 2020 em 2021. Duas equipes com bastante história na modalidade dentro dos Jogos.

Tanto brasileiros quanto espanhóis em busca do bicampeonato no certame. Em Barcelona 1992 a Espanha foi ouro em seu próprio país. O mesmo aconteceu com o Brasil na Rio 2016. Em Antuérpia 1920 e Sydney 2000 os espanhóis foram prata. Os brasileiros em três ocasiões ficaram em segundo lugar: Los Angeles 1984, Seul 1988 e Londres 2012.

O estádio internacional de Yokohama, palco da decisão, é ambiente familiar para os brasileiros, já que foi lá que a seleção venceu a Copa do Mundo FIFA 2002, com vitória sobre a Alemanha por dois a zero.

A Espanha esteve muito bem no começo do jogo, sequer deixou o Brasil passar para o campo de ataque nos primeiros 10 minutos. No primeiro lance de grande perigo, Diego Carlos foi evitar a cabeçada de Olmo e quase fez contra. Aos 18 minutos a Espanha saiu jogando errado e Simón evitou gol depois de um chute prensado de Douglas Luiz.

Pouco a pouco o Brasil passou a gostar do jogo, pelo lado esquerdo com Arana e Antony na direita.

Aos 34 minutos, falta e bola na área da Espanha. O goleiro Simón saiu e atingiu Matheus Cunha, que ficou no chão. Lance revisado pelo árbitro de vídeo e pênalti confirmado. Na cobrança, Richarlison chutou por cima do travessão.

Placar nulo e jogo tenso.

Já nos acréscimos, Richarlison acreditou e evitou a saída da bola, recuou para Claudinho, que cruzou. A bola estava para sair pela linha de fundo, mas Dani Alves também acreditou e evitou a saída jogando ela de volta, alta, para dentro da área. Matheus Cunha - voltando de contusão e entre três zagueiros - fez o domínio, limpou a jogada e bateu sem chances na esquerda de Simón, abrindo o placar.

Fim de primeiro tempo: Brasil um a zero e um certo alívio. Apesar da vantagem, muito equilíbrio nestes 45 minutos, com 50 por cento de posse e minutos de bola em jogo para cada lado.

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Segundo tempo

O treinador Luis de la Fuente (ESP) fez duas mudanças no intervalo, deixando de fora Asensio, que fez a diferença na semifinal contra o Japão. No entanto o Brasil voltou bem melhor. Com cinco minutos uma bela troca de passes deixou Richarlison na cara do gol, ele cortou o zagueiro e chutou, mas o esférico pegou em Simón e caprichosamente "beijou" o travessão.

Momento bom dos brasileiros no jogo.

Mas que não durou muito. Aos 16 minutos, Soler pela direita cruzou para Oyarzábal, sem pulo, "fuzilar" para o fundo do gol de Santos. Golaço. Um a um.

A partida voltou como estava antes, tensa e com tudo em aberto. Igual no placar, igual também no número de faltas, 28, sendo 14 para cada lado com 35 minutos. Nos instantes finais do tempo regulamentar, estava mais para a Espanha fazer o segundo gol do que o Brasil. Pressão dos europeus com duas bolas no travessão.

Assim como na decisão do torneio masculino nos Jogos Rio 2016, a partida seria definida ou na prorrogação, ou nas penalidades máximas.

(2021 Getty Images)

Tempo extra

Para a prorrogação a primeira substituição feita por Jardine, com a entrada de Malcom, que passou a atuar mais pelo lado esquerdo. Uma troca que mudaria a história. A seleção começou a criar espaços e impôs volume de jogo - como há muito não se via durante a partida. Teve várias chances, mas não soube aproveitar.

Eis que a substituição fez efeito. Aos três minutos do segundo tempo, passe longo de Antony, Malcom ganhou a corrida de Vallejo pela esquerda, entrou na área e chutou cruzado. A bola ainda pega em Simón e "morre" nas redes. Brasil dois a um.

De nada serviram as tentativas da Espanha em igualar o placar em pouco mais de dez minutos que faltavam.

Fim de jogo e Brasil bicampeão Olímpico no futebol.

(2021 Getty Images)

Ficha técnica

  • Brasil 2: 1 Santos; 3 Diego Carlos, 15 Nino, 13 Dani Alves (C), 6 Guilherme Arana; 5 Douglas Luiz, 8 Bruno Guimarães, 9 Matheus Cunha (17 Malcom), 20 Claudinho (19 Reinier), 10 Richarlison (7 Paulinho) e 11 Antony (2 Gabriel Menino). Reservas: 12 Brenno, 4 Ricardo Graça e 18 Matheus Henrique. Técnico: André Jardine.
  • Espanha 1: 1 Simón; 3 Cucurella (20 Miranda), 4 Torres, 12 Garcia, 18 O Gil (5 Vallejo); 8 Merino (C) (21 B Gil), 6 Zubimendi (15 Moncayola), 16 Pedri; 19 Olmo, 11 Oyarzábal (9 Mir), 7 Asensio (14 Soler). Reservas: 13 Fernández. Técnico: Luis de la Fuente.
  • Arbitragem: Chris Beath (AUS); Anton Schchetinin (AUS) e George Lakrindis (AUS).
  • Gols: Matheus Cunha (BRA) aos 45 + 2 minutos (1 a 0), Oyarzábal (ESP) aos 61 minutos (1 a 1), Malcom (BRA) aos 108 minutos (2 a 1).
  • Cartões: Amarelo para 6 Guilherme Arana (BRA), 12 Garcia (ESP), 10 Richarlison (BRA), Matheus Cunha (BRA), 5 Douglas Luiz (BRA) e 21 Bryan Gil (ESP).

Um ouro a mais

Foi a terceira medalha de ouro do Brasil no dia, depois das conquistas de Isaquias Queiroz na canoagem e de Herbert Conceição, no boxe.

Yokohama mostrou-se, assim como em 2002, um lugar especial para o futebol do Brasil.

A medalha de bronze ficou com o México, que venceu o Japão por três a um.

A seleção masculina de futebol do Brasil se iguala em títulos Olímpicos às da Argentina (ouro em Atenas 2004 e Beijing 2008) e do Uruguai (Paris 1924 e Amsterdã 1928).

O futebol do Brasil em Jogos Olímpicos somou a décima medalha, oito delas com a seleção masculina e duas com a feminina (prata em Atenas 2004 e em Beijing 2008).

(2021 Getty Images)
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