Com prata nos 100m, Brasil conquista três medalhas no segundo dia do atletismo nos Jogos Pan-Americanos 2023 

Um dos brasileiros responsáveis em conseguir o tão sonhado sub-10 para o Brasil nos 100m rasos do atletismo, Felipe Bardi se aproximou de outro feito na noite desta terça-feira, 31 de outubro. Por um centésimo ele não conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos 2023 em Santiago, no Chile. No fim, terminou com a prata.

Após duas largadas queimadas, o atleta do Brasil obteve o tempo de 10.31s na decisão. O dominicano José Alnardo Gonzalez foi o campeão com 10.30s e Emanuel Archibald, da Guiana, completou o pódio também com 10.31s. Erik Cardoso, outro brasileiro na prova, foi o quarto colocado.

Dessa forma, o Brasil não consegue quebrar o tabu de 32 anos no evento. O país só tem uma medalha de ouro na prova mais rápida do atletismo na história do Pan. Apenas Robson Caetano na edição de 1991 em Havana, Cuba, conseguiu subir ao lugar mais alto do pódio.

Além da prata nos 100m rasos de Felipe Bardi, o time brasileiro conseguiu mais duas medalhas no segundo dia do atletismo em Santiago. José Fernando Ferreira “Baloteli” garantiu a medalha de prata no decatlo. Já Altobeli da Silva ficou com o bronze nos 5.000m após a desclassificação do primeiro colocado.

As provas de pista e de campo do atletismo nos Jogos Pan-Americanos 2023 começaram na segunda-feira, 30 de outubro, na última semana de competições do evento. O Brasil conquistou quatro medalhas (1 ouro e três pratas), com destaque para a dobradinha entre a campeã Izabela Rodrigues e a vice Andressa de Morais no lançamento de disco. O país também possui uma prata com Caio Bonfim na marcha atlética 20km.

A disputa do atletismo no Pan prossegue nesta quarta-feira, 1º de novembro. Ao todo, são cinco finais programadas: lançamento de martelo feminino, 110m com barreiras masculino, 100m com barreiras feminino e a prova dos 400m rasos nos dois gêneros. Além disso, tem o início do heptatlo e as semifinais dos 400m com barreiras e dos 200m rasos.

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Bardi é prata nos 100m; Erik Cardoso e Ana Carolina de Jesus terminam na quarta posição

Considerada a prova mais nobre do atletismo, as finais dos 100m rasos eram a grande atenção no segundo dia da modalidade nos Jogos Pan-Americanos 2023. Para os brasileiros, representava a chance de melhorar marcas e alcançar novos resultados, sobretudo após a semifinal realizada no dia anterior.

Na disputa feminina, Ana Carolina de Jesus entrou com a segunda melhor marca da fase anterior, mas não conseguiu imprimir um ritmo forte na largada. Ela se recuperou na metade final da prova, chegou a se aproximar das líderes, porém terminou na quarta posição com 11.58s, cinco centésimos do pódio. Yunisleidy Garcia, de Cuba, foi a campeã com 11.36s.

Entre os homens, havia a expectativa de Felipe Bardi e Erik Cardoso subirem ao pódio - eram os únicos finalistas que já tinham corrido abaixo dos 10 segundos na temporada. A prova, contudo, foi tensa antes mesmo de começar. Duas largadas em falso quebraram o ritmo e a concentração dos atletas.

Na terceira tentativa, finalmente válida, Bardi conseguiu largar bem e assumir a primeira posição nos primeiros metros, mas o dominicano José Alnardo Gonzalez imprimiu passadas largas e os dois atletas cruzaram praticamente juntos – Emanuel Archibald também cresceu na reta final. Erik, por sua vez, não teve uma largada boa, não acompanhando o ritmo dos líderes.

"Fico muito feliz, meu primeiro Pan-Americano e já sendo medalhista, fico muito feliz por ser minha última competição do ano", comentou Bardi para o Olympics.com.

Por ter sido a última competição do ano, Bardi fez um resumo de uma temporada 2023 marcada por ter feito os 100m abaixo dos 10s: "Recordista brasileiro no ano, com 9s96, foi um ano incrível, desafiador, com alguns altos e baixos, tinha hora que eu não imaginava que fosse sair o índice, mas fico feliz por poder trabalhar com mais tranquilidade no ano que vem."

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Baloteli é prata no decatlo dos Jogos Pan-Americanos 2023

Após dez provas em 48 horas, José Fernando Ferreira, o “Baloteli”, conquistou a medalha de prata no decatlo dos Jogos Pan-Americanos 2023 com uma diferença de seis pontos para o terceiro colocado. A definição do pódio aconteceu após a prova de 1.500m. Santiago Ford, do Chile, foi o campeão da prova.

O atleta brasileiro obteve 7.748 pontos na somatória das dez provas, enquanto o norte-americano Ryan Talbot foi o terceiro com 7.742 - Ford venceu com 7.834 pontos. Felipe Vinicius dos Santos, outro brasileiro na final do decatlo, não competiu nos 1.500m após sentir uma lesão na prova do lançamento de dardo, também realizada na noite de terça-feira, dia 31.

Baloteli sempre esteve entre os primeiros colocados desde a primeira prova. Contudo, um desempenho abaixo do esperado no lançamento de disco na manhã de terça-feira, em que foi o nono colocado, o tirou da disputa pelo ouro. Ele se recuperou posteriormente com a melhor marca no salto com vara e no lançamento de dardo, conseguindo segurar uma vantagem mínima pela prata nos 1.500m.

"Eu costumo ter o segundo dia muito bom. O esperado era isso, recuperar na barreira, no disco, no dardo, na vara e resolver no 1500. Consegui fazer um salto com vara bom, um lançamento do dardo também bom, e fazer o que o treinador pediu nos 1500, fazer o 'feijão com arroz' e levar a medalha pra casa", disse Baloteli para o Olympics.com. "No meu primeiro Pan-Americano, ser medalhista, é muito gratificante", terminou.

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Altobeli da Silva herda bronze nos 5.000m; Weslley Beraldo é sexto no salto em distância

Finalista dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e um dos atletas mais experientes do Brasil, Altobeli da Silvaconquistou a medalha de bronze na prova dos 5.000m nos Jogos Pan-Americanos 2023. O pódio foi confirmado após a desclassificação do mexicano Fernando Martinez, que tinha cruzado a linha de chegada na primeira posição.

Prata nesta mesma prova nos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, Peru, Altobeli da Silva também era um dos principais nomes da prova. Ele começou cadenciando o ritmo nas primeiras voltas, ficando atrás no pelotão. Contudo, nas últimas voltas, apertou o ritmo, ultrapassando seus rivais.

No último sprint, ele apertou o passo, mas não alcançou os líderes e cruzou na quarta posição com 14min48s18. Minutos depois, com a confirmação oficial da desclassificação do atleta do México, que tinha vencido na pista, ele subiu para a terceira posição, garantindo mais um pódio. A vitória ficou com Kasey Knevelbaard, dos EUA, com 14min47s69.

"Meu terceiro Pan, desde 2015. Estou muito contente. Minha estratégia foi me segurar e poupar, infelizmente não fui tão bem quanto os que chegaram na minha frente, por uma diferença muito pequena, por isso que é esporte de alto rendimento", disse Altobeli para o Olympics.com após a prova, antes de confirmada a sua terceira colocação. "Procurei manter a tranquilidade e a estratégia de prova, esperei até o final e acreditei que podia ganhar o tempo todo. Eu nunca entro pensando em perder, entro com a cabeça de campeão, com a ideia de ser campeão."

"Fiz essa chegada com treino de maratona, que é o meu objetivo, fui convocado e ainda consigo fazer bom resultado em nível nacional. Espero que isso melhore, que venha uma juventude que venha a suprir essas provas mais rápidas, porque eu já estou em uma fase que é melhor ficar em maratona, porque fazer chegada com essa molecada nova já está difícil para mim. Estou com 32 anos, não me considero velho, mas é uma idade que não ajuda para as provas rápidas, porque tem toda uma questão fisiológica nisso. Você que tem um sonho, acredite no seu sonho, levanta do sofá e faz acontecer", completou Altobeli.

Já no salto em distância, Weslley Beraldo também era um dos cotados por ter 8.12m como melhor marca do ano. Contudo, o brasileiro não encaixou seus melhores saltos e obteve a marca de 7.65m apenas na última tentativa, terminando na sexta posição. Arnovis Dalmero, da Colômbia, venceu com 8.08m.

Ketiley Batista avança à final dos 100m com barreira 

Aos 24 anos e vice-campeã dos Jogos Pan-Americanos Júnior de 2021, Ketiley Batista conseguiu avançar à final dos 100m com barreiras nos Jogos Pan-Americanos 2023 em Santiago, Chile. Foi sua estreia na competição adulta e ela recolocou o Brasil na decisão após o país não ter representantes na prova na edição de 2019, em Lima, no Peru.

Ketiley foi a terceira colocada na segunda bateria com o tempo de 13.31s. Ela conseguiu a última vaga direta na decisão (as três melhores de cada bateria garantem vaga na decisão). A costarriquenha Andrea Vargas foi a mais rápida com 12.78. A norte-americana Alaysha Johnson fez 12.99 e foi a outra atleta a ultrapassar a marca dos 13 segundos nas semifinais.

Caroline Tomaz foi a outra brasileira na semifinal dos 100m com barreira. Ela terminou na quinta colocação da primeira bateria com 13.62 e não conseguiu uma das duas vagas por tempo na final – o corte foi 13.51 da cubana Jocelyn Echazabal.

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