Erik Cardoso alcança o primeiro sub-10 do Brasil nos 100m no Sul-Americano de Atletismo 2023

Líder do ranking nacional, Erik Cardoso é o primeiro atleta do Brasil a correr os 100m em menos de 10 segundos durante prova no Sul-Americano de Atletismo 2023. Marca também garante índice para o Mundial e os Jogos Olímpicos Paris 2024; Almir Cunha dos Santos também obtém índices no salto triplo.

4 minPor Gustavo Longo
Erik Cardoso no Mundial de Atletismo 2022
(Carol Coelho/CBAt)

Parecia uma barreira intransponível para os velocistas brasileiros, mas o primeiro sub-10 do país nos 100m rasos finalmente saiu. Líder do ranking nacional na temporada, Erik Cardoso completou a final do Sul-Americano de Atletismo 2023 com o tempo de 9.97s na tarde dessa sexta-feira, 28 de julho, na cidade de São Paulo.

Com esse tempo, ele garantiu a medalha de prata na competição. O jovem Issamade Asinga, de Suriname, foi o mais rápido na decisão com 9.89s e estabeleceu o novo recorde sul-americano e recorde mundial sub-20 – aos 18 anos, ele nasceu nos EUA, mas compete pelo país natal de seu pai. Ronal Mosquera, da Colômbia, foi o terceiro com 9.99s. Paulo André, outro brasileiro na disputa, foi o quarto com 10.03s. O vento foi de 0.8 m/s.

A marca também garante ao Erik o índice para o Mundial de Atletismo 2023, que acontecerá em Budapeste, na Hungria, entre 19 e 27 de agosto, e também para os Jogos Olímpicos Paris 2024. A marca exigida pela Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) nos dois eventos é inferior a 10.00s.

Aos 23 anos, Erik Cardoso já se posiciona como um dos principais velocistas do Brasil. Neste ano, ele já era líder do ranking nacional com o 10.01s obtido no Troféu Brasil de Atletismo 2023. Mesma marca que ele registrou em 2021. Ele também era integrante do revezamento brasileiro que foi sétimo no Mundial de Atletismo 2022.

“Muitos atletas rápidos agora. Sempre tivemos, mas agora ainda mais, todo mundo correndo 10 baixo. O time está bom. Eu quero somar da melhor forma possível, auxiliar o time com mais uma peça”, comentou o atleta ao Olympics.com antes do Sul-Americano, já planejando voos maiores na carreira.

“Meu objetivo nos 100m é conseguir buscar uma final [no Mundial]. Para o revezamento masculino, agora é buscar a medalha”.

+ ATLETISMO | Paulo André sobre retorno ao atletismo: ‘é por amor’

Marca de Erik Cardoso derruba recorde de 35 anos

Além da prata no Sul-Americano e dos índices obtidos pelo Erik Cardoso, o primeiro sub-10 brasileiro nos 100m quebra outro incômodo tabu: o segundo recorde brasileiro mais antigo em provas Olímpicas no atletismo – a marca mais longeva é dos 800m, estabelecido por Joaquim Cruz em 1984.

Até então, o recorde nacional e sul-americano da prova era de Robson Caetano, bronze nos Jogos Olímpicos Seul 1988 e Atlanta 1996. Em maio de 1988, ele correu o Campeonato Ibero-Americano em 10.00s e, até hoje, jamais tinha sido superado ou igualado em marcas oficiais (com vento inferior a +2.0 m/s).

Paulo André já correu em duas oportunidades abaixo dos 10 segundos: em 2019, fez 9.90s, mas com vento de +3.2 m/s; depois, no Troféu Brasil de Atletismo 2023, ele fez 9.99s com vento superior a 2.4 m/s. Na mesma competição, Felipe Bardi fez 9.97s em uma prova com vento de 2.1 m/s.

PARIS 2024 | Confira o sistema de classificação olímpico do atletismo

Almir Cunha dos Santos faz índice Olímpico no salto triplo

O primeiro dia do Sul-Americano de Atletismo 2023 teve outro índice para o Brasil no Mundial e nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Almir Cunha dos Santos conquistou a medalha de ouro na disputa do salto triplo ao conseguir 17.24 metros em sua terceira tentativa, com vento válido de 0,6 m/s.

A marca está dois centímetros acima do estipulado pela World Athletics nos Jogos Olímpicos e quatro acima do exigido para o Mundial de Budapeste neste ano. Além disso, é a 17ª melhor marca do ano e seu melhor desempenho desde 2018, quando saltou 17.53 metros. Geiner Chiquillo, da Colômbia, foi o segundo e Leodan Ramos, da Venezuela, o terceiro.

Vice-campeão mundial indoor no salto triplo em 2018, o brasileiro sofreu com lesões nos anos seguintes. Em Tóquio 2020, por exemplo, foi apenas o 23º colocado. De 2022 para cá, contudo, está recuperando a boa fase novamente.

Mais de