Podcast: Lucas Pinheiro Braathen, o brasileiro que faz história no esqui alpino

Esquiador deu ao Brasil inédita prata em Copas do Mundo de esportes de inverno. Com chances de grandes resultados e de olho em Milano Cortina 2026, ele é o convidado desta 41ª edição, a última do ano. Veja frases e ouça o episódio.

7 minPor Sheila Vieira, Gustavo Longo e Virgilio Franceschi Neto
[Podcast thumbnail] Lucas Pinheiro Braathen (BRA), alpine skiing.
(True Color Films/Red Bull Content Pool)

Lucas Pinheiro Braathen tem feito história para o esporte nacional. Estrela do esqui alpino, ele tem mãe brasileira e pai norueguês. Na Noruega cresceu e teve os primeiros contatos com a modalidade. Despontou e passou a fazer parte da elite nesse esporte, ao integrar a seleção do país escandinavo.

Trabalhou e consolidou-se no topo do esqui alpino. Em 2022/2023, obteve o título do Globo de Cristal na disciplina do slalom, dentro do circuito da Copa do Mundo. A bandeira que aparecia na frente do seu nome ainda era a norueguesa.

No entanto, nunca rompeu com as suas raízes do Brasil, para onde vinha todos os anos, de férias. Influenciado pela mãe, sua primeira língua foi o português. Quando você vê-lo com fones de ouvido antes das descidas na neve, não duvide se ele estiver escutando João Gilberto ou Jorge Ben. Lucas não recusa um churrasco e curte futebol. Torce para o São Paulo e frequenta o Morumbi quando está na capital paulista.

“Eu acho que a cultura brasileira me ajudou muito a ter sucesso nesse esporte”, diz.

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Inovador, ousado e autêntico, Lucas carrega dentro de si um propósito de sempre fazer algo maior. Foi o que o levou a romper com a federação da Noruega e, a partir de 2024, competir pelo Brasil.

No início de dezembro, na etapa de Beaver Creek da Copa do Mundo de Esqui Alpino 2024/2025, Lucas obteve a prata no slalom gigante, colocando a bandeira do Brasil no pódio. Uma histórica e inédita medalha, que faz os brasileiros sonharem com grandes resultados no futuro, inclusive em Milano Cortina 2026.

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Neste último episódio do ano, o convidado é ele, Lucas Pinheiro Braathen, o brasileiro que faz história na neve. O Olympics.com destacou abaixo algumas frases do episódio, que você pode ouvir no Spotify (clique aqui).

Ainda é uma coisa muito especial. Imagina, você está competindo num esporte de neve e na Copa de Mundo. Você está competindo nas montanhas, na Áustria, nos Estados Unidos, na Suécia, em todos essas lugares e você vê a lista com todos os nomes de quem está competindo. Aí tem alguém com a bandeira brasileira. Só um! Ainda é uma coisa muito especial, eu senti muito orgulho quando eu vi meu nome ao lado dela, porque eu sinto que o que estou fazendo uma coisa muito nova e talvez eu possa colaborar com uma mudança, para uma nova geração desse esporte e um novo esporte para o Brasil. É especial e estou me acostumando.

Ao ser perguntado como reage ao ver seu nome ao lado da bandeira do Brasil na lista de saída das etapas da Copa do Mundo de Esqui Alpino.

Claro! É novo para todos, né? Ninguém está acostumado a ver bandeiras da América do Sul nesse esporte. Isso é muito legal! Está vindo uma nova energia para o esporte e isso é muito bom. Teve até gente que trouxe brigadeiro e pão de queijo. Eu achei que fosse precisar de mais tempo para ver isso, de ver bandeiras do Brasil logo na primeira competição. Tem sido muito especial para mim.

Ao comentar se seus colegas do circuito da Copa do Mundo estranham a presença de torcedores brasileiros durante as etapas do torneio.

O português é a minha primeira língua. Minha mãe me ensinou a falar português em casa, na Noruega mesmo. Quando eu comecei na escola, eu falava metade português, metade norueguês.

Lucas sobre como aprendeu a falar o português.

A gente precisava viajar para novas montanhas para achar a neve, né? E quando você viaja, acaba encontrando atletas que vinham de outros países. Então, na montanha, eu estava num grupo de crianças de todos lugares. E foi a primeira vez que eu senti que ninguém podia falar que eu estava errado, ou que eu era estranho, porque todos ali eram estranhos. Foi a primeira vez que eu senti isso e falei para meu pai: 'É isso o que eu quero, eu adoro essa vida e vou me tornar o melhor esquiador.' Ele [o pai] ficou muito feliz, claro.

Quando relembra ter decidido se tornar esquiador.

Eu acho que se eu puder ir para Milano Cortina e trazer um medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno para o Brasil, isso vai ser a representação de que não importa de onde você é, ou quem você é, tudo é possível.

Lucas sobre o que significará uma medalha Olímpica para o Brasil nos próximos Jogos de Inverno.

Podcast dos Jogos Olímpicos

Confira os 40 episódios do podcast dos Jogos Olímpicos, mais os seis especiais dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, além dos 10 dos Jogos Olímpicos Paris 2024, no Spotify:

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