Quando se pensa em canoagem slalom no Brasil, não há como não mencionar Ana Sátila. Um nome que se confunde com o próprio esporte. Ou mais, que permite entendê-lo, afinal Ana apresentou para o Brasil - e o Brasil para – o universo da modalidade.
Aos 28 anos e de quase duas décadas dedicada à canoagem, ela já soma quatro participações Olímpicas, apesar da pouca idade. Na última presença, em Paris 2024, fez duas finais e ficou bem perto do pódio: quarta colocada no K1 (caiaque individual) e quinta no C1 (canoa individual). Foram os melhores resultados do país na história da modalidade em Jogos Olímpicos.
Desempenho que se transformou em memes e caíram nas graças das redes, difundindo ainda mais seus resultados e a dedicação ao esporte. Para Ana, um motivo de orgulho. Afinal, segundo ela, tudo isso ser fruto do seu trabalho, em trajetória cheia de títulos e notáveis feitos, muitos deles recentemente ao lado da irmã, Omira Estácia, três anos mais nova.
Para falar de como tudo começou, seu rápido crescimento na carreira, refletir sobre Paris 2024 e seu amor ao esporte, Ana Sátila é a convidada do 38º episódio do Podcast dos Jogos Olímpicos.
Você pode ouvi-la no spotify (clique aqui), além de ter uma prévia com algumas frases que o Olympics.com destaca abaixo.
É difícil ainda, porque eu confesso que eu estou ainda numa gangorra, sabe? Porque ao mesmo tempo que o quarto lugar foi muito especial, o quinto lugar foi muito especial. Foi assim um resultado que foi histórico para a canoagem no Brasil. Eu fiquei muito contente com essa participação. Só que doeu muito terminar tão próximo da medalha, sabe? E dói até hoje, porque a gente sabe que é um trabalho de quatro anos, que é você abrir mão de tudo na sua vida, da sua família, de tudo. Eu trabalhei focada nisso e chegou tão perto, sabe? Então eu sei que todo o caminho, tudo o que eu precisei fazer para estar ali eu fiz. Entreguei o meu máximo e foi quase. O que me deixa muito feliz e que eu sei que eu tenho mais um ciclo. Estou preparando é... para Los Angeles com tudo o que eu posso na minha melhor forma, e eu tenho certeza que eu acho que sonhar é a chave, sabe? Você acreditar com tudo.
Quando Ana Sátila relembra haver ficado bem perto do pódio.
E com a minha irmã é muito difícil até hoje, porque você sofre duas vezes para tudo. E assim, a gente compete juntas, uma do lado da outra. Então ela geralmente vai primeiro e eu depois. E eu fico muito nervosa, fico muito nervosa a assistindo. Tanto que chegou um momento em que eu não conseguia mais assisti-la. Porque acompanhá-la na pista torcendo, eu chegava num estresse tão grande que eu não conseguia ir remar. E para mim, é o meu sonho que ela realmente me dê muito trabalho. Eu tenho certeza que eu só vou crescer com isso, sabe? Ela tem um potencial incrível, diferente de mim, ela atleta muito técnica e eu sou força. Então tem tudo isso. São estilos diferentes. E ela merece muito. Ela viveu também a vida dela inteira para a canoagem e para o esporte. Eu tenho certeza de que em Los Angeles, de um jeito ou de outro, ela vai estar lá.
Ao ser perguntada como é competir ao lado e contra a irmã também canoísta, Omira Estácia.
Então, Paris foi essa loucura, que eu estava totalmente desligada das redes sociais, desligada do meu celular. Funcionou muito bem para mim, sabe? Porque eu vivi ali todos os dias, intensamente, como se fossem únicos e dessa forma consegui aproveitar muito, sabe? Viver realmente os Jogos Olímpicos. E aí eu comecei a competir, comecei a competir e as pessoas vinham me falar da sensação de que eu estava me tornando assim, através dos memes. A minha vida mudou muito depois de toda essa história. Eu acho que o mais importante, que eu mais amei de tudo isso foi de ter deixado um legado, assim uma imagem de que foi todo meu mérito, sabe, de eu estar ali competindo todos os dias, porque eu, como atleta, eu sempre acreditei nisso, sabe? Que eu tinha que ser a primeira a entrar, a última a sair da água que eu sempre... nunca, nunca tive talento e sempre precisei trabalhar muito mais que os outros para conseguir um resultado bom, para conseguir o resultado que eu queria.
Em relação aos memes que projetaram seus resultados em Paris e sua dedicação ao esporte.
Acho que esse nosso papel no esporte, sabe? Mostrar que o esporte ajuda, educa, influencia, cria um estilo de vida totalmente diferente. Eu não tinha expectativa de vida nenhuma, sabe, quando eu comecei no esporte, minha família passava muita necessidade. Eu não imaginava que tudo isso terminaria dessa forma, sabe? Eu jamais imaginei. Então, eu tenho muito orgulho da minha trajetória e por ter lutado tanto porque foi difícil, imagina desde os nove anos. E tudo isso foi acontecer só agora.
Ana Sátila, ao refletir sobre seu papel e trajetória no esporte.
Podcast dos Jogos Olímpicos
Confira os 37 episódios do podcast dos Jogos Olímpicos, mais os seis especiais dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, além dos 10 dos Jogos Olímpicos Paris 2024, no Spotify:
- Episódio 1 |José Roberto Guimarães
- Episódio 2 |Debinha
- Episódio 3 |Augusto Akio
- Episódio 4 |Ketleyn Quadros
- Episódio 5 |Carol Solberg
- Episódio 6 |Tatiana Weston-Webb
- Episódio 7 |Bruno Fratus
- Episódio 8 |Carol Gattaz
- Episódio 9 |Alex Pussieldi
- Episódio 10 |Renata Mendonça
- Episódio 11 |Darlan Romani
- Episódio 12 |Daiane dos Santos
- Episódio 13 |Sheilla Castro
- Episódio 14 |Tiago Splitter
- Episódio 15 |Rayssa Leal
- Episódio 16 |Beatriz Ferreira
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- Especial 6 - Pan 2023 |Brasil termina Pan 2023 com recorde de medalhas
- Episódio 17 |Hugo Calderano
- Episódio 18 |Rodrigo Pessoa
- Episódio 19 |Marcus D’Almeida
- Episódio 20 |Márcia Fu
- Episódio 21 |Filipe Toledo
- Episódio 22 |Alison dos Santos
- Episódio 23 |Rosamaria
- Episódio 24 |Raquel Kochhann
- Episódio 25 |Bruna de Paula
- Episódio 26 |Stephanie Balduccini
- Episódio 27 |Roberta Ratzke
- Episódio 28 |Gustavo “Bala Loka”
- Episódio 29 |Lucarelli
- Episódio 30 |Isaquias Queiroz
- Episódio 31 |Rafael Silva
- Episódio 32 |Torben Grael
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