Rebeca Andrade, Flavia Saraiva e equipe brasileira vão a finais no Mundial de Ginástica Artística

Equipe fica em terceiro na classificatória feminina por equipes, atrás apenas dos EUA e Grã-Bretanha. As três primeiras da final se classificam para Paris 2024. Rebeca Andrade lidera individual geral e vai à decisão em três aparelhos, enquanto Flavia Saraiva supera susto no salto para disputar duas medalhas individuais.

6 minPor Sheila Vieira
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(2022 Getty Images)

A seleção brasileira feminina de ginástica artística e suas líderes, Rebeca Andrade e Flavia Saraiva, se classificaram para finais no Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2022, neste domingo, 30 de outubro, em Liverpool, na Grã-Bretanha.

O Brasil terminou a classificatória feminina na terceira posição na disputa por equipes, com 163.563 pontos, atrás apenas das favoritas dos EUA e das anfitriãs da Grã-Bretanha. Na decisão, nesta terça-feira, as três primeiras colocadas se classificam para os Jogos Olímpicos Paris 2024.

Além da final por equipes, Rebeca Andrade e Flavia Saraiva se classificaram para a decisão do individual geral. A campeã Olímpica também disputará medalhas no solo, na trave e nas barras assimétricas, enquanto Flavia ficou em primeiro no solo.

Flavia sentiu o tornozelo durante o solo e o salto e saiu da área de competição com uma bota de proteção. Ela está em tratamento para poder disputar as finais e sua recuperação é fundamental para as aspirações do Brasil na decisão por equipes.

"A parte que vamos trabalhar mais são as emoções e sentimentos para a final. Vamos ver em qual aparelho vamos começar e tentar controlar melhor as garotas", comentou o treinador Francisco Porath. "Acho que podemos fazer melhor", acrescentou a treinadora Iryna Yashenko.

Saiba como foi a passagem do Brasil por cada aparelho nas classificatórias do Mundial.

(2022 Getty Images)

Brasil na trave

Júlia Soares foi a primeira a se apresentar, com uma apresentação sem grandes erros, mas com um leve desequilíbrio no mortal esticado que a tirou da luta pela final. Sua nota foi 12.466.

"Temos uma nova garota na equipe, a Júlia. Ela começou na trave. Não teve quedas, mas cometeu alguns erros. Podemos trabalhar nesses pontos e detalhes para a final por equipes", disse Yashenko, que treina Júlia no CEGIN.

A seguir, Rebeca Andrade teve uma passagem sólida, que a classificou para a final do aparelho, com 13.400.

Duas vezes finalista Olímpica na trave, Flavia Saraiva fazia uma série forte até sofrer uma queda no mortal esticado. Terminou com 12.900.

"A trave é um aparelho difícil para começar a competição. A Flavia teve uma queda, mas ainda assim fez uma boa série e contribuiu com a nota da equipe", avaliou Porath, que também treina a equipe do Flamengo.

Por fim, Carolyne Pedro também caiu no mortal esticado e sua série rendeu 11.400, nota que foi descartada. 

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(Ricardo Bufolin/CBG)

Brasil no solo

Após um início hesitante na trave, o Brasil se impôs no solo, com apresentações cravadas.

Carolyne Pedro abriu os trabalhos no solo com uma série limpa, somando 12.833, nota que acabou sendo descartada. A seguir, Júlia Soares marcou importantes 13.466.

Rebeca Andrade e Flavia Saraiva fizeram séries espetaculares, ambas com 14.200. Flavia terminou em primeiro devido à sua nota de execução mais alta, já que Rebeca teve um erro em um giro. A soma do solo brasileiro ficou apenas 0.1 atrás dos EUA.

Em primeiro e segundo, respectivamente, Flavia e Rebeca se classificaram para a final do solo.

A Confederação Brasileira de Ginástica esclareceu nesta segunda (31) que Flavia sentiu o tornozelo durante sua apresentação no solo.

MAIS | Sistema de classificação da ginástica artística para Paris 2024

Brasil no salto

O aparelho em que Rebeca Andrade foi campeã Olímpica acabou sendo a pedra no calcanhar das brasileiras.

Carolyne Pedro iniciou a disputa com um Yurchenko com pirueta, nota 12.933. Em seguida, Flavia Saraiva acertou o difícil Yurchenko com dupla pirueta, de 13.833, mas sentiu o tornozelo ao aterrisar e precisou ser levada para fora do colchão.

A seguir, Rebeca deu mais uma aula do salto Cheng, recebendo a altíssima nota de 15.066, a que contou para a disputa por equipes. No entanto, no segundo salto, que seria um Yurchenko com dupla pirueta, Rebeca escorregou na mesa e apenas fez o possível para chegar em pé ao colchão. O erro fez com que ela tirasse 11.466, com média 13.266, e ficasse fora da final do seu aparelho preferido.

"Ela fez um excelente primeiro salto, mas no segundo ela sentiu sua mão escorregar da mesa. Porque a Rebeca sentiu que era um erro, ela conseguiu salvar o salto, o que é o mais importante", explicou Porath.

Lorrane Oliveira encerrou a rotação com um Yurchenko com pirueta, de 12.666, nota que não entrou na somatória brasileira.

Brasil nas barras assimétricas

Carolyne Pedro tirou 12.800 em sua série limpa, nota que não entrou na soma. A seguir, Lorrane Oliveira colaborou com uma firme série de 13.233.

Flavia Saraiva precisou simplificar a saída das barras devido à lesão no salto, mas ainda sim tirou 13.200. Para fechar a participação do Brasil nas classificatórias, Rebeca mostrou que é candidata a medalha nas barras com 14.666, terceira melhor nota das classificatórias.

Rebeca fechou o dia com 57.332, liderando o individual geral, enquanto Flavia terminou em sétimo, com 54.133. Resta saber se a carioca vai se recuperar a tempo das finais.

"Não sabemos ainda (se ela está machucada), então vamos ver o que acontece. Preferimos poupá-la e não fazer a saída nas barras, por precaução", explicou Porath.

Quando serão as finais femininas da ginástica artística?

Confira a programação dos próximos dias da competição, no horário de Brasília:

Segunda-feira, 31 de outubro

  • 6:15-14:45: eliminatórias - masculino (Áustria, Estados Unidos, Canadá, Suíça, Cazaquistão, República da Coreia, Grã-Bretanha, República Popular da China, Espanha, Japão, Ucrânia, Romênia, Países Baixos, Itália, Colômbia e Brasil)
  • 11:45-15:55: eliminatórias - masculino (Turquia, Egito, Alemanha, Bélgica, Austrália, França e Hungria)

Terça-feira, 1º de novembro

  • 15:15-18:05: final do feminino por equipes

Quarta-feira, 2 de novembro

  • 14:25-17:50: final do masculino por equipes

Quinta-feira, 3 de novembro

  • 15:30-18:15: final do individual geral feminino

Sexta-feira, 4 de novembro

  • 14:45-18:10: final do individual geral masculino

Sábado, 5 de novembro

  • 10:15-15:10: finais por aparelhos - dia 1 (masculino do solo, do cavalo com alças e das argolas; feminino do salto e das barras assimétricas)

Domingo, 6 de novembro

  • 10:15-15:10: finais por aparelhos, dia 2 (masculino do salto, barras paralelas e barra; feminino da trave de equilíbrio e do exercício de solo)

Onde assistir ao Mundial de Ginástica Artística

No Brasil, a transmissão é dos canais Sportv e do Canal Olímpico do Brasil, a partir de terça-feira (1 de novembro).

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