Manex Silva já se tornou o maior esquiador de cross-country brasileiro entre os homens na história, mas isso não é o suficiente para o jovem atleta de 19 anos. Após realizar três provas em Beijing 2022, ele afirma não estar totalmente satisfeito com seus resultados e falou sobre a motivação de evoluir ainda mais.
Nesta sexta-feira, Manex competiu no 15km estilo clássico, ficando na 90ª colocação. Anteriormente, ele participou das provas do skiathlon 30km (que não terminou pois levou uma volta dos líderes) e do sprint (71º, com o recorde de pontos FIS da história do Brasil).
Primeiro esquiador cross-country brasileiro a se classificar pelo critério A, que permite a disputa de todas as provas individuais, Manex queria mais de sua campanha em Pequim.
“Nessa temporada inteira não tenho ido bem nas provas de distance (grandes distâncias), tanto em termos de resultado, quanto na sensação de não estar sendo muito competitivo. Estou rendendo mais no sprint. Estava animado para essa prova, para dar o meu melhor, mas mesmo fazendo tudo o que eu podia, olhando para o resultado, não foi da maneira que eu esperava”, disse Manex.
Competir junto a atletas que passam toda a temporada no duríssimo circuito da Copa do Mundo não é uma tarefa fácil para um sul-americano, ainda mais em uma pista desafiadora como a de Pequim.
“Eu segurei um pouco no começo para não cometer o mesmo erro do esquiatlo, de morrer logo na segunda volta. Mas mesmo me poupando um pouco no começo, não consegui abrir muito no final. Acredito que é porque essa pista é muito difícil. Sempre que tem Copa do Mundo e Mundial, as pistas são duras, mas aqui é outro nível. Tem muitas subidas e, simplesmente, não dá tempo de recuperar nas descidas”, comentou.
Com a largada em massa programada como sua última prova no dia 19 de fevereiro, Manex tem alguns dias para descansar e pensar em estratégias. Será a prova mais desafiadora de todas, já que são 50km.
“Meu objetivo é largar e aguentar o quanto puder. Assim como no esquiatlo, quando a gente é alcançado pelos líderes nos 50km, tem que sair da pista e eu espero não tomar volta tão rápido. É bonito estar aqui, uma boa experiência, conhecer pessoas novas, me motivar estando perto de tantos bons atletas. Mas também é verdade que ainda não estou no nível melhores. Quero nos próximos Jogos Olímpicos estar mais próximo deles, disputando um pouco mais”, completou.