Símbolo da evolução da ginástica rítmica do Brasil, Déborah Medrado se aposenta aos 22 anos 

Integrante do conjunto que colocou o Brasil na elite da ginástica rítmica, Déborah Medrado anunciou a despedida das competições nesta quarta-feira, 27 de novembro, na abertura do Campeonato Brasileiro da modalidade. 

Déborah Medrado durante treino de pódio da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos Paris 2024
(Ricardo Bufolin/CBG)

O novo ciclo da seleção brasileira de ginástica rítmica até os Jogos Olímpicos LA28 não terá uma de suas principais atletas. Aos 22 anos, Déborah Medrado anunciou a despedida das competições na modalidade nesta quarta-feira, 27 de novembro, na abertura do Campeonato Brasileiro da modalidade.

Com um traje totalmente preto, ela fez uma apresentação ao lado de suas colegas de seleção no espetáculo que abriu o torneio. As provas prosseguem até o domingo, 1º de dezembro, no ginásio Constâncio Vieira em Aracaju, capital do Sergipe. A cidade é a base da seleção nacional.

A última competição internacional de Déborah Medrado foi a disputa dos Jogos Olímpicos Paris 2024 – e foi carregada de emoção.

Após terminar o primeiro dia da fase classificatória na quarta posição (com chances de um inédito pódio), o conjunto viu a atleta Victória Borges se lesionar momentos antes da segunda apresentação. Sem poder substitui-la, o país teve vários erros e terminou na nona posição, fora do grupo de oito finalistas.

Se faltou a medalha Olímpica, sobraram feitos históricos para a atleta ao longo de sua carreira competitiva. Ela esteve, por exemplo, nos Mundiais de 2022 e 2023, quando o Brasil terminou a disputa geral na quinta e na sexta posições, respectivamente, além de terminar na quarta posição da final de cinco arcos nas duas edições.

Além disso, esteve presente no circuito internacional da Copa do Mundo entre 2022 e 2024, quando a seleção brasileira de ginástica rítmica começou a se destacar e ganhar suas primeiras medalhas. Ao todo, foram 12 pódios no período, incluindo três ouros nas finais por aparelhos e cinco pódios na competição geral.

Déborah Medrado foi pilar de reconstrução da seleção brasileira de ginástica rítmica

Ao lado da capitã Duda Arakaki, Déborah Medrado era uma das atletas mais experientes e conhecidas da seleção brasileira de ginástica rítmica. Natural de Serra, Espírito Santo, ela entrou para a seleção adulta em 2018, quando tinha apenas 16 anos. Por isso, se tornou um dos pilares da reconstrução da equipe.

Sua estreia ocorreu em um momento de renovação. Entre 2016 e 2018, o Brasil ficou sem o ouro no conjunto geral do Pan-Americano da modalidade em duas das três edições. Nos Jogos Pan-Americanos 2019 em Lima, no Peru, o país também não levou o título do conjunto geral pela primeira vez desde 1995, em Mar del Plata, Argentina.

Com Déborah, Duda Arakaki e mais Nicole Pírcio (outra atleta que se manteve na seleção durante esse tempo), o cenário começou a mudar já em 2021. No Pan-Americano de Ginástica Rítmica daquele ano, o Brasil voltou ao lugar mais alto do pódio e obteve a vaga Olímpica para Tóquio 2020.

Em 2022, veio a primeira medalha no circuito internacional da Copa do Mundo, com o bronze na final da série mista em Pesaro, na Itália. Em 2023, a vaga Olímpica para Paris 2024 foi assegurada no Mundial, feito inédito para a seleção brasileira. Além, é claro, de brigar pelo pódio nas principais competições e colocar o Brasil de vez no mapa da modalidade.

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