Equipes de ginástica do Brasil compartilham juntas a aclimatação na França
O Brasil estará representado nas três disciplinas da ginástica nos Jogos Olímpicos Paris 2024: artística, rítmica e trampolim. O início do trabalho na França é realizado em conjunto pelas três equipes. Os ginastas brasileiros compartilham o período de aclimatação em Troyes, cidade a 180 km de Paris.
A adaptação foi organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Os atletas das três equipes de ginástica convivem no mesmo alojamento e se dirigem aos ginásios, que oferecem a estrutura necessária para as atividades rumo a Paris 2024. Há um ambiente de troca entre as seleções, apoiadas pelas comissões técnicas e pela equipe multidisciplinar da ginástica.
O Brasil vem de grandes resultados nas três ginásticas. A ginástica artística é a que rendeu mais medalhas Olímpicas para o país, seis no total, e contará com sete atletas em Paris 2024 - cinco da feminina e dois da masculina. Rebeca Andrade e Arthur Nory são os antigos medalhistas na delegação, que reúne também outras atletas de relevo como Flávia Saraiva e Jade Barbosa. Depois de um ciclo cheio de medalhas, há expectativas inclusive no desempenho por equipes, após a histórica prata feminina no Campeonato Mundial Antuérpia 2023.
A ginástica rítmica do Brasil também espera seu melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos. O conjunto vem de resultados inéditos no atual ciclo, em especial pelas medalhas em etapas da Copa do Mundo, enquanto Bárbara Domingos também conseguiu grandes feitos no individual. Já a ginástica de trampolim pela primeira vez classificou atletas aos Jogos, após os brasileiros estrearem como anfitriões na Rio 2016. Camilla Gomes e Rayan Castro igualmente vêm credenciados por desempenhos inéditos fora do país.
"A gente tem as três ginásticas. Hoje a gente pode dizer que a ginástica do Brasil é Olímpica, porque tem as três modalidades. E tudo aqui - o ginásio, todos os aparelhos, o alojamento, os quartos, a alimentação, até as refeições fora dos horários - é muito bem cuidado. Acho que isso faz a diferença pra gente só se preocupar com treinar. É isso que a gente precisa: vir treinar e dar nosso 100% todos os dias", comentou Arthur Nory, ao site do COB.
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Camilla Gomes e Rayan Castro celebram oportunidade
A ginástica de trampolim é a novata em uma edição dos Jogos Olímpicos fora do Brasil. Camilla Gomes, que fará sua estreia em Paris 2024, exaltou a importância de dividir essa preparação com as demais atletas da ginástica.
“É a primeira vez do trampolim em uma aclimatação. É muito importante para a gente ter essa experiência principalmente com as outras ginásticas. Dá uma motivaçãozinha extra, a gente empurra um ao outro. É ótimo nesse momento pré-olímpico. Estou muito agradecida ao COB e à CBG por proporcionarem isso para a gente em um ginásio novinho e com todo o suporte”, declarou Camilla Gomes.
Rayan Castro, por sua vez, salientou como todo o processo é novo para a ginástica de trampolim. Participar da aclimatação ao lado das demais seleções é visto como uma honra pelo ginasta: “É muito gratificante estar ao lado de atletas que já são renomados, da ginástica artística e da rítmica. Muito feliz do trampolim ter chegado a esse nível, para acompanhar todas as outras ginásticas. Espero que a gente continue aí para sempre."
As expectativas de Rebeca Andrade
Dona de duas medalhas Olímpicas, Rebeca Andrade elogiou a estrutura oferecida às equipes de ginástica nestes dias em Troyes e destacou a importância da preparação.
“Foram dias muito bons. O espaço é muito bom para a gente, muito legal, já com a aparelhagem que vamos usar nos Jogos. Para a preparação é mais importante ainda, sem contar que aclimatar, sentir o fuso horário e todas essas coisas também faz diferença. Ter conseguido vir antes para cá, para a nossa preparação, foi excelente. E ter todo o público e saber que as pessoas também torcem pela gente é muito bom”, afirmou Rebeca, ao site do COB.
Os collants de Jade Barbosa
Uma das responsáveis pela criação dos collants da seleção de ginástica artística é a própria Jade Barbosa. A atleta possui experiência no desenvolvimento das peças há anos e chegou a ter uma empresa com seu pai, que produzia materiais para seu clube e para a seleção. Jade continua trabalhando em conjunto com os atuais fornecedores do Brasil e teve a ideia de incluir a imagem de Ginga, mascote do COB, em uma das peças. As demais priorizam as cores da bandeira.
"Eu comecei aos poucos, fui incrementando um pouco mais, e agora a gente já tem bastante liberdade para se expressar. Aí eu falei: 'Poxa, por que a gente não faz um collant com o mascote do Time Brasil, com o Ginga, sabe?' Meu sonho é tornar o esporte popular. Eu queria muito que as crianças se sentissem representadas nos Jogos Olímpicos, ver que é próximo, que é possível”, contou Jade. “Eu tentei colocar bem isso, puxar as novas gerações.”