Conjunto do Brasil sofre lesão e fica na nona posição nos Jogos Olímpicos Paris 2024
A torcida era grande, ainda mais após a primeira apresentação do conjunto do Brasil nesta sexta-feira, 9 de agosto. Entretanto, ao fim da fase classificatória, restou apenas dor – física e emocional – para as brasileiras. Com lesão de uma atleta, o país não obteve vaga na final da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Victoria Borges sentiu fortes dores na panturrilha durante a passagem da coreografia antes da segunda apresentação. Sem conseguir pisar na quadra, ela não executou todos os movimentos corporais. Com a nota comprometida na série mista, o país encerrou a disputa com 60.900 pontos e terminou na nona posição.
Apenas os oito melhores conjuntos ao fim das duas apresentações avançavam à decisão. Não há finais por aparelho no programa Olímpico. A primeira posição ficou com a Bulgária, campeã em Tóquio 2020, que obteve 70.400. A Itália, bronze na última edição, foi a segunda colocada com 69.350.
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“Foi uma dor forte, então parou na hora e foi atendida pelo nosso médico. Fez uma bandagem para que ela conseguisse competir. Ela quis competir, a gente queria competir, nem que fosse para finalizar a série”, explicou a capitã Maria Eduarda Arakaki.
“O sentimento maior que a gente tem é orgulho, porque a gente se uniu mais que nunca e a gente conseguiu finalizar a série. A Vic conseguiu finalizar a série mesmo com dor. Eu acho que esse é o principal”, completou.
Após a 12ª posição em Tóquio 2020, o conjunto do Brasil mostrou grande evolução na ginástica rítmica. Nos Mundial de 2022 e 2023, por exemplo, o país alcançou a quinta e a sexta posições, respectivamente. Além disso, passou a subir ao pódio regularmente nos eventos do circuito internacional.
Além disso, mesmo sem a vaga na final e a dor pela lesão, foi o melhor resultado do país desde os Jogos Olímpicos Rio 2016, quando também terminou na nona colocação. Em toda a história, o conjunto brasileiro tem duas finais Olímpicas: em Sydney 2000 e Atenas 2004, terminando ambas na oitava posição.
Brasil foi da alegria à dor na classificatória do conjunto na ginástica rítmica
E pensar que a sexta-feira, 9 de agosto, começou muito bem para o conjunto brasileiro de ginástica rítmica. Mesmo sem conseguir cravar sua apresentação nos cinco arcos, o país ocupava a quarta posição na primeira parte da prova, com mais de dois pontos de vantagem sobre a Alemanha, então a nona colocada.
O time, formado por Maria Eduarda Arakaki, Victoria Borges, Deborah Medrado, Sofia Pereira e Nicole Pircio, foi o nono a se apresentar nos cinco arcos. Com algumas imprecisões nas passagens dos aparelhos, o país obteve 35.950 pontos (com 6.750 pontos) - o recorde neste ciclo foi 38.250 na Challenge Cup em Cluj-Napoca, na Romênia, em julho.
Mesmo assim, foi a quarta melhor apresentação nos cinco arcos, atrás apenas de Itália, Bulgária e França. Parecia só questão de tempo para confirmar a vaga na final e pensar até em um inédito pódio na final.
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Mas quando o grupo subiu para a apresentação da série mista (três fitas, duas bolas), Victoria Borges mal conseguia pisar no tablado. Ficou claro que ela sentiu uma lesão. Com muita dificuldade, a brasileira realizou poucos movimentos corporais obrigatórios, além de demonstrar dificuldade na passagem dos aparelhos.
Ao fim da apresentação, as lágrimas foram inevitáveis porque a nota seria muito mais baixa do que o normal: 24.950 pontos, com 5.550 de execução e 11.700 de dificuldade. A melhor nota do ciclo, para se ter uma ideia, foi 34.100 obtido justamente na prova em Cluj-Napoca.
Com 60.900, o Brasil estava na sexta posição, mas faltavam seis conjuntos para se apresentarem, incluindo Itália e Israel, duas das favoritas ao pódio. Espanha, que cometeu falhas nas duas apresentações, Egito e Austrália não passaram as brasileiras. Mas com uma série cravada, Uzbequistão tirou o país da decisão e acabou, por ora, com o sonho brasileiro.
“Nesse último momento da competição da nossa vida, aconteceu isso. A Vic não estava conseguindo, ela foi atendida e foi um milagre. Ela falou ‘vou tentar’ e a gente ‘amiga, obrigada pela oportunidade que você está dando de tentar algo’. Então ela deu o melhor dela e a gente deu o nosso melhor. Estamos felizes e orgulhosas da equipe, da união. Eu acho que esse é o melhor espírito Olímpico. Essa é a nossa medalha Olímpica”, comentou Deborah Medrado.
Bárbara Domingos termina na 10ª posição do individual na ginástica rítmica
Primeira brasileira a garantir vaga na final do individual geral na ginástica rítmica, Bárbara Domingos completou seu feito nesta sexta-feira, 9 de agosto. A atleta esteve presente na definição das medalhas nos Jogos Olímpicos Paris 2024 e encerrou sua participação na 10ª colocação.
No total, Babi obteve 123.100 pontos na somatória dos quatro aparelhos – abaixo dos 129.750 que ela conseguiu na fase classificatória um dia antes. A medalha de ouro ficou com alemã Darja Varfolomeev, que alcançou 142.850 pontos. Boryana Kaleyn, da Bulgária, levou a prata com 140.600 e a italiana Sofia Raffaeli o bronze com 136.300.
Primeira a se apresentar na decisão, a brasileira teve problemas justamente na primeira rotação. Na apresentação do arco, ela deixou o aparelho cair duas vezes, resultando em penalizações que comprometeram sua nota. No total, ela teve 29.600 pontos, cinco pontos a menos do que conseguiu na classificatória.
Ela buscou a recuperação nos demais aparelhos. Na bola para a segunda rotação, a brasileira cravou a apresentação e conseguiu 33.200, 0.1 superior na fase anterior. Ela também cometeu poucos erros nas maças, somando mais 31.200, um ponto acima do que tinha na classificatória.
Entretanto, na última rotação com a fita, Bárbara Domingos voltou a ter imprecisões. Em duas oportunidades a fita “embolou” no corpo, causando deduções na execução. No fim, conseguiu 29.100, uma nota 2.6 inferior à obtida na quinta-feira. A história, porém, já estava escrita com a presença entre as dez melhoras ginastas do mundo.